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sexta-feira, 30 de junho de 2017

José Saramago e o romance "Todos os nomes"



Eis a epígrafe do romance “Todos os nomes”, do português José Saramago: “conheces o nome que te deram, não conheces o nome que tens.”


Jorge Amado e José Saramago


 Esse livro, Todos os Nomes, saiu em 1997. Sabemos que esse autor, é o único Nobel de Literatura de Portugal, e que traz com sua intrigante prosa, verdades universais.  Saramago gosta de transformar pequenos questionamentos e situações cotidianas em narrativas intensas. Consegue ver o extraordinário dentro do simples. Escreve de modo bem próprio, marcando diálogos com vírgulas e quase não separa os parágrafos, e torna o que seria bem comum num faísca que detona uma incêndio emocional.
Em Todos os Nomes,  o Sr. José  (que conversa com o teto do seu quarto como se fosse com amigos numa mesa de bar, se ele  tivesse amigos...) é quase o único personagem que tem um nome. Todos os outros são chamados pela função ou localização. Qual é o significado do nome José? Vale lembrar  que José em hebraico significa “Deus acrescenta”; já o personagem de Saramago, José trabalhador comum, também, e na sua jornada de vida vai  descobrir-se como pessoa.  Ele  coleciona recortes de notícias sobre celebridades do país, pessoas famosas (talvez ele sofra de uma angústia metafísica, por não conseguir suportar a ideia do caos como regedor único do universo, por isso, com suas poucas forças e sem ajuda, vai colecionando para dar sentido à sua vida).  Os personagens de Saramago dificilmente têm nomes, e quando têm são nomes tão simples como o Sr. José. Um nome comum. Um José sem sobrenome, que pode ser qualquer um , como ele,  José Saramago.
Ele é um funcionário da Conservatória Geral, onde os todos os nomes estão registrados, onde estão arquivadas as certidões de nascimento e morte. Na parte da frente do prédio ficam os nomes dos vivos,  e atrás “se aprofundam os mortos, na escuridão e vastidão quase infinita de montes de papéis” , verdadeiro labirinto onde José entra conduzido por um cordão preso à mesa do chefe.
São os nomes – e a busca deles – que guiam toda a narrativa.
A rotina burocrática, rígida e fria, faz desse lugar, algo bem estranho para um sujeito trabalhar (José está ali há 26 anos – ele tem cerca de cinquenta anos e mora ali mesmo,  num anexo da Conservatória, o que sobrou do antigo conjunto de anexos que foram demolidos para a ampliação constante do edifício. Tem  uma chave para a repartição).
À noite ele passeia pelos arquivos à procura de recortes sobre celebridades. Descobre algo que o intriga; é sobre uma mulher de 36 anos, divorciada. Meio confuso ele está com dúvidas e então,  uma mudança  o faz abandonar sua coleção e procurar descobrir mais sobre a tal mulher desconhecida. Além de José, Ariadne é o outro nome que é citado (ela que na mitologia grega dá a Teseu o fio para ele encontrar a saída do labirinto, depois de matar o Minotauro). José começa a sentir uma espécie de amor por aquela mulher-ninguém , ser humano comum, como ele é.  
Sem família e nem ninguém, deixaram a ele que ele morasse num anexo da  Conservatória, desde que não usasse mais a chave que dava acesso direto ao interior do prédio. pobre José...
Como forma de preencher seu tempo ocioso, José cria uma coleção de recortes sobre personalidades famosas: artistas de cinema, esportistas, cantores.
Ele nutre então uma obsessão por essa mulher desconhecida  (cuja ficha veio grudada à de um dos famosos, na sua "pesquisa") dá razão à suja vidinha; ele quer encontrá-la. Quem é aquela mulher por quem se apaixonara sem mesmo conhecer?
José enfrenta seus medos do dia-a-dia, mente ao chefe para poder sair à procura daquela mulher desconhecida e fingir ser outra pessoa para encontrar respostas.

Uma mulher forte, um personagem que se perde (metaforicamente ou não) e o cotidiano, o romance nos chega como um fluxo de consciência jorrando de forma engajada com os problemas do ser humano universal, trazido até numa espécie de prosa poética politizada.


quinta-feira, 29 de junho de 2017

Rum, cigarros, sexo e música de rádio: Pedro Juan Gutiérrez

O Rei de Havana.
                              por Moisés Monteiro de Melo Neto

Rum, cigarros, sexo e música de rádio: Havana engana?

