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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

José Melquíades e José Camelo


Everardo Ramos escreveu sobre José Camelo de Melo Resende: ele nasceu em 20 de abril de 1885, em Pilõezinhos, na época distrito de Guarabira (PB). Vai à escola e, jovem, parece aspirar a grandes voos, mas as precárias condições de seu meio frustram seus sonhos, fazendo-o simples marceneiro e carpinteiro. A poesia torna-se, então, válvula de escape para sua inteligência e extraordinária imaginação. Começa a escrever folhetos no início dos anos 1920, versejando numa língua perfeita, com precisão da métrica e da rima que o distingue da maioria dos poetas populares. o mesmo tempo, faz-se cantador, compensando seu pouco talento para improvisar com uma astúcia: decora romances que ele mesmo compõe, criando tramas ou adaptando-as das histórias que correm de boca em boca. No fim dos anos 1920, mete-se em complicações e foge para Rio Grande do Norte, onde se esconde por uns tempos. É nessa época que João Melquíades Ferre Pavão misterioso. É nessa época que João Melquíades Ferreira da Silva publica na Paraíba, em seu nome, o romance Pavão misterioso, obra criada por José Camelo. Este denuncia o golpe, mas o romance continuaria a ser atribuído a João Melquíades (N.E.: até hoje se discute a verdadeira autoria desse romance). Seja como for, a história de Pavão misterioso torna-se um dos maiores sucessos da literatura de cordel, sendo reeditada inúmeras vezes, além de inspirar peças de teatro, canção, novela de televisão e filme de animação. Outros romances de José Camelo também têm enorme repercussão, como As grandes aventuras de Armando e Rosa conhecidos por Coco Verde e Melancia; Entre o amor e a espada; História de Joãozinho e Mariquinha; O monstro do Rio Negro e Pedrinho e Julinha, todos editados por João Martins de Ataíde, no Recife, e reeditados por José Bernar Martins de Ataíde, no Recife, e reeditados por José Bernardo da Silva e seus herdeiros, em Juazeiro do Norte. No fim da vida, porém, quase octogenário, o poeta se deixa ganhar pela frustração e amargura, destruindo - segundo seus contemporâneos – umas cinquenta obras de sua autoria. Morre em Rio Tinto (PB), em 28 de outubro de 1964, passando à posteridade como um dos maiores autores da literatura de cordel brasileira.

Referências bibliográficas: ALMEIDA, Átila de; ALVES SOBRINHO, José. Poetas populares paraibanos. Campina Grande: UFPB, 1984, p. 227-237 [mimeografado].

Roberto Benjamin nos ensina: João Melquíades Ferreira da Silva nasceu em Bananeiras, no brejo da Paraíba, em 7 de julho de 1869, e faleceu em João Pessoa em 10 de dezembro de 1933. Foi cantador e poeta de bancada, segundo Francisco das Chagas Batista, seu amigo e principal editor. É considerado um dos grandes poetas da primeira geração da literatura de cordel. Sentou praça no Exército. Participou das campanhas de Canudos em 1897 e do Acre em 1903. Em 1904, já promovido a sargento, deu baixa do Exército, fixando residência na capital do Estado da Paraíba, onde se casou e teve quatro filhos. Manteve vínculo com a região rural de sua origem e escreveu diversos poemas com descrições da Paraíba, especialmente da Serra da Borborema. Adotou o título de cantor da Borborema. É dele o folheto A besta de sete cabeças, em que usa, em epígrafe, textos do Apocalipse como profecia relativa à Primeira Guerra Mundial. Escreve u, também, A guerra de Canudos (identificado por José Calasans). Utiliza material religioso da Igreja Católica da época em folhetos como As quatro moças do céu – fé, esperança, caridade e formosura e A rosa branca da castidade(versificação de um exemplo típico da literatura catequética), além de vários poemas contra o protestantismo (dentre eles, a Quinta peleja dos protestantes com João Melchíades). A ele é atribuída a autoria de 36 folhetos. Átila Almeida afirma que a titularidade de autoria de Melchíades no folheto Pavão misterioso foi plágio de um original de José Camelo de Melo Resende. A opinião não é partilhada por outros estudiosos, considerando que os dois poetas tinham o tal romance como parte do repertório comum de suas cantorias. Ruth Terra destaca que Melchíades é dos poucos que não louva como valentes apenas pobres vaqueiros e, sim, homens de riqueza, como é o caso de Cazuza Sátiro, Belmiro Costa e Zé Garcia.

Referências bibliográficas

▪ ALMEIDA, Átila Augusto F. de; ALVES SOBRINHO, José.Dicionário bio-bibliográfico de repentistas e poetas de bancada, 2 vols. João Pessoa: Editora Universitária-UFPB / Campina Grande: Centro de Ciências e Tecnologia-UFPB, 1978.

