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domingo, 13 de novembro de 2016

Au revoir, transgressão engajada?


por Moisés Monteiro de Melo Neto*




Não faz tanto tempo assim que o teatro transgrediu e muito: o desbunde politizado de José Celso Martinez (ainda barbarizando) nas montagens do O Rei da Vela, Para acabar de vez com o juízo de Deus e outras, na literatura, no cinema, na música. O Brasil ousou e depois deu um passo para trás (ou pra frente?); irreverência num modo de vida no qual muitos artistas, escritores e figuras de destaque na mídia embarcaram nas quebradas dos anos 60/70, do século passado, mas que trazia vestígios da comédia de Martins Pena e até do Teatro de Revista, da Chanchada e da irreverência da Semana de Arte Moderna, Antropofagia. O Vivencial Diversiones é supracitado, hoje, mas no Recife houve muito mais, grupos como o do pessoal da Ilusionistas Corporação Artística misturaram alta cultura e pura curtição; a Trupe do Barulho, uma década depois, também mandou ver; lembro também aqui alguns espetáculos com Valdi Coutinho. O negócio também explodiu no que diz respeito à indústria cultural, (homogeneização estético-comportamental) e o udigrude rolou solto. No cinema Bressane, Ivan Cardoso, Jomard Muniz de Britto com seu famigerado Super8 e sua crítica implacável  traçam paralelos entre o eruditismo interesseiro, cultura de massa, cultura popular, o negócio deu-se assim a ampliação dessa postura “marginal”, que quase vira tendência, de tão bem divulgada.  Mas e agora em nosso tempo “real”? Como se dá a transgressão em nossos palcos? Puro lixo e Ossos ousam transgredir na frouxidão do ecletismo que nos envolve na era digital? Nada mais choca na variabilidade e incerteza dos significados, hoje? Nossa relação com os ícones atuais passa por propostas estéticas diversas e com vieses outros que não cabe aqui comentar. Na moda e no cinema, Eduardo Ferreira e Cláudio Assis dão mostras de muito fôlego em suas rupturas; na poesia Miró da Muribeca destaca-se entre os entendidos que exibem poesia performática de alta voltagem. Mas quem se atreve a expor ideias que sacudiriam essa geração aí? Algo que passasse longe da redundância com suas caretices e destacasse aquilo que não passa no Funcultura e do plano neon-ufanista brasileiro, pondo em evidência coerente um comportamento desviante dessa vida mais certinha? Algo que visasse também um público maior do que esse que hoje vem frequentando teatro na capital pernambucana. A postura do escracho pop como fez João Falcão (em Muito Pelo Contrário), a transgressão comercial de Tal e qual nada igual, produções dos anos 80 do século passado, chegam até o cultuado grupo Magiluth em forma de projetos para as leis de Incentivo à Cultura?  Mas se dentre as muitas manifestações de algo mais engajado o  desbunde multicriativo de Henrique Celibi ainda parece anacrônico para uns desavisados, o que dizer sobre essa função tão importante das artes cênicas que floresceu nessa apresentações feitas em casas e apartamentos da anfíbia Recife? Ah!Lembro agora um poema do Cacaso: “Tirante meus olhos e mãos/ quero me transformar em seu corpo/ com toda nudez experiente/ do passado e do presente”, ou que tal Chacal? “Como era bom/ o tempo em que marx explicava o mundo/ tudo era luta de classes
como era simples/ o tempo em que freud explicava/ que édipo tudo explicava/ que tudo era clarinho limpinho e explicadinho/ tudo muito mais asséptico/ do que era quando nasci/ hoje rodado sambado pirado/ descobri que é preciso/ aprender a nascer todo dia.”.  
Talvez nos reste também isto mesmo. Já que talvez não seja mais possível uma  transgressão contracultural (tardia?) cheia de risos e sisos, nesse momento nevrálgico do Brasil, além de qualquer utopia revolucionária e mais perto do coração selvagem do desejo, que poderia até dispensar um intelectual formador de opinião que compreenda a verdade que atravessa todas as classes sociais e questões de gênero, etnia etc.Agora nosso teatro vaga num mar de projetos ecoando a fantasmática voz rouca de  Myrian Muniz (que funciona também como uma alegoria fragmentária e múltipla de uma linha macropolítica interessada em colonizar o futuro e integrar atitudes micropolíticas interessadas em (re)pensar o corpo, a sexualidade e transgredir os tabus comportamentais da cultura ocidental, como algo mais adequado?). Oh, meu Deus! Será que estou transpirando ceticismo em relação aos projetos das vanguardas políticas e das transestéticas de um entrelugar rizomático e buscando um teatro que rasurando fronteiras busque a diferença sustentada por apego ao corpo e à subjetividade? Logo eu, que gosto tanto da desconstrução, arte e vida em dramaturgi vivencial, lúdica, no acaso dos cotidianos, aqui, ali, em qualquer lugar, longe de um convencional naturalismo e das convenções teatrais? Eu que bebi Expressionismo, do Teatro da Crueldade, do Teatro do absurdo e pratico o diálogo ultradramático retratando nosso labiríntico declínio? Eu que admiro tanto Cadengue, Bartolomeu, José Francisco, Samuel Santos? Que ainda curto Joseph Chaikin, Eugênio Barba, Peter Brook, Richard Schechner, Heiner Müller, que sempre flertei com o estranhamento, que já tive oportunidade de entrevistar Ionesco, aqui no Recife? Que já exercitei facetas de sátira grotesca, paródia violenta, titubeando ao em usar linguagem de baixo calão, e até mesmo fragmentação exagerada nos diálogos? Gostaria agora que me trouxessem uma peça que falasse da humanidade perdida num Brasil sem sentido, que fosse para o público: magia, energia, extrapolasse confrontando a subjetividade, os sentimentos nacionais deste momento, desse processo doloroso e tão Cruel, que a muitos parece incompreensível e até sem tanta perspectiva. È nessa hora que a transgressão parece-me válida: fugir da estrutura narrativa familiar e sequencial, tratar dos conflitos nas relações interpessoais, desse nosso isolamento; talvez até encenações interativas e textos coletivos. Dar força ao teatro experimental atual, revisar o “Teatro Pobre” (economia de recursos cênicos, só o essencial à cena na relação entre o ator e o espectador). Ah! Saudade de Nelson Rodrigues...