Moisés Monteiro de Melo Neto e Pedro Juan Gutiérrez 


“Tú no juegues conmigo/ que yo sí como candela” (“Não brinques comigo/que eu como fogo”), diz uma canção cubana. Sim, os personagens do livro O Rei de Havana (224 páginas, 32 reais, Ed. Cia das Letras, SP)do escritor cubano Pedro Juan Gutiérrez parecem inflamados por este mote. Segundo um depoimento do autor ao seu povo só resta “rum, salsa e sexo”. Juan não é publicado em seu país por apresentar Cuba como um inferno miserável, como por exemplo, em sua primeira obra em prosa Trilogia Suja de Havana.  Segundo nota da editora dele no Brasil, a Companhia das Letras alguns dos seus leitores vêem no romance uma metáfora apaixonada da atual situação cubana, mas a literatura dele não é engajada e “passa longe de toda intenção política doutrinária”.
Pedro nasceu em Matanzas, Cuba, em 1950. Mora em Havana. Começou a trabalhar aos onze anos, como vendedor de sorvete e jornal. Foi soldado, instrutor de natação e caiaque, trabalhador rural, técnico em construção, desenhista técnico e locutor de rádio. Trabalhou como jornalista durante 26 anos. Dedica-se à escultura e à pintura e é autor de vários livros de poesia.
Reynaldo, o “Rei” do título, trocadilho com seu apelido “Rey” rei em espanhol, é um adolescente de 13 anos que mora num quarto sujo com a mãe prostituta, com o irmão e com a avó, num subúrbio sujo de Havana em plena crise de 1994, passam fome e convivem com a miséria. Rey, de tanto repetir a mesma série, desiste de estudar. Vai aí já uma crítica de Gutiérrez a uma das mais proclamadas instituições do regime cubano: a escola. O narrador afirma que os professores trabalham com má vontade e que o sistema está podre.
Longe da igualdade socialista pregada pela propaganda castrista o que jorra no texto é a miséria monocórdia e a denúncia do enriquecimento ilícito praticado por muitos. O foco do autor é o sexo, o sexo pervertido, diga-se de passagem.
É bem estranho para quem visitou a ilha como eu, junto com um grupo político, e conversou com os comitês de Defesa da Revolução e outros grupos ligados ao governo, e teve oportunidade de visitar museus e outras casas ligadas ao lazer e à cultura (ver matéria em anexo) se deparar com uma visão tão radical quanto esta do autor. É claro, que ficar em Havana por uma semana e desfrutar de alguns dólares não dá a ninguém o direito de dizer que conhece aquele lugar. Vi gente ser roubada, vi pessoas proibidas de ir à praia incomodar os turistas. Vi pedintes, garotos sendo treinados para enfrentar o império ianque, vi o cambalacho comercial praticado a torto e à direita. Mas principalmente Havana é um patrimônio dos cubanos e jamais eles teriam conseguido arranca-la das mãos dos americanos se não fosse por Guevara, Fidel e Camilo Cienfuegos, para citar somente três dos líderes da revolução que surpreendeu o mundo no dia 1º de janeiro de 1959.
Gutiérrez passa bem longe da cartilha dos companheiros. Devemos observar que a desgraça que ele expõe, de certa forma poderia acontecer em boa parte do mundo capitalista e não ter como cenário a esplendorosa Havana.
Mas vamos lá: é um texto bem perverso. No início da trama, com linguagem bem suja e apelativa o narrador expõe o drama do seu anti-herói: Rey presencia o suicídio do irmão, sabe do repentino assassinato da mão e vê a avó ter um ataque fulminante. É levado para um reformatório onde tentam sodomizá-lo e onde ele briga para sodomizar, disputando as bichas às tapas com outros detentos enquanto elas se divertem vendo os “bofes” disputarem-nas entre si. Lá Rey aprende a fazer tatuagem e rouba um alfinete de um detento, ganha assim a simpatia de um cara da enfermaria que o presenteia com uma cirurgia que introduz na sua glande duas pequenas esferas que dali em diante farão a alegria das pessoas que transam com ele na narrativa, o que inclui várias mulheres e homens. Ao fugir daquela instituição, que de educativa não exibe nada, Rey se depara com um mundo mais cão do que já enfrentara no seu “lar” miserável. Cocaína, rum, maconha, travestis, prostitutas, fome, doenças e muita, muita sujeira é o que o espera.: “Pra que a gente nasce? Pra morrer depois? Se não tem nada pra fazer, não entendo para que passar por todo esse trabalho. Viver, disputar com os outros para não foderem você, e no fim de tudo a merda. Ahh, tanto faz estar aqui fora como lá dentro” (p. 23), pensa quando foge do reformatório. Poderia isso ser o que pensa o autor da relação de Cuba com o resto do mundo? “ Ter filho pra quê?Aqui? Pra sofrer e passar fome os dois[...] se algum dia tiver filho vai ter de ser de um homem muito especial, e fora de Cuba”, diz a jovem prostituta Yamilê, amiga do travesti Sandra (p. 77). O niilismo do autor não poupa ninguém: Gente que tem dinheiro é mais filha da puta que a gente” (p. 83)
