Eis a epígrafe do romance
“Todos os nomes”, do português José Saramago: “conheces o nome que te deram,
não conheces o nome que tens.”
Jorge Amado e José Saramago
Esse livro, Todos os Nomes, saiu em
1997. Sabemos que esse autor, é o único Nobel de Literatura de Portugal, e
que traz com sua intrigante prosa, verdades universais. Saramago gosta de transformar pequenos
questionamentos e situações cotidianas em narrativas intensas. Consegue ver o
extraordinário dentro do simples. Escreve de modo bem próprio, marcando
diálogos com vírgulas e quase não separa os parágrafos, e torna o que seria
bem comum num faísca que detona uma incêndio emocional.
Em Todos os Nomes, o Sr. José
(que
conversa com o teto do seu quarto como se fosse com amigos numa mesa de bar,
se ele tivesse amigos...) é quase o
único personagem que tem um nome. Todos os outros são chamados pela função ou
localização. Qual é o significado do nome José? Vale lembrar que José em hebraico significa “Deus
acrescenta”; já o personagem de Saramago, José trabalhador comum, também, e na sua jornada de vida vai descobrir-se como pessoa. Ele
coleciona recortes de notícias sobre celebridades do país, pessoas
famosas (talvez ele sofra de uma angústia metafísica, por não conseguir
suportar a ideia do caos como regedor único do universo, por isso, com suas
poucas forças e sem ajuda, vai colecionando para dar sentido à sua
vida). Os personagens de Saramago dificilmente
têm nomes, e quando têm são nomes tão simples como o Sr. José. Um nome comum.
Um José sem sobrenome, que pode ser qualquer um , como ele, José Saramago.
Ele é um funcionário da Conservatória Geral, onde os todos os
nomes estão registrados, onde estão arquivadas as certidões de nascimento e
morte. Na parte da frente do prédio ficam os nomes dos vivos, e atrás “se aprofundam os mortos, na
escuridão e vastidão quase infinita de montes de papéis” , verdadeiro labirinto
onde José entra conduzido por um cordão preso à mesa do chefe.
São os nomes – e a busca deles – que guiam toda a narrativa.
A rotina burocrática, rígida e fria,
faz desse lugar, algo bem estranho para um sujeito trabalhar (José está ali há
26 anos – ele tem cerca de cinquenta anos e mora ali mesmo, num anexo da Conservatória, o que sobrou do
antigo conjunto de anexos que foram demolidos para a ampliação constante do edifício.
Tem uma chave para a repartição).
À noite ele passeia pelos
arquivos à procura de recortes sobre celebridades. Descobre algo que o
intriga; é sobre uma mulher de 36 anos, divorciada. Meio confuso ele está
com dúvidas e então, uma mudança o faz abandonar sua coleção e procurar descobrir mais sobre a tal mulher desconhecida. Além
de José, Ariadne é o outro nome que é citado (ela que na mitologia grega dá a Teseu o fio para
ele encontrar a saída do labirinto, depois de matar o Minotauro). José começa a sentir uma espécie de amor por aquela mulher-ninguém , ser humano comum,
como ele é.
Sem família e nem ninguém, deixaram
a ele que ele morasse num anexo da Conservatória, desde que não usasse mais a
chave que dava acesso direto ao interior do prédio. pobre José...
Como forma de preencher seu
tempo ocioso, José cria uma coleção de recortes sobre personalidades famosas:
artistas de cinema, esportistas, cantores.
Ele nutre então uma obsessão por essa mulher
desconhecida
(cuja ficha veio grudada à de um dos famosos, na sua "pesquisa") dá razão à suja vidinha; ele
quer encontrá-la. Quem é aquela mulher por quem se apaixonara sem mesmo
conhecer?
José
enfrenta seus medos do dia-a-dia, mente ao chefe para poder sair à procura daquela
mulher desconhecida e fingir ser outra pessoa para encontrar respostas.
Uma mulher forte, um
personagem que se perde (metaforicamente ou não) e o cotidiano, o romance nos
chega como um fluxo
de consciência jorrando de forma engajada com os
problemas do ser humano universal, trazido até numa espécie de prosa poética
politizada.
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sexta-feira, 30 de junho de 2017
José Saramago e o romance "Todos os nomes"
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Rum, cigarros, sexo e música de rádio: Pedro Juan Gutiérrez
O
Rei de Havana.
por Moisés Monteiro
de Melo Neto
Rum, cigarros, sexo e música de rádio:
Havana engana?
Moisés Monteiro de Melo Neto e Pedro Juan Gutiérrez
“Tú
no juegues conmigo/ que yo sí como candela” (“Não brinques comigo/que eu como
fogo”), diz uma canção cubana. Sim, os personagens do livro O Rei de Havana
(224 páginas, 32 reais, Ed. Cia das Letras, SP)do escritor cubano Pedro Juan
Gutiérrez parecem inflamados por este mote. Segundo um depoimento do autor ao
seu povo só resta “rum, salsa e sexo”. Juan não é publicado em seu país por
apresentar Cuba como um inferno miserável, como por exemplo, em sua primeira
obra em prosa Trilogia Suja de Havana.
Segundo nota da editora dele no Brasil, a Companhia das Letras alguns
dos seus leitores vêem no romance uma metáfora apaixonada da atual situação
cubana, mas a literatura dele não é engajada e “passa longe de toda intenção
política doutrinária”.
