Não gosto
desta história de fazermos as mulheres de vítimas, as mulheres sempre foram uma
grande força, sempre foram longevas, bem dotadas, perceptivas, sensitivas,
intuitivas, cruéis, magnânimas, sedutoras, uma força da natureza, claro, a
natureza precisava preservar a espécie dotando de força de sobrevivência e
resistência as que carregavam a cria no ventre e a alimentavam. E, como disse a
Virginia Woolf, as mulheres geraram e criaram toda a humanidade. Além disso, eu
custei a perceber que os homens mandavam em alguma coisa, porque nasci numa
casa repleta de mulheres, meu pai sempre fora de casa, trabalhando, quem
mandava na casa era a minha mãe, quem mandava nas escolas eram as professoras e
diretoras. E tive uma educação libertária, minhas irmãs e eu não fomos educadas
para nenhuma restrição pessoal. A voz feminina nos meus livros foi se impondo
na medida em que eu fui me aprofundando e me construindo literariamente. Porque
eu sou mulher.
Capa do novo livro da autora
Revisitando Gregório de Mattos Guerra
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