E viva o filósofo JMB!

Tese de Doutorado sobre Jomard Muniz de Britto, JMB,  é editada em Livro (pelo SESC PE)






*Moisés é Doutor em Letras, Professor, escritor e trabalha no Teatro há mais de 30 anos

Shakespeare no lembra


Professor Doutor Moisés Monteiro de Melo Neto, em aula para alunos da escola pública, sobre a obra de William Shakespeare




Há quem diga que todas as noites são de sonhos....
 Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância. 
O que interessa, mesmo, não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado...

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

SANGUE NOS OLHOS: ENEM, ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS PEC 55: pagaremos caro pela venda das nossas riquezas

Quadrilha frauda ENEM usando ponto eletrônico e alguns são presos pela PF. Novidade nenhuma? Tá. Governo gasta 12  milhões com provas para os que não puderam realizar tal concurso porque suas unidades estavam ocupadas por alunos contra a PEC 55, que luta contra o fato do novo governo brasileiro querer dar dinheiro, financiando através dos nossos bancos, para estrangeiros,  (que nos países deles acreditam e investem alto em estatais) poderem comprar com mais lucros nossas estatais e ficarem donos das nossas riquezas como água, luz e petróleo. Barbada?


Entenda mais ou menos a tal PEC 55:


Ementa:
Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências.

Explicação da Ementa:
Institui o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, que vigorará por 20 exercícios financeiros, existindo limites individualizados para as despesas primárias de cada um dos três Poderes, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União; sendo que cada um dos limites equivalerá: I - para o exercício de 2017, à despesa primária paga no exercício de 2016, incluídos os restos a pagar pagos e demais operações que afetam o resultado primário, corrigida em 7,2% e II - para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. Determina que não se incluem na base de cálculo e nos limites estabelecidos: I - transferências constitucionais; II - créditos extraordinários III - despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições; e IV - despesas com aumento de capital de empresas estatais não dependentes.