Pedro
nasceu em Matanzas, Cuba, em 1950. Mora em Havana. Começou a trabalhar aos onze
anos, como vendedor de sorvete e jornal. Foi soldado, instrutor de natação e
caiaque, trabalhador rural, técnico em construção, desenhista técnico e locutor
de rádio. Trabalhou como jornalista durante 26 anos. Dedica-se à escultura e à
pintura e é autor de vários livros de poesia.
Reynaldo,
o “Rei” do título, trocadilho com seu apelido “Rey” rei em espanhol, é um
adolescente de 13 anos que mora num quarto sujo com a mãe prostituta, com o
irmão e com a avó, num subúrbio sujo de Havana em plena crise de 1994, passam
fome e convivem com a miséria. Rey, de tanto repetir a mesma série, desiste de
estudar. Vai aí já uma crítica de Gutiérrez a uma das mais proclamadas
instituições do regime cubano: a escola. O narrador afirma que os professores
trabalham com má vontade e que o sistema está podre.
Longe
da igualdade socialista pregada pela propaganda castrista o que jorra no texto
é a miséria monocórdia e a denúncia do enriquecimento ilícito praticado por
muitos. O foco do autor é o sexo, o sexo pervertido, diga-se de passagem.
É
bem estranho para quem visitou a ilha como eu, junto com um grupo político, e
conversou com os comitês de Defesa da Revolução e outros grupos ligados ao
governo, e teve oportunidade de visitar museus e outras casas ligadas ao lazer
e à cultura (ver matéria em anexo) se deparar com uma visão tão radical quanto
esta do autor. É claro, que ficar em Havana por uma semana e desfrutar de
alguns dólares não dá a ninguém o direito de dizer que conhece aquele lugar. Vi
gente ser roubada, vi pessoas proibidas de ir à praia incomodar os turistas. Vi
pedintes, garotos sendo treinados para enfrentar o império ianque, vi o
cambalacho comercial praticado a torto e à direita. Mas principalmente Havana é
um patrimônio dos cubanos e jamais eles teriam conseguido arranca-la das mãos
dos americanos se não fosse por Guevara, Fidel e Camilo Cienfuegos, para citar
somente três dos líderes da revolução que surpreendeu o mundo no dia 1º de
janeiro de 1959.
Gutiérrez
passa bem longe da cartilha dos companheiros. Devemos observar que a desgraça
que ele expõe, de certa forma poderia acontecer em boa parte do mundo
capitalista e não ter como cenário a esplendorosa Havana.
Mas
vamos lá: é um texto bem perverso. No início da trama, com linguagem bem suja e
apelativa o narrador expõe o drama do seu anti-herói: Rey presencia o suicídio
do irmão, sabe do repentino assassinato da mão e vê a avó ter um ataque
fulminante. É levado para um reformatório onde tentam sodomizá-lo e onde ele
briga para sodomizar, disputando as bichas às tapas com outros detentos
enquanto elas se divertem vendo os “bofes” disputarem-nas entre si. Lá Rey
aprende a fazer tatuagem e rouba um alfinete de um detento, ganha assim a
simpatia de um cara da enfermaria que o presenteia com uma cirurgia que
introduz na sua glande duas pequenas esferas que dali em diante farão a alegria
das pessoas que transam com ele na narrativa, o que inclui várias mulheres e
homens. Ao fugir daquela instituição, que de educativa não exibe nada, Rey se
depara com um mundo mais cão do que já enfrentara no seu “lar” miserável.
Cocaína, rum, maconha, travestis, prostitutas, fome, doenças e muita, muita
sujeira é o que o espera.: “Pra que a gente nasce? Pra morrer depois? Se não
tem nada pra fazer, não entendo para que passar por todo esse trabalho. Viver,
disputar com os outros para não foderem você, e no fim de tudo a merda. Ahh,
tanto faz estar aqui fora como lá dentro” (p. 23), pensa quando foge do
reformatório. Poderia isso ser o que pensa o autor da relação de Cuba com o
resto do mundo? “ Ter filho pra quê?Aqui? Pra sofrer e passar fome os dois[...]
se algum dia tiver filho vai ter de ser de um homem muito especial, e fora de
Cuba”, diz a jovem prostituta Yamilê, amiga do travesti Sandra (p. 77). O
niilismo do autor não poupa ninguém: Gente que tem dinheiro é mais filha da
puta que a gente” (p. 83)
O
romance é impregnado de lirismo e crítica a Havana, mas poderia como já
dissemos acontecer em qualquer lugar, como numa narrativa beatnik, por exemplo.
Quando um bêbado oferece rum a Rey contra o sofrimento, ele diz que não sofre:
tem fome (p. 28). Aliás : “A única propriedade do pobre é a fome” (p.88). Ele é
um errante, dorme pelas ruas e quando entra pela primeira vez numa igreja sua
observação é a seguinte: “tinha uns bonecos grandes colocados aqui e ali. As
pessoas não falavam nada. Se ajoelhavam, sentavam , iam acender umas velas,
falavam em voz baixa” (p. 30).
Revi
pelos olhos de Rey alguns lugares que visitara em Havana: Casablanca, onde está
a enorme estátua de Cristo, em mármore de Carrara e de onde se vislumbra boa
parte da baía de Havana, Matanzas, onde está o balneário de Varadero, o Passeio
do Prado, O Malecón, a cem metros da primeira “casa” (cubículo numa cobertura
onde também se criava, outra prática cubana, animais para abate) do
protagonista. No discurso do narrador, que às vezes se confunde com o do
protagonista, Havana : “ continuava igual, bonita e maltratada, esperando ser
maquiada”.