O romance é impregnado de lirismo e crítica a Havana, mas poderia como já dissemos acontecer em qualquer lugar, como numa narrativa beatnik, por exemplo. Quando um bêbado oferece rum a Rey contra o sofrimento, ele diz que não sofre: tem fome (p. 28). Aliás : “A única propriedade do pobre é a fome” (p.88). Ele é um errante, dorme pelas ruas e quando entra pela primeira vez numa igreja sua observação é a seguinte: “tinha uns bonecos grandes colocados aqui e ali. As pessoas não falavam nada. Se ajoelhavam, sentavam , iam acender umas velas, falavam em voz baixa” (p. 30).
Revi pelos olhos de Rey alguns lugares que visitara em Havana: Casablanca, onde está a enorme estátua de Cristo, em mármore de Carrara e de onde se vislumbra boa parte da baía de Havana, Matanzas, onde está o balneário de Varadero, o Passeio do Prado, O Malecón, a cem metros da primeira “casa” (cubículo numa cobertura onde também se criava, outra prática cubana, animais para abate) do protagonista. No discurso do narrador, que às vezes se confunde com o do protagonista, Havana : “ continuava igual, bonita e maltratada, esperando ser maquiada”.
O narrador insiste em exaltar a virilidade de Rey: seu falo tem 22 cm e seu poder de ereção é quase infalível e alucinante para quem prova dele, daí seu título de “rei”. Logo o mulato se vê envolvido no tráfico e na prostituição, assuntos tabus em Havana hoje. É um rapaz pobre num país pobre “que só espera chegar a sua hora” (p. 37). Os turistas são tratados como idiotas que se iludem e querem se aproveitar de Havana. Muitas vezes são traficantes de órgão que levam prostitutas para arrancarem o que puderem delas no exterior, o que aconteceu com uma ex- vizinha de Rey, que perdeu assim os olhos e retornou desgraçada para Cuba, vítima de um italiano que lhe propôs casamento, objetivo de tantos nativos. Segundo o narrador, quase ninguém “trabalha”: “Ganha-se mais com algum negocinho” (p. 44). Rey faz bicos: descarrega caminhões de bananas, trabalha numa cervejaria trambiqueira, dirige um triciclo, e não se detém nem diante de roubar uma pobre senhora que viajara com seus filhinhos durante 22 horas dentro de um desconfortável trem desde Santiago. Nosso anti-herói também pede esmola segurando um São Lázaro ( que ao lado de Santa Bárbara e A Virgem da Caridade do Cobre cujas imagens são quase onipresentes em Havana).
Às vezes a narrativa nos lembra algo de Jorge Amado: as amantes de Rey, algumas são velhas, uma delas uma cartomante quer fazer uma “limpeza” no seu corpo carregado, ele não deixa, outra de suas amante é Sandra, um travesti que incorpora uma entidade chamada “Rosa”, mas sua preferida é Magdalena, uma prostituta vendedora de amendoins, moram num prédio à beira do desabamento, o que ocorre depois de uma chuva torrencial, com quem pretende  ter um filho e cujo caso termina em tragédia no final do livro. O sexo entre ele e esta última é permeado com requintes de podridão que inclui não se lavar, por falta de água e por “hábito” e usar isso como fetiche. Boa parte dos cubículos, onde transcorre a narrativa são imundos. Defeca-se num papel e joga-se no telhado do vizinho. O narrador passa tanta fome que chega à beira da morte. Suas roupas vão se puindo com o uso e ele tem que roubar outras, muitas vezes dos turistas nos balneários. Rouba pão dos vendedores e ganha dólares em show pornô.
Os voyeurs merecem destaque, principalmente os que freqüentam o Parque Maceo, próximo ao Malecón, imenso calçadão que contorna boa parte da velha Havana. Alguns depois de se satisfazer, saíam “feito caranguejos”, escondendo o rosto.
É difícil falara sobre a miséria sem falar de zoomorfismo, mas Gutiérrez exagera. Os cubanos são comparados a porcos, macacos e por aí vai numa trajetória que inclui c oveiros que roubam roupas e dentes de ouro de defuntos e esmagam cabeças dos concorrentes, necrofilia, masturbação, etc..
Uma  das tradições de Havana é retratada no romance: o carnaval: “negros lutando por uma jarra de cerveja péssima, barata e avinagrada”(p. 84).
As transições do romance, que por sinal não é dividido em capítulos e tem sua narrativa quase em forma de fluxo de consciência, são bruscas e às vezes um pouco desconexas em meio à fome, trapaça e violência.
 A saga de Rey parece água suja escoando lentamente numa pia engordurada e podre. Vai tomar banho de mar e sente um enorme peixe a lhe rondar e pensa que ele quer devora-lo. Aproxima-se um final nos moldes do grand guignol: medo, violência, assassinatos, horror numa trama macabra.
Depois de perder o quarto Magda e Rey vão parar num container perto de um lixão onde por ciúme Rey  e Magdalena protagonizam um passagem cujos diálogos são violentos ao extremo. O desfecho do livro é para lê de chocante. Envolve lixo, ratos, urubus e necrofilia.
Não. Não é aquela ilha do Caribe com a qual revolucionário e turistas sonham. A Havana de Gutiérrez é pau, pedra, o fim do caminho.