Parece moleza, mas é só a ponta do iceberg. É um choque o que vem por aí!

por MOISÉS NETO


E pra quê tanto interesse da Globo nas eleições norte-americanas? parece que voltamos ao período 1964-1984, só que de modo mais eletrônico. Hillary ficou livre do FBI e Trump diz que os democratas estão usando a máquina. o fato é que ela está com 5% a mais que ele, nas intenções de voto.

domingo, 6 de novembro de 2016

PALESTRA DE MOISESMONTEIRODEMELONETO sobre UM BONDE CHAMADO DESEJO, próximo sábado, no Recife



Falarei (www.profmoisneto.blogspot.com) sobre UM BONDE CHAMADO DESEJO; PEÇA de1947 - do dramaturgo Tennessee Williams, que conquistou o Prêmio Pulitzer no mesmo ano; A peça, do início ao fim, nos traz questões profundas sobre as mais diversas formas de relação. Mais do que isso, nos mostra como os sonhos são importantes, ainda mais quando vive-se uma realidade extremamente difícil. As cenas nos mostram que, muitas vezes, é através da própria ficção e até da invenção que conseguimos atingir uma redenção, o que pode nos salvar de uma dura realidade.

Além disso, é uma história que fala de escuta, sobre a forma como nos escondemos e nos protegemos em nossos antagonismos. Fala de desejo, tolerância, sensibilidade, limites, verdade, honestidade, valores, caráter e a bruta relação entre sanidade e loucura.mas exploraremos mais a questão do sexo.

Suzana Costa e Buarque de Aquino, na montagem recifense de UM BONDE CHAMADO DESEJO,  polêmica montagem recifense


SOBRE MOISÉS MONTEIRO DE MELO NETO: 

O escritor, professor e pesquisador recifense Moisés Neto tem formação em Letras, pós-graduado em Literatura Brasileira, Mestre e Doutor em Teoria da Literatura pela UFPE. Ele estreou no teatro como ator profissional dirigido por José Francisco Filho e Buarque de Aquino e com o diretor /autor João Falcão e como dramaturgo (também como diretor) com a peça Um Certo Delmiro Gouveia, vencedora do prêmio de melhor texto literário num concurso promovido pelo Governo de Pernambuco.  Sua peça Cleópatra também recebeu um prêmio do Governo do Estado de Pernambuco. Além do teatro, Moisés publicou seu 1º poema no Jornal do Commercio nos anos 80 (Lobos) e foi colaborador regular do Suplemento literário deste jornal nos anos 90, publicando seus artigos em outros jornais e revistas como o Le Monde Diplomatique e na revista belga Parati. Lançou seu primeiro romance intitulado A Incrível Noite (edições Ilusionistas) e Chico Science: A Rapsódia Afrociberdélica (primeiro livro sobre o movimento mangue, lançado em outubro de 2000 que analisa aspectos da cultura pernambucana). Moisés é autor de alguns diálogos para filmes como Cassino Americano (do diretor Marco Hanois) que recebeu menção honrosa no festival internacional de vídeo da JVC em Tóquio. É autor de Notícias Americanas, poema épico (livro) sobre o 11 de setembro e a devastação do Afeganistão, lançado em 2002, pela Editora Edificantes, de Teatro Ilusionista, Chico Science, Zeroquatro & Faces do Subúrbio e Passagem - contos e poemas. Além de colaborar com vários jornais e revistas o Brasil e da Europa os ensaios de Moisés analisando diversos aspectos culturais estão publicados em várias antologias.
Como ator ele participou, dentre outras peças, de: Muito pelo Contrário (texto e direção João falcão), Suplício de Frei caneca (de Cláudio Aguiar, com direção de José Francisco Filho), Hamlet (no papel-título- direção do argentino Alberto Gieco e de Paulo Falcão), Romeu e Julieta, Viva o Cordão Encarnado (direção Luís Mendonça), A Noite dos Assassinos (do cubano Jose Triana, com direção de Augusta Ferraz). Na TV atuou em A Cartomante e no cinema em O Cangaceiro (direção Aníbal Massaini).