O
narrador insiste em exaltar a virilidade de Rey: seu falo tem 22 cm e seu poder
de ereção é quase infalível e alucinante para quem prova dele, daí seu título
de “rei”. Logo o mulato se vê envolvido no tráfico e na prostituição, assuntos
tabus em Havana hoje. É um rapaz pobre num país pobre “que só espera chegar a
sua hora” (p. 37). Os turistas são tratados como idiotas que se iludem e querem
se aproveitar de Havana. Muitas vezes são traficantes de órgão que levam
prostitutas para arrancarem o que puderem delas no exterior, o que aconteceu
com uma ex- vizinha de Rey, que perdeu assim os olhos e retornou desgraçada
para Cuba, vítima de um italiano que lhe propôs casamento, objetivo de tantos
nativos. Segundo o narrador, quase ninguém “trabalha”: “Ganha-se mais com algum
negocinho” (p. 44). Rey faz bicos: descarrega caminhões de bananas, trabalha
numa cervejaria trambiqueira, dirige um triciclo, e não se detém nem diante de
roubar uma pobre senhora que viajara com seus filhinhos durante 22 horas dentro
de um desconfortável trem desde Santiago. Nosso anti-herói também pede esmola
segurando um São Lázaro ( que ao lado de Santa Bárbara e A Virgem da Caridade
do Cobre cujas imagens são quase onipresentes em Havana).
Às
vezes a narrativa nos lembra algo de Jorge Amado: as amantes de Rey, algumas
são velhas, uma delas uma cartomante quer fazer uma “limpeza” no seu corpo
carregado, ele não deixa, outra de suas amante é Sandra, um travesti que
incorpora uma entidade chamada “Rosa”, mas sua preferida é Magdalena, uma
prostituta vendedora de amendoins, moram num prédio à beira do desabamento, o
que ocorre depois de uma chuva torrencial, com quem pretende ter um filho e cujo caso termina em tragédia
no final do livro. O sexo entre ele e esta última é permeado com requintes de
podridão que inclui não se lavar, por falta de água e por “hábito” e usar isso
como fetiche. Boa parte dos cubículos, onde transcorre a narrativa são imundos.
Defeca-se num papel e joga-se no telhado do vizinho. O narrador passa tanta
fome que chega à beira da morte. Suas roupas vão se puindo com o uso e ele tem
que roubar outras, muitas vezes dos turistas nos balneários. Rouba pão dos
vendedores e ganha dólares em show pornô.
Os
voyeurs merecem destaque, principalmente os que freqüentam o Parque Maceo,
próximo ao Malecón, imenso calçadão que contorna boa parte da velha Havana.
Alguns depois de se satisfazer, saíam “feito caranguejos”, escondendo o rosto.
É
difícil falara sobre a miséria sem falar de zoomorfismo, mas Gutiérrez exagera.
Os cubanos são comparados a porcos, macacos e por aí vai numa trajetória que
inclui c oveiros que roubam roupas e dentes de ouro de defuntos e esmagam
cabeças dos concorrentes, necrofilia, masturbação, etc..
Uma das tradições de Havana é retratada no
romance: o carnaval: “negros lutando por uma jarra de cerveja péssima, barata e
avinagrada”(p. 84).
As
transições do romance, que por sinal não é dividido em capítulos e tem sua
narrativa quase em forma de fluxo de consciência, são bruscas e às vezes um
pouco desconexas em meio à fome, trapaça e violência.
A saga de Rey parece água suja escoando
lentamente numa pia engordurada e podre. Vai tomar banho de mar e sente um
enorme peixe a lhe rondar e pensa que ele quer devora-lo. Aproxima-se um final
nos moldes do grand guignol: medo, violência, assassinatos, horror numa
trama macabra.
Depois
de perder o quarto Magda e Rey vão parar num container perto de um lixão onde
por ciúme Rey e Magdalena protagonizam
um passagem cujos diálogos são violentos ao extremo. O desfecho do livro é para
lê de chocante. Envolve lixo, ratos, urubus e necrofilia.
Não.
Não é aquela ilha do Caribe com a qual revolucionário e turistas sonham. A
Havana de Gutiérrez é pau, pedra, o fim do caminho.
sexta-feira, 23 de junho de 2017
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Fracassos da COMPESA: Recife é esgoto a céu aberto.
Esgoto aberto e fedendo há um ano: rua gervásio pires esquina com av. conde da boa vista, reclamações em vão. Foto de hoje
TELEFONE DA COMPESA: 0800 081 0195
Eis o esgoto a céu aberto na Gervásio Pires, esquina com av. Conde da Boa Vista (ao lado do Shopping Boa Vista, etapa nova)
TELEFONE DA COMPESA: 0800 081 0195
TELEFONE DA COMPESA: 0800 081 0195
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Os mercados públicos no Recife
Poucos locais
refletem tão
bem a verdadeira
alma
de uma cidade
quanto
seus mercados
públicos.
Neles, a
história e a cultura
popular estão
retratadas na
gastronomia, no
artesanato,
nas figuras
populares
e nos objetos e
artigos
comercializados.
Vale a pena
conferir.
Mercado de São José
Nos vários
corredores deste histórico
mercado público
(1875) tem de tudo
um pouco, desde
o artesanato às ervas
medicinais e
artigos de xangô. Uma
interessante
opção para quem deseja
conhecer a
“sorte” são os búzios e o
tarô jogados no
Mercado.
Praça Dom Vital,
s/n, São José.
Tel.: (81)
3232-2319 (posto
de informações
turísticas).
Funcionamento:
6h/18h
(seg. a sáb.); e
6h/12h (dom.).
