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sábado, 3 de junho de 2017

Acorda, Moisés Neto!

Acordei no meio de um sonho, para a vida, de repente, nos primeiros minutos mornos da manhã, depois de uma fragmentada noite fria, que mais parecia uma emboscada na chuva e que me deixou gripado, nesse belíssimo inferno; abri a janela e tudo estava tão bonito que dava vontade de morder e eu me senti piedoso como um leão faminto; assim, diante da pior ânsia de viver (crua, como paixão ruim), estou agora mesmo, aqui, com esse meu coração bom e humano, sem vontade de discordar de ninguém, só com essa espécie de poder, como amante que se protege  do perigo de viver sem mundo dentro de si. Arde, arde, arde, ó fogo do meio-dia, depois de tanta umidade!

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