Também assina a autoria do espetáculo Para um Amor no Recife, que dirigido por Carlos Bartolomeu em 1999, recebeu 4 prêmios da associação de produtores teatrais em Pernambuco, é co-autor dos musicais A Ilha do Tesouro (2002) e Sonho de Primavera (que dirigiu ao lado de Ulisses Dornelas (que teve estreia em 2004 e ficou sete anos em cartaz), premiados pela APACEPE. Adaptou para o projeto escola parte da obra de Machado de Assis. Em 2006 foi assistente de direção do filme Incenso baseado em poemas de Ascenso Ferreira, vencedor do concurso Ary Severo/ Firmo Neto (Prefeitura Cidade do Recife/ Governo do Estado de Pernambuco). Vencedor do Prêmio Klaus Vianna, concedido pela FUNARTE, pelo roteiro e direção do espetáculo Recife- Paralelo 8, montado pela Companhia DANTE em 2007. É autor do texto da peça Anjos de Fogo e Gelo, a vida atormentada de Arthur Rimbaud, que dirigido por José Francisco Filho teve grande repercussão em Recife no ano de 2008, recebendo prêmios da APACEPE. Participou em 2009 da Curadoria da exposição permanente da Faculdade de Direito do Recife (UFPE) sobre Ruy Barbosa e Castro Alves. 2010 foi o ano do lançamento de Anticânone, literatura em Pernambuco a partir do século XX, e em dezembro do mesmo ano mais um texto de Moisés foi levado à cena, o musical O Circo do Futuro, com direção de Carlos Bartolomeu, um sucesso que já dura uma ano num grande teatro do Recife. Em 2011, lançou o livro Pequena História da Literatura Brasileira.
Atualmente ensina em algumas escolas e faculdades em Pernambuco. O site www.moisesneto.com.br  é bem visitado e contém artigos e peças escritas por Moisés e exibe a trajetória do seu grupo,a Ilusionistas Corporação Artística- que com vinte e cinco anos de atividades tem no seu currículo, além de produções teatrais e publicação de livros, a promoção de oficinas, cursos, exposições(como o Universo de Antunes Filho, trazendo duas vezes ao Recife este diretor de teatro internacionalmente reconhecido. Neste evento Moisés proferiu a palestra “O poética de Nelson Rodrigues em A falecida na montagem 2009 de Antunes Filho” à convite do curador paulista Sebastião Milaré). O mesmo Antunes Filho convidou-o em setembro de 2012 para fazer a apresentação da sua encenação de Toda Nudez será Castigada, pelo CPT/ Sesc SP. Também em 2012, ele lançou seu livro POEMAS DE MOISÉS NETO PUBLICADOS EM JORNAL, no salão nobre do Teatro de Santa Isabel, Recife, com participação da atriz Sônia Bierbard interpretando alguns dos poemas da edição, em 9 de dezembro de 2012. Sua tese de doutorado foi escolhida, publicada pelo SESC e lançada em 2015 (Abismos da poeticidade em Jomard Muniz de Britto; voltou a tuar inte3rpretando o personagem Kafka, em A ÚLTIMA NOITE DE KAFKA, apresentada em Recife e no Rio de Janeiro. Interpretou o personagem Pilatos, na Paixão de Cristo, apresentada nos Montes Guararapes (PE). Atualmente Moisés é professor na Faculdade de Marketing do Recife (FAMA), atuando também em outras instituições de ensino. Em 2016 teve suas peças radiofônicas O JULGAMENTO DE PADRE CÍCERO e também UM CERTO DELMIRO GOUVEIA, transmitidas pela RÁDIO FOLHA DE PERNAMBUCO; dirigiu a peça O bem que multiplica (encenada no Teatro da Caixa Cultural, Recife; dentre outras atividades.