Mercado da Boa Vista
Ponto de
encontro de intelectuais e
poetas, tem suas
tardes dos sábados
transformadas em
informais recitais de
poesia. Rua de
Santa Cruz, s/n, Boa
Vista. Tels.:
(81) 3421-1171/9192/9194.
Funcionamento:
6h/18h (seg. a sex.);
6h/20h (sáb.); e
6h/14h(dom.).
Mercado da Madalena
Construído na
década de 20, recebeu
o nome de
Mercado Bacurau por
funcionar no
período noturno. Seu
reforçado café
da manhã reúne os
baladeiros da
cidade. Ao lado, a
tradicional
Feira dos Passarinhos.
Rua Real da
Torre, 270, Madalena.
Tels.: (81)
3445-1170/0743.
Funcionamento:
6h/18h (seg. a sáb.); e
6h/13h (dom.).
Mercado da Encruzilhada
Aos sábados, a
Praça de Alimentação
do Mercado da
Encruzilhada reúne
gente de todos
os bairros da cidade.
Ali, a pedida é
saborear uma
cachacinha – tem
as melhores
do Brasil – e
provar pratos típicos
a bolinho de
bacalhau de receita
tipicamente
portuguesa.
Rua Dr. José
Maria, s/n, Encruzilhada.
Tels.: (81)
3427-6182/3077-0471.
Funcionamento:
6h/18h (seg. a sáb.); e
6h/13h (dom.).
Recife te quer -
abril, 2008 | 29
Mercado de São
José
Um domingo
tipicamente recifense é apresentado neste roteiro, que
amanhece em Boa
Viagem, uma das praias urbanas mais bonitas
do Brasil,
assiste missa na secular Igreja de Santa Tereza da Ordem
Terceira do
Carmo e descortina as muitas delícias da capital de
Pernambuco,
primeiro pólo gastronômico do Norte e Nordeste
brasileiros.
Ainda neste domingo, a oportunidade de conhecer um
pouco mais sobre
Pernambuco no Palácio do Campo das Princesas,
de comprar
produtos artesanais no cenário de uma cidade com mais
de 470 anos de
história e de dançar os imperdíveis ritmos da terra.
Despreparo ao salvar vítima, em Londres
Sobre o incêndio num prédio em Londres, a semana passada.
Como, numa cidade daquelas isso pode ser admissível?
Como, numa cidade daquelas isso pode ser admissível?
quinta-feira, 15 de junho de 2017
HOJE NO SÍTIO TRINDADE, QUADRILHAS JUNINAS DO RECIFE: o show continua! Recife, 15 de Junho 2017
1 QUADRILHA ZÉ MATUTO | ESPETÁCULO 2017 “O GALOPE DO RECIFE ASSOMBRADO” Inspirado na obra de Gilberto Freire, Assombrações do Recife Velho e na obra de Carneiro vilela, A emparedada da Rua Nova.
Resumo
do Tema A história do Recife esta rodeada de lendas urbanas que fazem parte do imaginário
e da história do povo pernambucano. O rio Capibaribe guarda em suas águas
histórias de pescadores. Os sobrados, ruas e praças mantem em suas edificações
marcas de um tempo onde as pessoas acreditavam seriamente em eventos
sobrenaturais. São inúmeros bairros e monumentos históricos cheios de mistérios
esperando para serem desvendados. A Cruz do Patrão, o Riacho do Prata, a Praça
chora menino e a Rua Nova são locais por onde no passado, dizem os recifenses,
se viam criaturas do outro mundo, visagens e malassombros. Segundo Gilberto
Freire no conto O Riacho da Prata,a noite de São João é propicia a estes
eventos:“ Na noite de São João, hei de banhar-me no açude, nessa noite é benta
a água, para tudo tem virtude”.(Assombrações do Recife Velho) Nestas noites é
mais facil as aparições de personagens como o Boca de Ouro, A Emparedada da Rua
Nova ou de alguem que levou uma carreira da Perna Cabeluda. Desta maneira,
mantendo a linha de criação da quadrilha Zé Matuto com pesquisa e embasamento
histórico, ela se “reinventa” sem perder a sua caracteristica mais marcante, a
de produzir espetáculos cada vez mais regionais, cada vez mais pernambucanos.
2 Junina mandacaru
SINOPSE
O sertão está em festa! Um inverno de dar
gosto. A colheita foi farta e o verde se estende por toda parte. Dorotéia está
muito feliz, não vê a hora da festa começar. Quem sabe nesta noite não
encontrará seu grande amor? Tia Nanã, porém, muito ranzinza, proíbe a festa na
Fazenda Felicidade.
Tia Joaninha, que é boa, conta para
Dorotéia que existe um lugar onde a festa de São João é linda, basta esperar o
arco-íris aparecer e seguir o caminho até as brenhas de Jeritacó. Neste reino
existe um poderoso mágico que pode realizar qualquer sonho.
Ao lado dos seus “brinquedos” inseparáveis
Dorotéia, segue pelo arco-íris em busca da festa de São João. Como num sonho,
seus amigos vão em busca de seus desejos, embarcando numa aventura nordestina.
...
3
JUNINA NA EMENDA TEMA:O BAILE
NO BORDEL ENCANTADO
( Inspirado
em obras da
literatura de cordel
e causos populares) RESUMO DO
TEMA
Um
grande baile é
organizado no bordel
mais famoso da
região para escolher
um noivo para
o casar com
Gabriela, a quenga virgem, tudo
regado á muita
dança, poesia e música
de artistas regionais
SINOPSE:Gabriela é
a quenga virgem
da cidade de Mato Seco. Filha
de D. Santa, mulher
fervorosa e devota
da igreja, mas foi
criada por sua irmã
Rosa , a dona do
bordel mais famoso
da cidade: O
BORDEL ENCANTADO.