sexta-feira, 23 de junho de 2017

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Fracassos da COMPESA: Recife é esgoto a céu aberto.

Esgoto aberto e fedendo há um ano: rua gervásio pires esquina com av. conde da boa vista, reclamações em vão. Foto de hoje

Eis o esgoto a céu aberto na Gervásio Pires, esquina com av. Conde da Boa Vista (ao lado do Shopping Boa Vista, etapa nova)

TELEFONE DA COMPESA: 0800 081 0195
TELEFONE DA COMPESA: 0800 081 0195

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Os mercados públicos no Recife


Poucos locais refletem tão
bem a verdadeira alma
de uma cidade quanto
seus mercados públicos.
Neles, a história e a cultura
popular estão retratadas na
gastronomia, no artesanato,
nas figuras populares
e nos objetos e artigos
comercializados.
Vale a pena conferir.
Mercado de São José
Nos vários corredores deste histórico
mercado público (1875) tem de tudo
um pouco, desde o artesanato às ervas
medicinais e artigos de xangô. Uma
interessante opção para quem deseja
conhecer a “sorte” são os búzios e o
tarô jogados no Mercado.
Praça Dom Vital, s/n, São José.
Tel.: (81) 3232-2319 (posto
de informações turísticas).
Funcionamento: 6h/18h
(seg. a sáb.); e 6h/12h (dom.).
Mercado da Boa Vista
Ponto de encontro de intelectuais e
poetas, tem suas tardes dos sábados
transformadas em informais recitais de
poesia. Rua de Santa Cruz, s/n, Boa
Vista. Tels.: (81) 3421-1171/9192/9194.
Funcionamento: 6h/18h (seg. a sex.);
6h/20h (sáb.); e 6h/14h(dom.).
Mercado da Madalena
Construído na década de 20, recebeu
o nome de Mercado Bacurau por
funcionar no período noturno. Seu
reforçado café da manhã reúne os
baladeiros da cidade. Ao lado, a
tradicional Feira dos Passarinhos.
Rua Real da Torre, 270, Madalena.
Tels.: (81) 3445-1170/0743.
Funcionamento: 6h/18h (seg. a sáb.); e
6h/13h (dom.).
Mercado da Encruzilhada
Aos sábados, a Praça de Alimentação
do Mercado da Encruzilhada reúne
gente de todos os bairros da cidade.
Ali, a pedida é saborear uma
cachacinha – tem as melhores
do Brasil – e provar pratos típicos
a bolinho de bacalhau de receita
tipicamente portuguesa.
Rua Dr. José Maria, s/n, Encruzilhada.
Tels.: (81) 3427-6182/3077-0471.
Funcionamento: 6h/18h (seg. a sáb.); e
6h/13h (dom.).
Recife te quer - abril, 2008 | 29
Mercado de São José
Um domingo tipicamente recifense é apresentado neste roteiro, que
amanhece em Boa Viagem, uma das praias urbanas mais bonitas
do Brasil, assiste missa na secular Igreja de Santa Tereza da Ordem
Terceira do Carmo e descortina as muitas delícias da capital de
Pernambuco, primeiro pólo gastronômico do Norte e Nordeste
brasileiros. Ainda neste domingo, a oportunidade de conhecer um
pouco mais sobre Pernambuco no Palácio do Campo das Princesas,
de comprar produtos artesanais no cenário de uma cidade com mais

de 470 anos de história e de dançar os imperdíveis ritmos da terra.

Despreparo ao salvar vítima, em Londres

Sobre o incêndio num prédio em Londres, a semana passada.
Como, numa cidade daquelas isso pode ser admissível?

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Procura-se um novo ator para interpretar JESUS CRISTO em Pernambuco


HOJE NO SÍTIO TRINDADE, QUADRILHAS JUNINAS DO RECIFE: o show continua! Recife, 15 de Junho 2017



1 QUADRILHA ZÉ MATUTO | ESPETÁCULO 2017 “O GALOPE DO RECIFE ASSOMBRADO” Inspirado na obra de Gilberto Freire, Assombrações do Recife Velho e na obra de Carneiro vilela, A emparedada da Rua Nova.
Resumo do Tema A história do Recife esta rodeada de lendas urbanas que fazem parte do imaginário e da história do povo pernambucano. O rio Capibaribe guarda em suas águas histórias de pescadores. Os sobrados, ruas e praças mantem em suas edificações marcas de um tempo onde as pessoas acreditavam seriamente em eventos sobrenaturais. São inúmeros bairros e monumentos históricos cheios de mistérios esperando para serem desvendados. A Cruz do Patrão, o Riacho do Prata, a Praça chora menino e a Rua Nova são locais por onde no passado, dizem os recifenses, se viam criaturas do outro mundo, visagens e malassombros. Segundo Gilberto Freire no conto O Riacho da Prata,a noite de São João é propicia a estes eventos:“ Na noite de São João, hei de banhar-me no açude, nessa noite é benta a água, para tudo tem virtude”.(Assombrações do Recife Velho) Nestas noites é mais facil as aparições de personagens como o Boca de Ouro, A Emparedada da Rua Nova ou de alguem que levou uma carreira da Perna Cabeluda. Desta maneira, mantendo a linha de criação da quadrilha Zé Matuto com pesquisa e embasamento histórico, ela se “reinventa” sem perder a sua caracteristica mais marcante, a de produzir espetáculos cada vez mais regionais, cada vez mais pernambucanos.
2 Junina mandacaru SINOPSE

