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quarta-feira, 5 de março de 2014

30 poemas do Romantismo Brasileiro e seus respectivos autores

ANTOLOGIA DE POETAS ROMÂNTICOS NO BRASIL :



Gonçalves Dias - A minha musa, Canção do exílio, Se se morre de amor, A tempestade, Canção do tamoio, Olhos verdes.

Casimiro de Abreu: Canção do exílio. Meus oito anos, A valsa, Amor e medo.

Junqueira Freire: Meu filho no Claustro, Temor, Morte, O canto do galo.

Álvares de Azevedo: Se eu morresse amanhã, Soneto, Crepúsculo nas montanhas, Spleen e charutos, Namoro a cavalo.

Fagundes Varela:  O sabiá, A flor de maracujá, Poema, Cântico do calvário.

Castro Alves:  O gondoleiro do amor, Durante um temporal,Adormecida, Vozes D'áfrica, Navio Negreiro.

Tobias Barreto: A vista do Recife, A escravidão.


Vamos começar:

Gonçalves Dias: Canção do Tamoio I Não chores, meu filho...


Canção do Tamoio

I

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

II

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.

III

O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

IV

Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

V

E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI

Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d'ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

VII

E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!

VIII

Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX

E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

X

As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.



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