Rosa criou
Gabriela com muito
zelo, mas mesmo
assim, todos na cidade
falavam da pobre
moça, pelo fato de
ter sido criada
num cabaré, lugar onde
moram as moças
que fazem a
alegria dos homens
da cidade, daí o
falatório contra a
pobre coitada “ a quenga
virgem “.
Para acabar
de vez com
esse falatório , Rosa resolve fazer
um concurso para
escolher um noivo
para Gabriela.
O campeão, teria a
honra de casar
com a sua
filha e dar
um nome `a
quenga virgem.
Como presente
de casamento, dará uma
grande festa para
selar a união.
O casamento
foi um dos
maiores e mais
famoso evento da
região e dizem até,
que o baile
durou sete dias.
...
RAPOSART; TEMA ACORDE ON Resumo sobre o tema A PERSONAGEM AMELNHA VOLTA A SUA CIDADE NATAL PARA MARCAR O CASAMENTO DE SUA IRMÃ MAIS VELHA, MAS CHEGANDO LÁ SE DEPARA COM UM CENÁRIO TOTALMENTE DIFERENTE DO QUE ELA ESPERAVA, COM A AJUDA DE PERSONAGENS IRREVERENTES, UM ACORDEON MÁGICO E MUITA FÉ AMELINHA FARÁ DE TUDO PARA CASAR SUA IRMÃ E AINDA TRAZER DE VOLTA AS BRINCADEIRAS DE SÃO JOÃO.
......
ARROCHA O NÓ: RESUMO
DO TEMA
SÃO JOÃO XANGÔ MENINO A
quadrilha vem tratar de um tema de real importância que perdura desde a
antiguidade até os dias atuais - a intolerância religiosa; contando a história
de um amor que é impedido pelas diferenças de credo de uma cidade; Trazendo
como pano de fundo o sincretismo religioso de São João, no Catolicismo e no
Candomblé pelo Orixá Xangô.
O projeto não vem
defender religião, julgar certo ou errado, nem questionar a fé... Vem apenas
impulsionar ao público receptor e também interno a uma reflexão sobre a real
situação da atualidade acerca dos valores pessoais, e
respeito ao próximo.
........
CAFUNDÓ. “SINÓPCIA” DO TEMA Depois ele trabalhar a
terra e plantar as sementes, nada mais alegre do que colher os frutos, celebram
a fartura das colheitas. Devotos de Sao João conta a história do
desaparecimento do sol, que se escondeu deixando a terra escura e triste. - O
noivo e a noiva iam se casar à luz de uma fogueira, mas se perdem. A boneca de
milho não madurece ern espiga e o pássaro Uanami não canta mais. Só há uma
maneira de trazer a alegria de volta, realizar o casamento e dançar quadrilha
achando o sol. Os personagens passam por várias provas nessa busca sem perder a
coragem, a fé e o sonho. Baseado em brincadeiras populares, devotos de São João
e uma adaptação do livro BANDEIRA DE SÃO JOÃO que encantará públicos e jurados
e todos os cantos.
...
A Junina Chiclete com
Banana em 2017 vem com seu espetáculo resgatar a tradição das quadrilhas
juninas, trazendo à tona o colorido e alegria que um quadrilheiro sente no
período junino resgatando através do seu repertório a magia das quadrilhas juninas
de antigamente.
TEMA
NO MEU TEMPO...
- Vovô o que o senhor
está fazendo uma hora dessas aqui fora?
- Ha minha neta, eu
estava pensando aqui no meu tempo!
No meu tempo a festa junina tinha um
clima gostoso. Meu nome é Antônio e eu vou lhe contar que no meu tempo nas
festas juninas a melhor coisa pra mim era dançar quadrilha, a vila ficava em
festa a meninada ajudava na decoração e eu ficava encarregado de organizar a
quadrilha que no meu tempo era muito diferente.
Tinha que ter casamento matuto com
direito a moça fogosa e noivo fujão que logo depois de ser casado a força já
que não tinha mais jeito se juntava com os amigos pra dançar as quadrilhas.
A festa durava a noite toda, era uma
alegria só, eu ficava muito orgulhoso em ver minha quadrilha junina animando a
vila.
No
Meu Tempo todos brincavam em segurança, dançar quadrilha para nós era só
alegria, o povo animado brincava o mês inteiro, mais quando chegava no fim do
ciclo junino ficávamos tristes, pois era chegada a hora de nos despedirmos das
festividades juninas, a única coisa que nos animava era saber que em alguns
meses estaríamos todos juntos novamente para dançar quadrilha.
...
A Quadrilha
Junina Explosão Sertaneja vem contando a historia de Jeremias, um vaqueiro
nordestino assassinado depois de uma entrega de gado a um
grande fazendeiro Coronel Antonio pai de Rosa, onde o mesmo realizará uma
grande festa em comemoração ao casamento de sua filha, e a entrega dos gados. O
vaqueiro Jeremias após sua morte terá sua entrada proibida no paraíso,
pois ele terá que perdoar aquele que tirou sua vida, e voltando a porta do
céu o mesmo ainda não poderá entrar pois precisará adquirir o perdão de sua
esposa, que por não saber o que tinha acontecido fica-lhe jogando maldição .Ao
final sua esposa descobre o que tinha acontecido e o perdoa ,os dois terá um
ultimo encontro que sera emocionante...
..
