E
estas personagens, hein? Se o autor chega até o âmago ou desliza em viés
sociológico imantando certo realismo
problemático a ponto de descambar quase na sugestão de um enigmático
expressionismo, caberia assim ao diretor, com o seu ponto de vista,
conseguir a unidade e o equilíbrio necessários para uma encenação segura ao reproduzir o texto no palco, enfrentando o
contraste com o óbvio panfletarismo (que neste caso parece kamikasi). A fronteira do incesto, RELIGIÃO E POLÍTICA FAMÍLIA,
associações explosivas para detonar rotina e acomodação. É possível mostrar o poético,
a ansiedade de qualquer direção cênica de materializar todas as hipóteses que
poder ser sugeridas por um trabalho engajado
nessa hora tão complicada de bancadas ruralista ganhando direito ao trabalho
escravo no Brasil, em troca de votos aos corruptos que tomaram o Brasil de
assalto (!)com a febre política que deveria dominar também o teatro (que está
entorpecido por AUXÍLIOS GOVERNAMENTAIS, dos editais (amordaçadores ) da
cultura? o teatro Como secar texto e trabalhar
a veracidade humana dessa peça? nessa presença
de gente no palco.usar Stanislavski (como actor´s studio norte-americano); buscar “naturalidade” desconstruir visão
marxista ingênua com propósitos utilitaristas da arte; analisar acirramentos de
posições ideológicas da vida brasileira, agora e de então (anos 50) (como um
todo) ; traçar estratégias de autodefesa
diante de cobranças extra-artísticas, hoje e sempre; procurar expressão cênica própria
do CIT, intuir o processo; se a violência policial é pouco mostrada realmente
no palco durante a peça: isso vai ser ampliado ou o drama tem outro foco? Isso é
“ defeito”; como trabalhar aí o realismo sabendo que o palco é tudo(?) (im)pura
convenção, como “representar” o que a realidade inspirou? Incitar os
intérpretes a um verismo absoluto, na
criação de uma atmosfera tensa entre
palco e plateia ? ameaçar a plateia tendo em vista a situação de pré-fundamentalismo
e retrocesso mental que se espalha pelo Brasil/ Mundo? Erguer-se contra as
misérias do cotidiano? E esse massacre pela polícia de um grupo de
trabalhadores rurais; comemoração da
Semana Santa, conduzido pelo líder messiânico (Joaquim)... (?)
Cabe
Jerzy Grotovski, Peter Brook, Artaud, no meio de alegorias entrançadas e
destroçadas nas mãos de um dramaturgo que via o GRITO munchiano de forma tão
corrosiva? Podemos falar assim para representar Dolor?
As regiões da memória do paulista Jorge Andrade , ao
enfocar rastros da nossa cultura do meio rural traz dos grotões da terra uma
força descomunal e ao mesmo tempo fraca em suas restrições fanáticas,
mergulha-as em estranho primitivismo que as universaliza sem cristalizá-las,
mantendo-as em fricção de terror e êxtase (como na Santa Tereza de Bernini); estudar suas profundas observações nos faz
lembrar a maior parte de suas criações, inclusive
quando o foco é gente de dinheiro, em ruína
(ou não) como em A moratória
(que aborda a ruína de uma família proprietária de cafezais no interior do
estado de São Paulo, em decorrência da crise financeira e da produção cafeeira,
por volta dos anos de trânsito da década de 1920 para a 1930)
(Manoel),
(Artuliana), (Ana),(Geraldo), (Onofre), (Durvalina), (Conceição), (Germana), (Pedro),
(Daluz): um xadrez que vai se resolvendo dramaturgicamente...
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