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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Questões sobre Literatura Brasileira Contemporânea. Prof. Moisés Monteiro de Melo Neto

Preaparei estas questões para vocês, espero que gostem:




1.     Leia o texto e responda

TESTAMENTO DO HOMEM SENSATO
CARLOS PENA FILHO


Quando eu morrer, não faças disparates
nem fiques a pensar: Ele era assim...
Mas senta-te num banco de jardim,
calmamente comendo chocolates.

Aceita o que te deixo, o quase nada
destas palavras que te digo aqui:
Foi mais que longa a vida que eu vivi,
para ser em lembranças prolongada.

Porém, se um dia, só, na tarde em queda,
surgir uma lembrança desgarrada,
ave que nasce e em voo se arremeda,

deixa-a pousar em teu silêncio, leve
como se apenas fosse imaginada,
como uma luz, mais que distante, breve.

Marque a alternativa correta sobre o poema:

a)     Tipicamente modernista, abolição dos modelos tradicionais de fazer poema.
b)    Tom otimista e melancólico.
c)     Trata-se de um soneto. Há uso de rimas.
e)     Poema com influência da primeira geração do modernismo.


2.     No trecho abaixo, MAURO MOTA, faz uma crítica a que tipo de situação?

BOLETIM SENTIMENTAL DA GUERRA NO RECIFE

Meninas, tristes meninas, 
de mão em mão hoje andais. 
Sois autênticas heroínas 
da guerra, sem ter rivais. 
Lutastes na frente interna 
com bravura e destemor. 
(...)  E os presentes? Os presentes 
eram vossa tentação. 
Coisas que causavam aqui 
inveja e admiração: 
bolsas plásticas, a blusa 
de alvas rendas do Havaí, 
bicicletas "made in USA", 
verdes óculos "Ray Ban". 
Era um presente de noite 
e outro dado de manhã, 
verdadeiras maravilhas 
da indústria de Tio Sam. 

a)     Modernização do Recife.
b)    Prostituição no Brasil.
c)     Ao amor contemporâneo.
d)    Ao relacionamento entre soldados e moças durante a 2ª guerra em terras brasileiras.
e)     À futilidade de certas garotas.


3. Sobre a obra de Osman Lins:
Leia o trecho do RETÁBULO DE SANTA JOANA CAROLINA e marque a alternativa incorreta:

A velhice é feito um caranguejo, não envelhecemos por igual. Ela vai estendendo, dentro de nós, suas patas. Às vezes, começa pela espinha, outra pelas pernas, outra pela cabeça. Em mim, começou pelos sonhos: dei para sonhar, quase todas as noites, com as pessoas de antanho. (Em Joana, esse caranguejo estendeu de uma vez as suas patas. Atacou-lhe os rins e o rosto...)”


a)     O texto trabalha com elementos inovadores.
b)    Podemos falar de um “TEMPO MÍTICO – CIRCULAR”, não-linear, religando personagens a dimensões cósmicas.
c)     É como se as horas fossem eternas e, paradoxalmente, efêmeras.
d)    Trata-se de um texto bastante convencional.
e)     O texto nada traz de inovação.


3.     DALTON TREVISAN: O microconto. Leia o texto e marque a alternativa incorreta:

Assustada, a velha pula da cadeira, se debruça na cama:
– João. Fale comigo, João.
Geme lá no fundo, abre o olhinho vazio:
– Bruuuxa... diaaaba...
– Ai, que alívio. Graças a Deus.


a)     No Brasil, um dos  primeiros exemplares  de “microconto”, chamado pelo seu autor de ministória, foi de Dalton Trevisan, em 1994.
b)    Podemos afirmar que o texto acima poderia ser um destes microcontos.
c)     Em trinta palavras o narrador apresentou personagens em movimento dentro de determinado espaço.
d)    O espaço surge caracterizando o básico de uma narrativa.
e)     Não podemos encontrar no texto nenhum traço de humor.



  1. ARIANO SUASSUNA
“Eu vi a Morte, a moça Caetana,/ com o manto negro, rubro e amarelo./Vi o inocente olhar, puro e perverso,/ e os dentes da Coral da desumana// Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel(...) Ela virá, a Mulher aflando as asas,/ com os dentes de cristal, feitos de brasas(...) só assim verei a coroa da Chama e Deus, meu Rei,/ assentado em seu trono do Sertão”.  Ariano Suassuna (Sonetos: “A Moça Caetana” e “A Morte”)
 Sobre Ariano e sua obra. Marque a alternativa incorreta:

a)     Trata-se de um autor regionalista.
b)    Nos seus textos prevalece a comédia, embora não seja esse o caso do trecho acima.
c)     É autor de A farsa da boa preguiça, que pelo título deve ser um romance farsesco, como o são Fernando e Isaura e O auto da compadecida.
d)    O poema acima é de cunho religioso e tem traços regionalistas.
e)     Ariano destaca-se como dramaturgo.


5.     Leia o trecho e marque a alternativa incorreta:

“E o rim não é meu? Logo eu que ia ganhar dez mil, ia ganhar. Tinha até marcado uma feijoada pra quando eu voltar, uma feijoada. E roda de samba pra gente rodar (..) E o rim não é meu, sarava? Quem me deu não foi Aquele-lá-de-cima, Meu Deus,Jesus e Oxalá? (...) O esquema é bacana. Os caras chegam aqui levam a gente para Luanda ou Pretória. (...) Puta oportunidade só uma vez na vida”. (Contos Negreiros, Marcelino Freire)

a)     Na obra Contos Negreiros, Marcelino Freire aborda temas como, tráfico de órgãos.
b)    A paisagem urbana é o cenário principal de seus cantos (contos). Recife e São Paulo, as zonas de prostituição, morros, favelas e pontos turísticos, tornam-se palcos para a exposição de uma realidade complexa e miserável.
c)     Na cidade são representados  negros, índios, traficantes de órgãos e de drogas, e turistas sexuais.
d)    São narrativas (contos e crônicas) em linguagem coloquial, memorial e, às vezes, musical, baseada na oralidade (ladainhas e canções nordestinas).
e)     O trecho em questão mostra a pobreza, o comércio ilegal, o corpo como moeda, o que de certo modo, torna este tipo de literatura um modo escapista de texto para atrair o leito a um não-engajamento com este tipo de situação.



2 comentários:

  1. Oi professor! :) Gostei de ver o Osman Lins e o Marcelino Freire por aqui. Estive estudando eles dois este semestre num curso sobre "o Brasil na tradução" e foram justamente estes dois textos os que eu achei mais interessantes. O Freire eu não conhecia antes (foi da época que eu saí do Brasil) e gostei tanto que provavelmente vou trabalhar mais com Contos Negreiros no futuro. Mas tenho curiosidade de saber o que você acha dele. Abraços

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    Respostas
    1. Gosto do Marcelino. Estou com o romance dele para ler nas férias.

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