TEMA : DOIS CORAÇÕES
UM SONHO DE AMOR RESUMO DO TEMA A Junina Matutinho 2017 vai contar a historia
de Carolina e Luiz duas crianças que tinham um sonho , sonho esse de serem
noivos da quadrilha quando adultos. Eles dançavam na quadrilha mirim a
quadrilha era tradicional e durante o ensaio juraram um ao outro que quando
estivessem mais velhos iriam realizar o sonho. O que eles não sabiam é que o
destino iria separar os dois ainda crianças. Luiz teve que ir para capital com
seus pais , já Carolina ficou no interior na despedida Carolina da de presente
uma flor para Luiz e pede que que ele guarde de lembrança , a flor que ela levava
sempre na cabeça e ele como forma de gratidão lhe dar um beijo. Anos depois na
festa de 25 anos da quadrilha Carolina seria a noiva da quadrilha mais estava
triste, pois mesmo passado o tempo ela não teria esquecido Luiz , o qual teriam
jurado serem noivos juntos da Junina Matutinho. No dia de São João a quadrilha
vai fazer o baile para comemorar seu aniversario , sabendo disso la na capital
Luiz quer correr e voltar para sua antiga cidade, além de gostar da quadrilha
ele não teria esquecido Carolina , sabendo que Luiz iria voltar Carolina fica
felicissima com a noticia e decide procurar Luiz no baile e fazer o convite
para ele ser o noivo da quadrilha junto com ela , quando se encontram ela faz o
pedido de ser noivo com ela , o moço além de aceitar declara-se para meiga moça
que corresponde o seu amor levando os então ao casamento.
SULANCA: O CASAMENTO DE ROSA Resumo sobre o tema Na pequena
cidade de FLORES, Rosa ( belezinha ) está pra se casar, e tem um sonho: se
casar na noite de SÃO JOÃO, na igreja de SANTO ANTÔNIO, ter uma linda festa no
pátio da igreja, e o mais importante: UM BUQUÊ DE NOIVA mais lindo do mundo.
Para escolher o buquê, Rosa pede ajuda às suas 3 grandes amigas: ROSINEIDE,
ROSYMERE e ROSILDA. Só que elas não sabem que Perpétua, a solteirona da cidade
fará de tudo pra atrapalhar o casamento de Rosa com Florisvaldo. Será que Perpétua
conseguirá aplicar seu plano maléfico? Só assistindo a JUNINA...
...
BRIGÕES TEMA: OURIÇADA
O
espetáculo que esta sendo preparado para 2017 vem mostrar de formas cênicas e
lúdicas as a cultura, a arte e as estórias da festa da ouriçada que é realizada
por pescadores e marisqueiras nativos da
Praia de Suape dentro de uma festa
junina com seus ritmos e folguedos. Com muito encanto o espetáculo da quadrilha
junina Brigões de Suapevem de forma cultural e folclórica apresentar o que
temos de mais envolvente em nossa festa juninas, Em especial os registrados na
memória desta gente desse pedaço do
Brasil.
A brigões em seu espetáculo vai mostrar as vivencias nativa das
tradições na realização da festa da Ouriçada na concepção do povo praieiro da
comunidade de Suape.
Trabalharemos com os atrativos de uma festa que no passar dos anos atrai
muitos visitantes e turistas para a nossa região, dando informações da
importância dessa data para a comunidade e Região.
A
Quadrilha Junina Brigões de Suape, vem no intuito de continuar sendo um grupo
forte dentro e fora de Pernambuco por isso, apostamos no tema do espetáculo e
acreditamos no sucesso desta proposta. A quadrilha desenvolve trabalho com a
comunidade local buscando os jovens ociosos para junto da arte e da cultura
contribuindo socialmente para o desenvolvimento do cidadão. O grupo é formado
por integrantes jovens e adolescentes da
nossa comunidade e região.
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Chinelar
2017 Release do Tema A festa do pau da bandeira é realizada em algumas cidades
do nordeste, em especial na cidade de Barbalha no CE. É uma festa em devoção
aos santos do ciclo junino: são Antônio, são João e são Pedro. Os homens entram
na mata, cortam uma árvore, tiram o tronco, de preferência que esteja reto,e
seguem em procissão por toda cidade, asteando- o no centro todo decorado por
fitas e por bandeiras com imagens dos santos. Reza a lenda que a pessoa que
toca o mastro durante o cortejo, consegue casar. Tendo em vista, que o mastro é
abençoado, por conta de , antes do tronco ser retirado da mata , os homens
ajoelham - se, rezam e não cospem no chão durante o ato. Em 2017 a junina
Chinelar apresenta o tema intitulado:"O mastro", que conta a estória
de uma moça que toca o no mastro e resolve casar em plena festa do pau da
bandeira , na cidade de Barbalha.
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LUZ DO
CANDEEIRO
Rua Ana Rosa
Cordeiro de Melo, s/n, Rosanópolis - Caruaru – PE
Caruaru, 11 de
maio 2017.
PROJETO
– RESUMO DO TEMA 2017
A quadrilha surge com o tema "As cores do São João através do
barro" retratando um artesão e seus bonecos, e o encanto do amor pela
sua boneca (Menina dos seus olhos), mas nesta história entra o menino levado
"Zezinho" que faz acontecer a magia, juntos descobri um mundo
imaginário cheio de cores, vida e emoção. Assim o artesão "Marcos
Antônio" apaixonado pela arte do barro e por sua boneca Aurora vivem um
lindo casamento encantado e Zezinho o seu maior sonho, ter todos os bonecos
alegres e coloridos. Vamos nos divertir nesta linda e emocionante história - AS
CORES DO SÃO JOÃO ATRAVÉS DO BARRO.
