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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Moisés Neto assiste Woody Allen: magia à luz da lua

Difícil fazer uma crítica a um filme de, mas Magic in the moonlight que muito diz da produção deste judeu norte-americano.  Woody Allen. Os personagens fazem piada com a frase de Nietzsche: “Deus está morto” (Mr. Nietzsche já esclareceu), ou soltam (sobre os mistérios do universo pérolas como essa “ o peixinho dourado não sabe quem troca a água do aquário...”).


A vidente é uma farsa? O mágico gosta dos truques dela? Vale a prece interrompida de um ateu?
Novamente o autor/ diretor nos leva à década de 20 (28), dessa vez na Europa, França, Alemanha... ao som de um delicioso jazz.
Colin Firth (o mágico) exagera no tom dramático e quase entorna o caldo, a atriz que interpreta a vidente também não está cheirando nem fedendo no papel da mocinha (no limite de idade para o casting) que confunde o título de uma peça de Shakespeare com uma frase de Dickens. Sim, são burgueses e agregados juntos, como Allen gosta, é materialismo mesclado a crítica social humorada e sarcástica. Os letreiros iniciais e finais em preto e branco ao som do jazz fazem-nos pensar que algo é imutável nesse mundo caótico digital de hoje. A obra em si é mais um abraço de Woody que nos coloca em seu delicioso caramanchão capitalista, de modo envolvente, reconfortante e com uma ponta de inquietação neurótica, sempre. E daí?

As falhas na encenação, direção de arte fraca, os buracos no roteiro, a fotografia com gosto de quero mais, nada tira o prazer de encontrar com esse mestre uma vez por ano através desses seus filmes!

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