Um modelo chinês, aos 80, é iniciante e desfila desde 2015

Wang Deshun: ator desbanca conceitos de velhice

 Espantoso?

sábado, 5 de novembro de 2016

A polêmica sobre Padre Cícero continua a agitar corações e mentes (moisesneto)




Sobre peça radiofônica sobre O JULGAMENTO DE PADRE CÍCERO (O Coração do Enigma)
(dia 25 de novembro, às 17h, na rádio Folha, Pernambuco)



Qual a diferença entre teatro e a rádio? Bem, o primeiro é um meio de comunicação, o outro é uma expressão artística das mais antigas. Se o rádio é mais informativo e comercial, o teatro conta com o visual ; no palco, os atores aparecem como personagens, tem cenários, figurinos, luz e muito mais. Agora um grupo de atores do Recife volta a junta teatro e rádio. Trata-se da peça radiofônica O JULGAMENTO DE PADRE CÍCERO, de Moisés Monteiro de Melo Neto, doutor em Letras pela UFPE, professor, escritor premiado e pesquisador recifense, que trabalha com teatro e educação há 30 anos, retrata vários aspectos da vida de Padre Cícero Romão Batista, importante líder religioso brasileiro, que nasceu em 1844 no estado do Ceará. No elenco estão Moisés Monteiro de Melo Neto(como Padre Cícero) e Douglas Duan (como o Inquisidor) (FOTO), dentre outros. Cícero nunca obedeceu, como devia, aos repetidos Decretos do Santo Ofício a seu respeito e os de 4 de abril de 1894, declaravam falsos os pretensos milagres de Juazeiro e os apontava como “indigna comédia” e em 19 de fevereiro de 1897, impôs ao padre afastar-se de Juazeiro, sob pena de excomunhão, o que aconteceu pela Carta do Núncio Apostólico de 14 de abril de 1917, há 100 anos atrás. Em 1889, conta-se que, durante uma missa na igreja de Juazeiro (CE), a hóstia consagrada por ele transformou-se em sangue na boca de uma mulher. A partir daí foi considerado um “milagreiro”. Desde o início a Igreja Católica, não concordou com os acontecimentos, considerando-o como místico e o proibindo-o de exercer o sacerdócio. Ele foi prefeito da cidade de Juazeiro por 15 anos. Morreu no ano de 1934, tornando-se uma das principais figuras religiosas da história do país e é considerado um santo, mesmo não sendo reconhecido pela Igreja Católica Romana, por muitas pessoas religiosas, principalmente do Nordeste brasileiro e em dezembro de 2015, o papa Francisco, emitiu um documento perdoando Cícero pelas punições impostas pela Igreja entre os anos de 1892 e 1926, e, esta forma, possibilitou sua reabilitação do padre Cícero Romão Batista dentro da Igreja Católica. Muito mais do que um drama folhetinesco sonoro, Moisés pretende estimular a imaginação dos ouvintes, os sonoplastas da RÁDIO FOLHA encarregam-se de elaborar sons e ruídos, como o som dos trovões, sinos, passagem de tempo, passos e efeitos os mais variados. É um novo espaço que se reabre aos atores recifenses nesta época de crise nos palcos. No caso da transmissão da próxima sexta-feira, às 17h, na Rádio Folha (PE), trata-se de uma performance acústicas dramatizada, sem nenhum componente visual, só na base do diálogo, da música e dos efeitos sonoros para ajudar o ouvinte a imaginar os personagens e a história, isto é, auditivo na dimensão física e dimensão psicológica, buscando a imersão dos ouvintes numa simulação que quer integração usando esta forma e tecnologias unindo teatro e rádio. Sim, é um tipo de teatro que funcionou enquanto novela e agora ressurge.



Mangá de 2012 é só um dos diversos produtos culturais que reavivam o mito Padre Cícero Romão Batista (indecifrável?)

http://www.folhape.com.br/diversao/diversao/diversao/2016/11/25/NWS,7723,71,552,DIVERSAO,2330-DE-VOLTA-TRADICAO-RADIOTEATRO.aspx


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Proseando os tais versos jomardianos que curto: NOVEMBRO, Impasses & Compassos Jomard Muniz de Britto


Jomard Muniz de Britto (JMB)  Moises Monteiro de Melo Neto (moisesneto),  Carlos Bonifácio e Robeto Motta



Entre o dia de todos Santos genéricos: masculinos, femininos e agora TRANS? Jamais neutros ou nadificantes. Entrelugares em contraposição dos vivos aos mortos: muito mais revividos do que esquecidos pela eternidade.            Impasses tão latinoamericanos e cosmopolitas pelas flores do Cerrado e dos imaginários Sertões em servidão?Cruzando caminhos. Deuses e vampiros. Prometendo antenas para alargar limites da República em desencontros. Vorazes. Sobrevivemos em singular representação pluralíssima. Como ultrapassar interesses midiáticos do capitalismo inabalável? Subjetividades sem fronteiras.  Seria o Kapital sempre indomável?  Tendências. Passagens. Desocultações.    É preciso estar desatento e frágil para encarar nossos desvios de linguagem.   Elos, anelos, elogios das Academias de    letras, orações, milagres, musculações.   Impasses entre cargos comissionados &  descargas em cifrões incalculáveis. Urgências de humor/horror TRANSglobais. Relembrar o climax dos sobreviventes   jamais subservientes. Contra-dicções.   Se tudo significa representação, como chegaremos a pensar o que as pessoas,   nós mesmos, queremos SER?   JANELAS para o mundo audiovisual.   Talvez fechadas para a criticidade. Cumplicidades de novembro a dezembro, tentando nos libertar dos Armários e outros manuais de instrução acadêmica.  Se toda pedagogia é precária, toda escrita pode ser perigosa.  JANELAS provocativas.  
Recife, 2016.