O sertão está em festa! Um inverno de dar gosto. A colheita foi farta e o verde se estende por toda parte. Dorotéia está muito feliz, não vê a hora da festa começar. Quem sabe nesta noite não encontrará seu grande amor? Tia Nanã, porém, muito ranzinza, proíbe a festa na Fazenda Felicidade.
Tia Joaninha, que é boa, conta para Dorotéia que existe um lugar onde a festa de São João é linda, basta esperar o arco-íris aparecer e seguir o caminho até as brenhas de Jeritacó. Neste reino existe um poderoso mágico que pode realizar qualquer sonho.
Ao lado dos seus “brinquedos” inseparáveis Dorotéia, segue pelo arco-íris em busca da festa de São João. Como num sonho, seus amigos vão em busca de seus desejos, embarcando numa aventura nordestina.
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3 JUNINA   NA  EMENDA TEMA:O  BAILE  NO  BORDEL   ENCANTADO
( Inspirado  em  obras  da  literatura  de  cordel  e  causos  populares) RESUMO  DO  TEMA
Um  grande  baile  é  organizado  no   bordel  mais  famoso  da  região  para  escolher  um  noivo  para  o  casar  com  Gabriela, a  quenga  virgem, tudo  regado  á  muita  dança, poesia  e  música  de  artistas  regionais
SINOPSE:Gabriela  é  a  quenga  virgem  da  cidade  de  Mato  Seco. Filha  de  D.  Santa, mulher  fervorosa  e  devota  da  igreja, mas  foi  criada  por sua  irmã   Rosa , a  dona  do  bordel   mais  famoso  da  cidade:  O  BORDEL  ENCANTADO.
Rosa   criou  Gabriela  com  muito  zelo,  mas  mesmo  assim, todos  na  cidade  falavam  da  pobre  moça, pelo  fato  de  ter  sido  criada  num  cabaré, lugar  onde  moram  as  moças  que  fazem  a  alegria  dos  homens  da  cidade, daí  o  falatório  contra  a  pobre  coitada “ a  quenga  virgem “.
Para   acabar  de  vez  com  esse  falatório , Rosa  resolve fazer  um  concurso  para  escolher  um  noivo  para  Gabriela.
O   campeão, teria  a  honra  de  casar  com  a  sua  filha  e  dar  um  nome  `a  quenga  virgem. 
Como  presente  de  casamento, dará  uma  grande  festa  para  selar  a  união.
O  casamento  foi  um  dos  maiores  e  mais  famoso  evento  da  região e  dizem  até,  que  o  baile  durou  sete  dias.
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RAPOSART; TEMA ACORDE ON Resumo sobre o tema A PERSONAGEM AMELNHA VOLTA A SUA CIDADE NATAL PARA MARCAR O CASAMENTO DE SUA IRMÃ MAIS VELHA, MAS CHEGANDO LÁ SE DEPARA COM UM CENÁRIO TOTALMENTE DIFERENTE DO QUE ELA ESPERAVA, COM A AJUDA DE PERSONAGENS IRREVERENTES, UM ACORDEON MÁGICO E MUITA FÉ AMELINHA FARÁ DE TUDO PARA CASAR SUA IRMÃ E AINDA TRAZER DE VOLTA AS BRINCADEIRAS DE SÃO JOÃO.
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ARROCHA O NÓ: RESUMO DO TEMA
SÃO JOÃO XANGÔ MENINO A quadrilha vem tratar de um tema de real importância que perdura desde a antiguidade até os dias atuais - a intolerância religiosa; contando a história de um amor que é impedido pelas diferenças de credo de uma cidade; Trazendo como pano de fundo o sincretismo religioso de São João, no Catolicismo e no Candomblé pelo Orixá Xangô.
O projeto não vem defender religião, julgar certo ou errado, nem questionar a fé... Vem apenas impulsionar ao público receptor e também interno a uma reflexão sobre a real situação da atualidade acerca dos valores pessoais, e respeito ao próximo.
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CAFUNDÓ.  “SINÓPCIA” DO TEMA Depois ele trabalhar a terra e plantar as sementes, nada mais alegre do que colher os frutos, celebram a fartura das colheitas. Devotos de Sao João conta a história do desaparecimento do sol, que se escondeu deixando a terra escura e triste. - O noivo e a noiva iam se casar à luz de uma fogueira, mas se perdem. A boneca de milho não madurece ern espiga e o pássaro Uanami não canta mais. Só há uma maneira de trazer a alegria de volta, realizar o casamento e dançar quadrilha achando o sol. Os personagens passam por várias provas nessa busca sem perder a coragem, a fé e o sonho. Baseado em brincadeiras populares, devotos de São João e uma adaptação do livro BANDEIRA DE SÃO JOÃO que encantará públicos e jurados e todos os cantos.
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A Junina Chiclete com Banana em 2017 vem com seu espetáculo resgatar a tradição das quadrilhas juninas, trazendo à tona o colorido e alegria que um quadrilheiro sente no período junino resgatando através do seu repertório a magia das quadrilhas juninas de antigamente.


TEMA

NO MEU TEMPO...
- Vovô o que o senhor está fazendo uma hora dessas aqui fora?
- Ha minha neta, eu estava pensando aqui no meu tempo!