▪ BATISTA, Francisco das Chagas. Cantadores e poetas populares, 2ª ed., João Pessoa: UFPB, 1997. 233p.

▪ CALASANS, José. A guerra de Canudos. Revista brasileira de folclore. Rio de Janeiro: CDFB, n. 14, jan-abr 1966, p. 53-64.

▪ FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. Literatura popular em verso – catálogo. Tomo I. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, 1961, 399p.

▪ TERRA, Ruth Brito Lemos. Memória de lutas: a literatura de folhetos do Nordeste (1893-1930). São Paulo: Global, 1983. 190p. il.

William Cereja

Prezado professor Moisés:


     Estou lendo aos poucos o livro com que gentilmente me presenteou e estou surpreso com a riqueza que há nele. O seu livro descortina um mundo pouco conhecido e de forma deliciosa, discutindo a estética mangue beat por dentro, com um olhar local e, ao mesmo tempo, aberto para as influências externas numa verdadeira devoração antropofágica. Também me agrada muito seu olhar múltiplo e multicultural, envolvendo o cinema, a literatura, as tradições locais e outras relações culturais, seguindo o mesmo percurso de Science.
Parabéns, Moisés! É um livro rico, fruto de pesquisa séria, envolvida e envolvente, como você particularmente me pareceu como pessoa e professor.
Queria mesmo conhecer mais a fundo sobre o mangue beat e seu livro chega em boa hora.
Muito obrigado, amigo.

     Grande abraço,

             William Cereja

Os pesquisadores-doutores e professores Moisés Neto e William Cereja

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Roda Viva

Vi ontem, no Roda Viva, a entrevista com Marina Silva.
Ela quase não deixou ninguém falar, age com uma convicção de fazer qualquer desconstrucionista tremer nas bases, exceto aqueles que sabem que tudo que é sólido se desmancha no ar...
Quanto ao parceiro dela, há muita coisa que nem sequer foi sugerida...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Fogo no leilão do pré-sal

Governo faz leilão o campo de Libra para exploração do pré-sal, em Santos, mas a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, escolhida para sede do leilão,apesar de ter a segurança reforçada com mais de  1.100 soldados do Exército,  polícia Federal, Rodoviária Federal,  Força Nacional,  polícias Civil e Militar do Rio, está mostrando sinais de revolta e repúdio ao modo das negociações.
O Governo queria R$ 15 bilhões do bônus a ser pago (pelo vencedor do leilão) para fechar as contas de 2013.
A oposição estava acirrando os ânimos (já exaltados).
Só houve um lance que envolveu até o governo da China e a Shell (cartel? não...)

Ah, sim... arremataram pelo preço mínimo, Dilma agradeceu

Literatura potiguar

Quando falamos de multiculturalismo e responsabilidade do poder público nos estudos dos casos em questão, por exemplo, não vemos a necessidade de uma mestiçagem cultural, porém a observação de casos onde há situações nas quais o poder cultural seria assimétrico. As tradições artísticas dominantes dependem, bem sabemos do sistema das galerias, dos museus, e das publicações, inclusive das grifes cibernéticas, que as sustentam sempre. Hibridização aqui teria a ver com o atraso para adotar uma estética, por parte daqueles que estão à margem das tradições ditas dominantes, o que poder até ser vantajoso, pois “traduz” a linguagem que estava no poder. Estes trabalhos “híbridos” seriam mais, digamos assim, desafiadores. Mas como anda a representação da nossa Literatura nos manuais que a estudam?
Temos, por exemplo, no Rio Grande do Norte os poetas Lourival Açucena (1827-1907), André de Albuquerque Maranhão, Pedro Velho, Juvenal Lamartine, Henrique Castriciano (1874-1947), Auta de Souza (1876-1901), Ferreira Itajubá (1876-1912), Palmira Wanderley (1894-1978), Renato Caldas (1902-1991), Juvenal Antunes (1883-1941), Câmara Cascudo, Jorge Fernandes ou romances como Os brutos, do “ciclo do algodão”, de José Bezerra Gomes (1911-1982), do modernismo local, na esteira do romance de 30, ou ainda autores como Polycarpo Feitosa (1867-1955) e Aurélio Pinheiro (1882-1938) e até nos anos 70 e 80 do século XX, poetas da resistência cultural ou ainda Antonio Ronaldo e Adriano de Sousa (escritor e músico) ou também Moacy Cirne, poeta norte riograndense do Seridó, um dos fundadores do poema processo (em 1967 participou do lançamento do poema/processo) e Falves Silva, J. Medeiros, Anchieta Fernandes e Alexis Gurgel (que criaram a revista “DÊS” para que seus poemas circulassem entre os meios culturais em Natal conectado ao resto do país, cujo grupo participou de várias exposições itinerantes por Recife, João Pessoa, Fortaleza e Rio de Janeiro), como podemos não trabalhar isto melhor com nossos alunos do ensino médio? Por que temos sempre que ficar presos às mesmas páginas?  Por que não diversificá-las? Neste contexto é bom lembrar que em 2001, Tarcísio Gurgel publica Informação da literatura potiguar, livro-base sobre uma literatura que se faz a cada dia mais forte.
Para nós a iminência (das poéticas) seria isso: entender e lembrar boas obras de arte. Um grande ato de cidadania cultural poderia ser moldar um momento na arte, permitir máxima liberdade ao artista ao mesmo tempo em que se propõe a escrever uma história do presente na arte. Alguns argumentam que não temos mais nações, mas um estado de transnacionalidade (ideia de padronização ou tentativa de enxergar certa neutralidade transnacional?); será que seria correto pensar que tradições regionais amalgamaram-se numa espécie de linguagem universal cosmopolita?