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RELEASE
DO TEMA DA QUADRILHA JUNINA MESTRE ZÉ 2017
Para o ano de estreia da quadrilha no ciclo
junino decidimos abordar um fator social dentro da festa junina como forma de
chamar atenção da sociedade para esse mal que assola a todos e que muitas vezes
é esquecido que é a violência contra mulher, como fonte de inspiração tivemos
um poema de um autor desconhecido por título, hoje recebi flores que nos
deu base para pesquisa e adaptação do tema para o junino, porém de forma
educativa e sem apologias a tal prática que para nós é repugnante. Iremos
enfatizar que tal ato existe em todas as situações, mas que para o mesmo existe
solução que é a denúncia mostrando que amor e desamor andam lado a lado, mas
que primeiramente a mulher deve se amar e continuar derrubando as barreiras do
preconceito expandindo seus horizontes na vida social, profissional e,
sobretudo pessoal.
Dentro desse contexto criamos a história de
Maria da Graça. Uma mulher sonhadora e batalhadora que adorava tocar e cantar,
talento herdado do seu pai. De família pobre sempre tocava na praça da cidade
de Esperança para juntar gorjetas e ajudar seus pais até que conheceu José
Carlos um homem importante e que estava na cidade a negócios, ambos se
apaixonaram e logo se casam. Como diz o ditado que no começo são flores e nos
finais espinhos em pouco tempo de casamento José Carlos já se impôs dizendo que
mulher dele tem que cozinhar lavar e passar em meio a uma discussão ele comete
o ato da violência e logo Maria da Graça procura seus direitos e resolvi denunciÁ-lo. Apesar de tanto amor entre os dois o
final dessa história irá surpreender a todos, pois enquanto umas resolvem
receber flores outras as descartam de sua vida.
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S I N O P S
E
Caminheiros sem destino, o destino é Deus quem dá. Sempre em paz comigo
mesmo, coração só pra cantar*. Retirantes, romeiros,
cangaceiros, mambembes, ciganos, brincantes... andantes que perderam o medo de
se perder, encontro de quem caminha junto. Seguem num sonho-sina-saga, os
passos de Viramundo, rumo às terras de Benvirá. Na estrada: encontros,
encruzilhadas, sortes, embates, amores... O sentido, o norte, a direção:
nascimento de São João. A estrela guia, a fogueira anuncia, nasce o menino.
Chegança de matulão abarrotado: presentes em forma de canto, dança e louvação. A noite canta pro mundo e eu canto pra São
João**, embalando o menino pro mundo não se acabar... até o sol de amanhã,
pra ele acordar e “seguir o passeio” de um novo caminhar.
*Orélia - Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga
** Relógio, Caixinha e Pião – Thomaz Pedroso e Dudu Alvez
P E R S O N
A G E N S
Viramundo (marcador) – Rulio Vangellis
Juca Tito (noivo) – Halisson Santana
Orélia (noiva) – Gabriela Menezes
Cigana (Aurora) – Leila Nascimento
Anjo – Anderson Carvalho
Isabel – Flávia Silva
Zacarias – Anderson Almeida
A R G U M E
N T O
O INÍCIO... A ESTRADA... O
ENCONTRO...
Juntando gentes de sonhos e fé, a
estrada não é só um percurso, um caminho. É um lugar metáfora, pátria andejante
e peregrina, arregimentando um povo que de tão diverso, chega a ser igual!
Portais do sem fim são cruzados pelos guardiões
dos devaneios: os andarilhos... E eles se descobrem no pó da estrada.
Sorte ou azar? Sei lá! Deus é que é o
senhor do destino! Não carece ler a mão!
Mas, fique à vontade, faça do seu
jeito, nunca foi demais ousar, ser atrevido!
São muitos, são todos... Tem os que
retiram... Também os que fazem versos... Aqueles que fogem da lei, ou quem
sabe, do desamor. Há os que encenam quimeras e os que propagam a fé!
Descrever essa peleja da vida
estradeira é vasculhar, num tempo de memória, a migração perene do ser. Aqui
acolá, se achando e se perdendo, obstinado menestrel da existência, na poesia
da viola e da cantiga.
VIRAMUNDO... MESTRE DE CERIMÔNIA...
AQUELE QUE É...
Êh, mundo virado! Êh, Viramundo!
É ele mesmo o Senhor do levante!
Deslumbrado e fervorosamente
deslumbrante, aferrado pregoeiro da verdade e da utopia, que assinala o caminho
e desvenda o mundo inteiro, como lugar de morada.
Um “encantado”, misturando
transcendência e concretude... “A Loucura: Sol que não deixa o juízo
apodrecer”...
Mestre de Cerimônia dessa AnDança e pai da
alforria.
Anunciador arrebatado e profético do
fogo e do menino bendito!
Entonce se a gente veve é lutando, entonce a gente deve se arreuni!
Pra viver, sorrir, encontrar e
transbordar.
O CANTADOR... ENCANTO ESTRADEIRO...
Porém, não é só de mistério que se faz
o estradar. Moda de viola, encantos e encontros constituem inspirações para o
cantador, e ele, amigo de jornada e prosa farta, diz a loa, enfeita o verso, e
faz da palavra PARTIDA o seu mote.
Agora é ir marchando. É o Mundão de
Deus que abraça o povo andante, sem medo do que surgirá. E por derradeiro, se
sabe que virá do bom e dos contrários!... Mas tudo faz parte da vivência e do
brinquedo. Até noiva que foge porque resolveu que ainda não é tempo de casar.
TEM NOIVA QUE SURPREENDE... DESISTE
DE CASAR...