         No meu tempo a festa junina tinha um clima gostoso. Meu nome é Antônio e eu vou lhe contar que no meu tempo nas festas juninas a melhor coisa pra mim era dançar quadrilha, a vila ficava em festa a meninada ajudava na decoração e eu ficava encarregado de organizar a quadrilha que no meu tempo era muito diferente.
         Tinha que ter casamento matuto com direito a moça fogosa e noivo fujão que logo depois de ser casado a força já que não tinha mais jeito se juntava com os amigos pra dançar as quadrilhas.
         A festa durava a noite toda, era uma alegria só, eu ficava muito orgulhoso em ver minha quadrilha junina animando a vila.
         No Meu Tempo todos brincavam em segurança, dançar quadrilha para nós era só alegria, o povo animado brincava o mês inteiro, mais quando chegava no fim do ciclo junino ficávamos tristes, pois era chegada a hora de nos despedirmos das festividades juninas, a única coisa que nos animava era saber que em alguns meses estaríamos todos juntos novamente para dançar quadrilha.
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A Quadrilha Junina Explosão Sertaneja vem contando a historia de Jeremias, um vaqueiro nordestino assassinado depois de uma entrega de gado a um grande fazendeiro Coronel Antonio pai de Rosa, onde o mesmo realizará uma grande festa em comemoração ao casamento de sua filha, e a entrega dos gados. O vaqueiro Jeremias após sua morte terá sua entrada proibida no paraíso, pois ele terá que perdoar aquele que tirou sua vida, e voltando a porta do céu o mesmo ainda não poderá entrar pois precisará adquirir o perdão de sua esposa, que por não saber o que tinha acontecido fica-lhe jogando maldição .Ao final sua esposa descobre o que tinha acontecido e o perdoa ,os dois terá um ultimo encontro que sera emocionante... 
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TEMA : DOIS CORAÇÕES UM SONHO DE AMOR RESUMO DO TEMA A Junina Matutinho 2017 vai contar a historia de Carolina e Luiz duas crianças que tinham um sonho , sonho esse de serem noivos da quadrilha quando adultos. Eles dançavam na quadrilha mirim a quadrilha era tradicional e durante o ensaio juraram um ao outro que quando estivessem mais velhos iriam realizar o sonho. O que eles não sabiam é que o destino iria separar os dois ainda crianças. Luiz teve que ir para capital com seus pais , já Carolina ficou no interior na despedida Carolina da de presente uma flor para Luiz e pede que que ele guarde de lembrança , a flor que ela levava sempre na cabeça e ele como forma de gratidão lhe dar um beijo. Anos depois na festa de 25 anos da quadrilha Carolina seria a noiva da quadrilha mais estava triste, pois mesmo passado o tempo ela não teria esquecido Luiz , o qual teriam jurado serem noivos juntos da Junina Matutinho. No dia de São João a quadrilha vai fazer o baile para comemorar seu aniversario , sabendo disso la na capital Luiz quer correr e voltar para sua antiga cidade, além de gostar da quadrilha ele não teria esquecido Carolina , sabendo que Luiz iria voltar Carolina fica felicissima com a noticia e decide procurar Luiz no baile e fazer o convite para ele ser o noivo da quadrilha junto com ela , quando se encontram ela faz o pedido de ser noivo com ela , o moço além de aceitar declara-se para meiga moça que corresponde o seu amor levando os então ao casamento.
SULANCA: O CASAMENTO DE ROSA Resumo sobre o tema Na pequena cidade de FLORES, Rosa ( belezinha ) está pra se casar, e tem um sonho: se casar na noite de SÃO JOÃO, na igreja de SANTO ANTÔNIO, ter uma linda festa no pátio da igreja, e o mais importante: UM BUQUÊ DE NOIVA mais lindo do mundo. Para escolher o buquê, Rosa pede ajuda às suas 3 grandes amigas: ROSINEIDE, ROSYMERE e ROSILDA. Só que elas não sabem que Perpétua, a solteirona da cidade fará de tudo pra atrapalhar o casamento de Rosa com Florisvaldo. Será que Perpétua conseguirá aplicar seu plano maléfico? Só assistindo a JUNINA...

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BRIGÕES TEMA: OURIÇADA
   O espetáculo que esta sendo preparado para 2017 vem mostrar de formas cênicas e lúdicas as a cultura, a arte e as estórias da festa da ouriçada que é realizada por pescadores e  marisqueiras nativos da Praia de Suape dentro de  uma festa junina com seus ritmos e folguedos. Com muito encanto o espetáculo da quadrilha junina Brigões de Suapevem de forma cultural e folclórica apresentar o que temos de mais envolvente em nossa festa juninas, Em especial os registrados na memória desta  gente desse pedaço do Brasil.
        A brigões em seu espetáculo vai mostrar as vivencias nativa das tradições na realização da festa da Ouriçada na concepção do povo praieiro da comunidade de Suape.
        Trabalharemos com os atrativos de uma festa que no passar dos anos atrai muitos visitantes e turistas para a nossa região, dando informações da importância dessa data para a comunidade e Região.
       A Quadrilha Junina Brigões de Suape, vem no intuito de continuar sendo um grupo forte dentro e fora de Pernambuco por isso, apostamos no tema do espetáculo e acreditamos no sucesso desta proposta. A quadrilha desenvolve trabalho com a comunidade local buscando os jovens ociosos para junto da arte e da cultura contribuindo socialmente para o desenvolvimento do cidadão. O grupo é formado por integrantes  jovens e adolescentes da nossa comunidade e região.     
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Chinelar 2017 Release do Tema A festa do pau da bandeira é realizada em algumas cidades do nordeste, em especial na cidade de Barbalha no CE. É uma festa em devoção aos santos do ciclo junino: são Antônio, são João e são Pedro. Os homens entram na mata, cortam uma árvore, tiram o tronco, de preferência que esteja reto,e seguem em procissão por toda cidade, asteando- o no centro todo decorado por fitas e por bandeiras com imagens dos santos. Reza a lenda que a pessoa que toca o mastro durante o cortejo, consegue casar. Tendo em vista, que o mastro é abençoado, por conta de , antes do tronco ser retirado da mata , os homens ajoelham - se, rezam e não cospem no chão durante o ato. Em 2017 a junina Chinelar apresenta o tema intitulado:"O mastro", que conta a estória de uma moça que toca o no mastro e resolve casar em plena festa do pau da bandeira , na cidade de Barbalha.
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LUZ DO CANDEEIRO
Rua Ana Rosa Cordeiro de Melo, s/n, Rosanópolis - Caruaru – PE




Caruaru, 11 de maio 2017.


