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sábado, 14 de outubro de 2017

O Manifesto Regionalista faz 90 anos. Ainda fez sentido?

Olhando para esta foto de Ariano e Chico fiquei aqui pensando: 

Ariano Suassuna encontra Chico Science no Recife


Num mundo cada vez mais misturado e embalado em redes, vale a pena falar de Nordeste independente? Pãos ou pães: questão de opiniães, diz o peculiar Guimarães (regionalista universalizante e cheio de além) Rosa. Ah! Saudade do Futuro, eu juro. Vamos rasurar fronteiras ou deixo logo de besteira? Não fique magoado, vou falar do passado. Em 2016, o Manifesto Regionalista do Recife completou 90 anos. Este Movimento, nas palavras de Mauro Mota: teve e tem uma filosofia, tais as vigências dos seus métodos a de suas diretrizes.


 Por mais que, sob o domínio de facciosismos interestaduais, alguns historiadores sociais ou literários o excluam ou reduzam em comentários e até citações, o "Movimento Regionalista de 1926" no Recife, comandado pelos estudos de Gilberto Freyre (que a esquerda ainda não perdoa e nós arregalamos também os olhos para o que ele fez no período 1964-79) e por Gilberto Freyre em pessoa, significou o início de uma fase nova na cultura brasileira, aí tida, não em termos de localização geográfica ou cronológica, mas em termos do espírito mais autenticamente brasileiro, que ganharia espaço, tempo e seguidores nas diversas regiões brasileiras, sem perda das características de cada uma. 





Em nota de 1952, o autor do "Manifesto do Movimento de 1926" define o Regionalismo, como criação pura no que assumiu de complexo em suas combinações novas de idéias porventura velhas, sistematização brasileira, realizada por um grupo de homens do Recife, não só de novos critérios regionais de vida, de estudo e de arte como de vagas e dispersas tendências para-regionalistas já antigas no Brasil, mas quase sempre absorvidas pelo caipirismo ou deformadas em aventuras de pitorescos ou cor local, está, de modo geral, para a cultura brasileira, que libertou dos excessos de centralização, como o Federalismo está, em particular, para a vida política do país, descentralizada, embora sob alguns aspectos erradamente descentralizada pelo ideal da República. Essa definição corresponde a uma realidade, a que o Movimento deu corpo, vida, expressão e expansão. A esta altura, além de estudá-lo nas origens, seria de mais interesse estudá-la nas conseqüências, através do levantamento de território e implicações. Um dos mais importantes domínios é o domínio sobre o tempo. Enquanto nem se fala mais em outras tentativas renovadoras ou assim apresentadas, vale perguntar: a chama de 26 continua acesa diante das novas gerações?

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