Eva Perón segundo Copi
por Gessica
Beda
Desenhista de comics, dramaturgo, escritor de
ficção, ator, transgressor, irônico, critico ... Raul Natali o Roque Damonte Botona
cuja identidade literária é COPI dentre suas criações para teatro temos seu
primeiro texto Un Angel para la Señora Lisca, La Journée d’une rêv Entre suas
obras teatrais há dois monólogos (Loretta Strong e La Heladera), que Copi
representou. Podemos ver todas suas características presentes em eva peron.
Seria apenas mais uma representação da
manipulação burguesa, se ele não tivesse escolhido como nome e personagem
central da trama Eva Peron. Mais ao longo do texto a denomina como evita como
escolheu ser chamada disse em um de seus discursos:
“Quando escolhi ser "Evita" sei
que escolhi o caminho do meu povo. Agora, a quatro anos daquela eleição, fica
fácil demonstrar que efetivamente foi assim. Ninguém senão o povo me chama de
"Evita"[8] . Somente aprenderam a me chamar assim
os "descamisados".
Os homens do governo, os dirigentes políticos, os embaixadores, os homens de
empresa, profissionais, intelectuais, etc., que me visitam costumam me chamar
de "Senhora"; e alguns inclusive me chamam publicamente de
"Excelentíssima ou Digníssima Senhora" e ainda, às vezes,
"Senhora Presidenta". Eles não vêem em mim mais do que a Eva Perón.
Os descamisados, no entanto, só me conhecem como "Evita". Eu me
apresentei assim pra eles, por outra parte, no dia em que saí ao encontro dos
humildes da minha terra dizendo-lhes que preferia ser a "Evita" a ser
a esposa do Presidente se esse "Evita" servia para mitigar alguma dor
ou enxugar uma lágrima. E, coisa estranha, se os homens do governo, os
dirigentes, os políticos, os embaixadores, os que me chamam de
"Senhora" me chamassem de "Evita" eu acharia talvez tão
estranho e fora de lugar como que se um garoto, um operário ou uma pessoa
humilde do povo me chamasse de "Senhora". Mas creio que eles próprios
achariam ainda mais estranho e ineficaz. Agora se me perguntassem o que é que
eu prefiro, minha resposta não demoraria em sair de mim: gosto mais do meu nome
de povo. Quando um garoto me chama de "Evita" me sinto mãe de todos
os garotos e de todos os fracos e humildes da minha terra. Quando um operário
me chama de "Evita" me sinto com orgulho "companheira" de
todos os homens. “
Fica clara a imagem a qual ele quer
questionar a Evita . Mulher perfeita? mãe do povo? santa evita? O trabalho de
distanciamento crítico operado no texto é o que permite repetir, mas com
diferença, criando assim esta outra imagem de Eva, que é a versão ridicularizada
e grotesca da “original”(HUTCHEON, 1985, p. 19). Não só vitimando a figura
mítica dela mais os discursos em torno dela.
Nas primeiras cenas já podemos observar o
texto rápido, apresentando a discursão de Evita e sua mãe a principio por um
vestido de presidente apresentando a
possibilidade de mudança de comportamento ao colocar o figurino como uma atriz
ao procurar a roupa de um personagem. Expondo já na primeira cena o câncer de
forma manipuladora fazendo referência ao câncer uterino o qual levou o
falecimento em 1952. Apresentando
também o cenário que vai sendo desenhado em toda a peça o palácio onde ela
morava, um quarto com corredor e muitas portas
sua mãe e representada com um personagem a principio moldado por seus
interesses nos surpreende tramas com Ibiza
chegando a chingar sua própria filha.
Ibiza um personagem muito interessante da
trama tem um cunho estrategista e apaziguador das brigas entre mãe e filha,
Peron traz a representatividade da imagem do Juan Domingo
Perón diante da figura de Evita como total
aproveitador da imagem da mulher tendo sempre afirmativas em suas respostas ou
lembranças de algo vivido sem nenhuma profundidade sentimental na maioria das cenas em silencio se
posicionando apenas na cena final um
enorme biffe sobre a imagem pregada de Evita a Evita do povo que contrasta perfeitamente
com a imagem demostrada pelo autor por fim temos a empregada que sem dúvida e
um personagem que ganha várias interpretações a princípio apenas a clássica
imagem da empregada submissa e obediente mais depois ao se declarar peronista
representa bem a visão popular diante de Evita mesmo diante de realidade
continua a idolatrando e acaba por fim em seu lugar morta e exposta a multidões
que não desconfiam de nada mesmo ao ver a imagem da empregada vestida com sua
roupa e peruca; reafirmando mais uma vez que o povo não seguia a imagem da
evita e sim o discurso ,sua imagem
ressignificada..
O desejo de Evita expor sua superioridade
fazendo um baile apesar do plano de
fingir sua morte traz um outro enfoque a
trama fanny que não aparece na trama
apenas nos comentários dos outros personagens traz a tona características
calculistas estrategistas ,excêntricas ,da Evita , ou até mesmo a manipulação de sua mãe utilizando sua
suposta conta na Suíça mostrando a verdadeira intenção de sua mãe essas a
ações continuadas, vertiginosas; a
narração e seu ritmo bombardeiam o leitor pela sucessão de imagens e pelas
reviravoltas nos eventos ,rápido como uma troca de foco numa câmera no cinema
toda essa movimentação para o baile se quebra com o assassinato da enfermeira, o leitor percebe
que tudo fazia parte do plano original de fingir a morte de evita .COPI afirmar e reafirma de várias formas a
personalidade de Evita e dos outros personagens nos dá ideia de que todos eles se conhecem
profundamente mais os leitores não, e sempre haverá surpresas o texto acaba de
forma desenhada reafirmando tudo que afirmou durante todo o texto uma espécie
de comedia irônica com uma impressão de
suspenção no tempo como Nas tiras
desenhados por COPI .
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