PROJETO – RESUMO DO TEMA 2017

        A quadrilha surge com o tema "As cores do São João através do barro" retratando um artesão e seus bonecos, e o encanto do amor pela sua boneca (Menina dos seus olhos), mas nesta história entra o menino levado "Zezinho" que faz acontecer a magia, juntos descobri um mundo imaginário cheio de cores, vida e emoção. Assim o artesão "Marcos Antônio" apaixonado pela arte do barro e por sua boneca Aurora vivem um lindo casamento encantado e Zezinho o seu maior sonho, ter todos os bonecos alegres e coloridos. Vamos nos divertir nesta linda e emocionante história - AS CORES DO SÃO JOÃO ATRAVÉS DO BARRO.
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RELEASE DO TEMA DA QUADRILHA JUNINA MESTRE ZÉ 2017
Para o ano de estreia da quadrilha no ciclo junino decidimos abordar um fator social dentro da festa junina como forma de chamar atenção da sociedade para esse mal que assola a todos e que muitas vezes é esquecido que é a violência contra mulher, como fonte de inspiração tivemos um poema de um autor desconhecido por título, hoje recebi flores que nos deu base para pesquisa e adaptação do tema para o junino, porém de forma educativa e sem apologias a tal prática que para nós é repugnante. Iremos enfatizar que tal ato existe em todas as situações, mas que para o mesmo existe solução que é a denúncia mostrando que amor e desamor andam lado a lado, mas que primeiramente a mulher deve se amar e continuar derrubando as barreiras do preconceito expandindo seus horizontes na vida social, profissional e, sobretudo pessoal.
Dentro desse contexto criamos a história de Maria da Graça. Uma mulher sonhadora e batalhadora que adorava tocar e cantar, talento herdado do seu pai. De família pobre sempre tocava na praça da cidade de Esperança para juntar gorjetas e ajudar seus pais até que conheceu José Carlos um homem importante e que estava na cidade a negócios, ambos se apaixonaram e logo se casam. Como diz o ditado que no começo são flores e nos finais espinhos em pouco tempo de casamento José Carlos já se impôs dizendo que mulher dele tem que cozinhar lavar e passar em meio a uma discussão ele comete o ato da violência e logo Maria da Graça procura seus direitos e resolvi denunciÁ-lo. Apesar de tanto amor entre os dois o final dessa história irá surpreender a todos, pois enquanto umas resolvem receber flores outras as descartam de sua vida.
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S I N O P S E

Caminheiros sem destino, o destino é Deus quem dá. Sempre em paz comigo mesmo, coração só pra cantar*. Retirantes, romeiros, cangaceiros, mambembes, ciganos, brincantes... andantes que perderam o medo de se perder, encontro de quem caminha junto. Seguem num sonho-sina-saga, os passos de Viramundo, rumo às terras de Benvirá. Na estrada: encontros, encruzilhadas, sortes, embates, amores... O sentido, o norte, a direção: nascimento de São João. A estrela guia, a fogueira anuncia, nasce o menino. Chegança de matulão abarrotado: presentes em forma de canto, dança e louvação. A noite canta pro mundo e eu canto pra São João**, embalando o menino pro mundo não se acabar... até o sol de amanhã, pra ele acordar e “seguir o passeio” de um novo caminhar.

*Orélia - Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga
** Relógio, Caixinha e Pião – Thomaz Pedroso e Dudu Alvez



P E R S O N A G E N S

Viramundo (marcador) – Rulio Vangellis
Juca Tito (noivo) – Halisson Santana
Orélia (noiva) – Gabriela Menezes
Cigana (Aurora) – Leila Nascimento
Anjo – Anderson Carvalho
Isabel – Flávia Silva
Zacarias – Anderson Almeida




A R G U M E N T O


O INÍCIO... A ESTRADA... O ENCONTRO...
Juntando gentes de sonhos e fé, a estrada não é só um percurso, um caminho. É um lugar metáfora, pátria andejante e peregrina, arregimentando um povo que de tão diverso, chega a ser igual!
Portais do sem fim são cruzados pelos guardiões dos devaneios: os andarilhos... E eles se descobrem no pó da estrada.
Sorte ou azar? Sei lá! Deus é que é o senhor do destino!  Não carece ler a mão!
Mas, fique à vontade, faça do seu jeito, nunca foi demais ousar, ser atrevido!
São muitos, são todos... Tem os que retiram... Também os que fazem versos... Aqueles que fogem da lei, ou quem sabe, do desamor. Há os que encenam quimeras e os que propagam a fé! 
Descrever essa peleja da vida estradeira é vasculhar, num tempo de memória, a migração perene do ser. Aqui acolá, se achando e se perdendo, obstinado menestrel da existência, na poesia da viola e da cantiga.

VIRAMUNDO... MESTRE DE CERIMÔNIA... AQUELE QUE É...
Êh, mundo virado!  Êh, Viramundo! 
É ele mesmo o Senhor do levante! 
Deslumbrado e fervorosamente deslumbrante, aferrado pregoeiro da verdade e da utopia, que assinala o caminho e desvenda o mundo inteiro, como lugar de morada.
Um “encantado”, misturando transcendência e concretude... “A Loucura: Sol que não deixa o juízo apodrecer”...
 Mestre de Cerimônia dessa AnDança e pai da alforria.
Anunciador arrebatado e profético do fogo e do menino bendito!
Entonce se a gente veve é lutando, entonce a gente deve se arreuni!
Pra viver, sorrir, encontrar e transbordar.

O CANTADOR... ENCANTO ESTRADEIRO...
Porém, não é só de mistério que se faz o estradar. Moda de viola, encantos e encontros constituem inspirações para o cantador, e ele, amigo de jornada e prosa farta, diz a loa, enfeita o verso, e faz da palavra PARTIDA o seu mote.
Agora é ir marchando. É o Mundão de Deus que abraça o povo andante, sem medo do que surgirá. E por derradeiro, se sabe que virá do bom e dos contrários!... Mas tudo faz parte da vivência e do brinquedo. Até noiva que foge porque resolveu que ainda não é tempo de casar.