Sim, é dolorido, mas forçoso, saber que
tem um tempo de perder pra se achar!
Partir quase nunca se define com
serenidade. A bússola é quase sempre, o coração do caminhante. Encruzilhada, quatro cantos, uma escolha,
onde caminhos e descaminhos se confundem.
E, na buliçosa ânsia de avançar, aprender
a cada palmo do caminho que:
O que dá pra rir dá pra chorar, questão só de peso e de medida, problema
de hora e de lugar, mas isso são coisas da vida!
E O CORTEJO CRESCE... E CHEGA
GENTE QUE SEDUZ E ENDOIDECE!
Surpresas e arrebatamentos se
sucedem... Os raios do sol feito um farol, trazem Aurora cintilante, fascínio, quimera e magia pra os olhos insones
que a acolhem e ficam presos aos seus segredos e enigmas.
A PASSAGEM E A CERTEZA DE
ONDE SE QUER CHEGAR...
Comboio abraçando os ventos rumo a Benvirá!
- Virá Bem, terra da bem-aventurança, onde a
abastança consiste em existir... Assim seja e assim será! Uma morada ancorada
em solo fértil e alastrada em braços de uma mesma raiz.
Em nome da fé, que nunca falha, surge o
anunciador daquele que virá para anunciar.
Anjo de luz, ginete sereno, arqueiro da
alegria e da Boa Nova.
... Mensageiro do Senhor...
Revigorados sejam os laços de amor, cumplicidade e folia,
Encontrado seja o menino sagrado,
Dono da fecundidade e da festa...
Amém!
Busca, entrega paixão, é o fogo fátuo
queimando voraz!
AURORA, O CAMINHO E A
ILUSÃO...
Vara a noite, corre o dia, a estrada se
avoluma e a travessia se expõe como forma de chegar... Mas como em cada ser
vivente habita os todos humanos, o caldeirão já fervente, tempera com, doce e amargo,
mentiras e cobiças o claro, escuro dos avessos que lutam dentro de nós...
Misturam-se paladares e formas diversas de ser!
Assim a Aurora anoitece, esquece que é
resplendor, endoidece de vaidade e só por puro capricho, desvia o rumo do
ofício.
Porém, como já é manifesto, a própria
sacralidade habita também no profano e no mais pequeno de nós, assim, depois do
caso passado, do susto e da reação, é a própria Aurora encantada, que traz a
tocha do fogo, distinguindo o lugar certo da fogueira de São João.
A SAGA HUMANA... FÉ...
CRENÇA... FESTA E VIDA...
A estrela anuncia o menino nasceu!
Salve São João! São João dos Carneirinhos... De cabelo enroladinho a fazer festa no
céu. Seus mastros, seu fogaréu, balões, bois e bandeiras, casamentos, advinhas,
agouros e ladainhas, danças, cantos, procissões. Tudo em você é encontro e
motivo pra festejar.
Tem casório, louvação, tem presente e
MATULÃO!
OFERTÓRIO... DOAÇÃO...
Matulão... Uma palavra pouco usada, de
sentido, tão vasto e tão pequeno, que muitas vezes nem é entendido! Quem sabe,
talvez, num dicionário de apreço e de lembranças, se encontre seu lugar e a sua
definição.
É que não se traduz pela palavra,
talvez se compare ao anseio do mambembe e caminheiro, que faz dessa bagagem
pura essência transbordante de festa.
Eis o nosso compromisso, assim
cumprido: Matulão abarrotado do que somos.
ESTE É SÃO JOÃO...
São João está dormindo, não acorda não!
A curiosa cantiga apela ao dono da
festa que durma. Repousa menino
travesso, enquanto dure a brincadeira! Mas que estranheza é essa?
Como diz a voz do povo, e isso não é
segredo, caso a criança acorde querendo brincar, a terra incendeia! Então o
silêncio é refrão que embala o pequenino no colo da mãe.
São João está dormindo a folia se
alastrando, rompendo a barra do dia... E no meio disso tudo num emaranhado de
lógicas, lá se vai mais um ciclo, uma aura de encanto, um tempo de louvação, a
espera de outro junho pra recriar a função.
...
SANFONEAR TEMA 2017
A rabeca ou rebeca é um instrumento musical de cordas
friccionadas, que se assemelha muito ao violino. Mas apesar da semelhança
entre os dois, a rabeca é considerada um instrumento com identidade,
sonoridade e formas bem peculiares, próprias.
Existem
algumas referências bem antigas relacionadas ao uso do instrumento em festas
populares no Brasil, desde o período da colonização.
Portanto,
pode-se até dizer que as rabecas passaram a fazer parte do cenário da música
brasileira (e no forró segundo alguns pesquisadores), primeiro que a sanfona.
Hoje
em dia existem até orquestra de Rabecas no Brasil, A Orquestra de Rabecas
Cego Oliveira - CE e a Orquestra de Rabecas de Pedras de Fogo-PB são alguns
exemplos da ascensão e da visibilidade que esse instrumento tem ganhado no
Brasil e até fora do país.
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Portanto, com a volta da
Quadrilha Junina Sanfonear em 2017, iremos fazer e brincar “UM SÃO JOÃO
RECADO”, Onde a Rabeca terá um grande destaque nos arranjos e solos das
músicas, até a parte final do espetáculo onde haverá um casamento perfeito de
sons (Rabeca e Sanfona), bem como, dos noivos. Mostrando com isso a importância
da Rabeca para dar melodia a tantos sons de brincadeiras populares do nosso
Nordeste e do nosso país, e muitas vezes é um instrumento que não ganha ênfase.
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