Neste mês em que lembramos do centenário de Orson Welles, particularmente lembro-me das sessões que tivemos com o cineasta e pintor Marco Hanois, quando assistíamos a vários filmes do norte-americano e discutíamos sua estética instigante e vigoros, ríamos com F for Fake, Falstaff, A Marca da Maldade (Marlene Dietrich, interpretando uma vidente eusando as próprias roupas no filme: "Você não tem futuro"), líamos biografias e estudos dele , também, pois planejamos nosso primeiro longa sobre o "mestre", teria como eixo a vinda do cineasta ao Recife, e suas aventuras por aqui, ao lado do jornalista Caio Souza Leão, de Benício Dias e do último dândi pernambucano (risos e sisos) Tomás Seixas, citado por Jomard Muniz de Britto em Arrecife de Desejo.
Orson Welles veio ao Recife
O ano em que tudo se passou, 1942 era propício a uma interessante cabala, e as cenas de Welles farreando no recife Antigo eram bem interessantes, ainda guardo parte do roteiro comigo, agora que Marco está morto.
Orson Welles com Getúlio Vargas
Misturamos um pouco de Augusto dos Anjos na cena da ponte Buarque de Macedo quando, Orson, segundo afirmam testemunhas, delirava com a contrução em abismo de Cidadão Kane, a transmissão sobre A guerra dos mundos que abalou os EUA e sobre a beleza estranha do Recife, descrevendo-as com os olhos de Hollywood e berrando ao vento Atlântico Sul, embriagado e em êxatse, que queira cantqr A Marselhesa, como fizera tantas vezes em lugares bem inusitados com seu vozeirão... tudo virou só lembrança, logo a seguir alguém do Recife escutou nossa ideia e fez o filme (um curta) antes da gente; resultado: nunca fiz o longa com Marco Hanois, ele só se realizou na cabeça da gente, em vez disso fizemos Cassino Americano, que se passa no mesmo período e o filme ganhou menção honrosa no Festival da JVC, em Tóquio. O resto é Lero Lero...
Brasileiros e Welles: It´s all true...
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