TEM NOIVA QUE SURPREENDE... DESISTE DE CASAR...
Sim, é dolorido, mas forçoso, saber que tem um tempo de perder pra se achar!
Partir quase nunca se define com serenidade. A bússola é quase sempre, o coração do caminhante.  Encruzilhada, quatro cantos, uma escolha, onde caminhos e descaminhos se confundem.
E, na buliçosa ânsia de avançar, aprender a cada palmo do caminho que:
O que dá pra rir dá pra chorar, questão só de peso e de medida, problema de hora e de lugar, mas isso são coisas da vida!

E O CORTEJO CRESCE... E CHEGA GENTE QUE SEDUZ E ENDOIDECE!
Surpresas e arrebatamentos se sucedem... Os raios do sol feito um farol, trazem Aurora cintilante, fascínio, quimera e magia pra os olhos insones que a acolhem e ficam presos aos seus segredos e enigmas.

A PASSAGEM E A CERTEZA DE ONDE SE QUER CHEGAR...
Comboio abraçando os ventos rumo a Benvirá!
- Virá Bem, terra da bem-aventurança, onde a abastança consiste em existir... Assim seja e assim será! Uma morada ancorada em solo fértil e alastrada em braços de uma mesma raiz. 
Em nome da fé, que nunca falha, surge o anunciador daquele que virá para anunciar. 
Anjo de luz, ginete sereno, arqueiro da alegria e da Boa Nova. 

... Mensageiro do Senhor...
Revigorados sejam os laços de amor, cumplicidade e folia,
Encontrado seja o menino sagrado,
Dono da fecundidade e da festa...
Amém!
Busca, entrega paixão, é o fogo fátuo queimando voraz!

AURORA, O CAMINHO E A ILUSÃO...
Vara a noite, corre o dia, a estrada se avoluma e a travessia se expõe como forma de chegar... Mas como em cada ser vivente habita os todos humanos, o caldeirão já fervente, tempera com, doce e amargo, mentiras e cobiças o claro, escuro dos avessos que lutam dentro de nós... Misturam-se paladares e formas diversas de ser!
Assim a Aurora anoitece, esquece que é resplendor, endoidece de vaidade e só por puro capricho, desvia o rumo do ofício.
Porém, como já é manifesto, a própria sacralidade habita também no profano e no mais pequeno de nós, assim, depois do caso passado, do susto e da reação, é a própria Aurora encantada, que traz a tocha do fogo, distinguindo o lugar certo da fogueira de São João.

A SAGA HUMANA... FÉ... CRENÇA... FESTA E VIDA...
A estrela anuncia o menino nasceu!
Salve São João! São João dos Carneirinhos... De cabelo enroladinho a fazer festa no céu. Seus mastros, seu fogaréu, balões, bois e bandeiras, casamentos, advinhas, agouros e ladainhas, danças, cantos, procissões. Tudo em você é encontro e motivo pra festejar.
Tem casório, louvação, tem presente e MATULÃO!



OFERTÓRIO... DOAÇÃO...
Matulão... Uma palavra pouco usada, de sentido, tão vasto e tão pequeno, que muitas vezes nem é entendido! Quem sabe, talvez, num dicionário de apreço e de lembranças, se encontre seu lugar e a sua definição.
É que não se traduz pela palavra, talvez se compare ao anseio do mambembe e caminheiro, que faz dessa bagagem pura essência transbordante de festa.
Eis o nosso compromisso, assim cumprido: Matulão abarrotado do que somos.

ESTE É SÃO JOÃO...
São João está dormindo, não acorda não!
A curiosa cantiga apela ao dono da festa que durma.  Repousa menino travesso, enquanto dure a brincadeira! Mas que estranheza é essa?
Como diz a voz do povo, e isso não é segredo, caso a criança acorde querendo brincar, a terra incendeia! Então o silêncio é refrão que embala o pequenino no colo da mãe.
São João está dormindo a folia se alastrando, rompendo a barra do dia... E no meio disso tudo num emaranhado de lógicas, lá se vai mais um ciclo, uma aura de encanto, um tempo de louvação, a espera de outro junho pra recriar a função.
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SANFONEAR TEMA 2017
A rabeca ou rebeca é um instrumento musical de cordas friccionadas, que se assemelha muito ao violino. Mas apesar da semelhança entre os dois, a rabeca é considerada um instrumento com identidade, sonoridade e formas bem peculiares, próprias.
Existem algumas referências bem antigas relacionadas ao uso do instrumento em festas populares no Brasil, desde o período da colonização.
Portanto, pode-se até dizer que as rabecas passaram a fazer parte do cenário da música brasileira (e no forró segundo alguns pesquisadores), primeiro que a sanfona.
Hoje em dia existem até orquestra de Rabecas no Brasil, A Orquestra de Rabecas Cego Oliveira - CE e a Orquestra de Rabecas de Pedras de Fogo-PB são alguns exemplos da ascensão e da visibilidade que esse instrumento tem ganhado no Brasil e até fora do país.
Portanto, com a volta da Quadrilha Junina Sanfonear em 2017, iremos fazer e brincar “UM SÃO JOÃO RECADO”, Onde a Rabeca terá um grande destaque nos arranjos e solos das músicas, até a parte final do espetáculo onde haverá um casamento perfeito de sons (Rabeca e Sanfona), bem como, dos noivos. Mostrando com isso a importância da Rabeca para dar melodia a tantos sons de brincadeiras populares do nosso Nordeste e do nosso país, e muitas vezes é um instrumento que não ganha ênfase.