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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

MANIFESTO DA POESIA ILUSIONISTA DO RECIFE



Queremos uma ação poética de consumo; não escreveremos mais sobre temas e sim sobre  fatos (externos ou emocionais), exploraremos significados e contradições possíveis e atuantes observando elementos que confiram a suas  realidades e, claro,  existência(s);
Depois de  ter o vocabulário (da área, não o do autor), partiremos para a sintaxe de manipulação (do vocabulário)  numa pragmática que parta do vocabulário até o (pré) texto;
Incentivaremos o leitor a praticar tal  processo;
Nosso  poema será  autocentrado, mas submetido à realidade social, sem perder a  subjetividade lírica!?
Daremos vez  também ao poema autobiográfico, mesmo anárquico, afinal desejo e memória terão, em nossa poesia, um viés de  experimentalismo que envolva o caráter público-político, tal autocentramento (auto-espelhamento?)  exporá  o objeto poético à verdade (pós-kantianamente falando: o que  é o Real? Translacanianamente o que é o simbólico e enfim: o imaginário?) do grupo e, claro do sujeito poético (kkkkkkkkkk);
Propomos a fragmentação do discurso, o fluxo de consciência, a intertextualidade intensa!
Somos o cotidiano, a auto-ironia, o existencial, o social e (oh!) o...político!
Nossas obras são (im)puras fragmentação e deglutição;
Queremos justapor imagens em enunciação meio caótica, louvando e destruindo a rebeldia  através  da intervenção na problemática do cotidiano;
Queremos mais vida, corpo, cultura em sentido bem mais amplo, louvando e destruindo, simultaneamente, a indústria cultural!
Queremos refletir o jogo do século XXI, seu atrito, tensão (não apenas na linguagem poética, mas no nosso visual , nossos corpos, sexos, jeito de comer e falar, sempre!
Guerrilha, de novo! Pela gozo do CIBERDESEJO, já!
Sim à linguagem fragmentada das cibernéticas passeatas/ cruzadas, com suas POSTAGENS -relâmpago, em CIBERRETÓRICA descentralizadora;
Propomos a revolução do conhecimento, a dissolução regenerativa de qualquer possível consciência política!
Queremos uma revolução não só formal, mas o estilhaçar da própria gênese de todos os fenômenos; retrabalharemos signos, metáforas, símbolos; queremos o poeta como imperador e escravo colonial, no CIBERCOLISEU, espaço poético virtual em que a vida possa se cumprir SATILIRICAMENTE;
Tela-praça, portátil/fixa, doa em quem doer (é bom que seja no outro, não em você!);
Luta e fúria: viver é guerra!
Viva o poemas esgrimista! Touché!
Propomos INTERSECCIONADAS  coexistências, isto é: o CRUZAMENTO: tempo VERSUS  poesia: presença versus eterna ausência antifreudiana materna da pátria ou do ser que pariu o poeta e/ou o leitor.
Urgência no COLAR dos fragmentos da INESPERADAMENTE NUA unidade!
Que o corte recupere sua autonomia: Poesia–cirurgia!
Pela  invencionice destabocando o papai e mamãe pós-marxista!
Contra o tratamento da elegância e delicadeza,  sim à exploração da eterna e trágica solidão do homulher luciferinos, pré-edênicos nesta vida tão cheia de... palavras, olhares de cobiça!
Pelo desnudamento total da verdade, pois a mentira triunfou até agora de qualquer modo através da linguagem áspera dos tribunais populares e eruditos!
Se você disser que é mentira será mentira sua...
Malvados, tremei!  KKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Recife,  dezembro de 2012      
                                    
Moisés Monteiro de Melo Neto

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