domingo, 20 de outubro de 2013

O efeito dos raios gama nas margaridas dos Campos

Diretório Regional do PT vai entregar todos os cargos ocupados no governo Eduardo Campos! Campos,  de concentração antipetista, quer ser chefe com apoio do capital privado para impulsionar crescimento sustentável à Marina Silva e diz que com ele a política econômica do Brasil vai engordar, pois ele sabe apontar caminhos. 


Questionado sobre o Governo de Pernambuco pagar o pior salário das capitais aos seus professores, ele respondeu altivo: Virá para o País uma retomada do crescimento!— Quero  chamar a iniciativa privada! Assim vou aumentar a produtividade e qualidade nas cidades em  investimentos para florir e frutificar em apenas 25 anos. 

Quem matou Norma Bengell?

Poema para Norma Bengell
 (por Moisés Neto)

Viverás para sempre
Na tela de vários formatos
Desceste ao Hades
Mas teus Orfeus cantarão tua glória
Estás aonde poucos podem ir
Uma eternidade feita de dor e gozo, éter e sangue teatral
Nós , artistas, somos condenados a querer o novo, sempre
Rir e chorar é o que fazem
Com o que oferecemos
Num Olimpo improvisado
Este tupiniquim tablado de desespero e êxtase bandido
Prestando contas a um governo podre
Que não leva em conta nada além de um projeto pontuado
Numa era digital
A enfiar, deslizar e futucar
Dedos gordurosos de um falso interesse
Em downloads que levarão a outro NOWHERE
Restam os filmes, Norma, restam os filmes...
 A tua história...
O resto, como sempre, é silêncio...



Norma Bengell queria ver sua vida nas telas antes de morrer (morreu aos 78 anos, no dia 9 de outubro de 2013) e numa cadeira de rodas, a estrela de O Pagador de Promessas (de 1962), único filme brasileiro a vencer a Palma de Ouro em Cannes, lembrou sucessos da carreira iniciada aos 17 anos como corista, deu sua entrevista que vai ao ar em canal pago. Luciana Vendramini, da série "Elas", foi sua interlocutora. Norma tinha câncer no pulmão, sabia que iria morrer logo e entregou um projeto antigo que não conseguira levar adiante: a sua cinebiografia. Queria realizar logo o velho sonho e ligava todos os dias para Luciana. Um dos possíveis realizadores seria o diretor e produtor Aníbal Massaini, mas é um filme caro, várias épocas, cenas na Europa etc. Sabe quem assina o roteiro? Syd Field, mestre de Hollywood.  Norma, o filme, era o canto do cisne de uma atriz que desistiu de lutar pela vida,  não quis tratar o câncer, prolongar o modo como estava vivendo; sobrevivia com pensão de R$ 3.100 de como anistiada política,  o plano de saúde era R$ 1.516 (cantor Milton Nascimento pagava o convênio médico. 
Carlos Manga, pagou gastos hospitalares. 54 filmes no currículo e uma das líderes da retomada da produção nacional, com  O Guarani (1996) morreu humilhada, com medo  de ser jogada no Retiro dos Artistas. Negaram a ela até a aposentadoria do INSS. Ficava triste por não poder andar e também por não ser mais tão procurada. Ney Latorraca foi um dos poucos da classe artística no velório, ao lado de Barretão e dos cineastas Silvio Tendler, Carla Camurati e Roberto Farias. Mataram Norma, disse Latorraca. Sem herdeiros diretos (afirmou ter feito 16 abortos), a atriz deixou um testamento que ainda não foi aberto. Proibida de produzir por causa das dívidas.



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Recife, jovens artistas & anos 80

A GERAÇÃO 80 RECIFE, assim nomeada pelo saudoso Eneas Álvares, autor do estatuto inicial do grupo Ilusionistas, tem como representantes autores como Douglas Tabosa (romance Saudade do Futuro), Henrique Amaral (peças teatrais, poemas, roteiros e direção teatral/cinematográfica), Marco Hanois (cinema, teatro, artes plásticas, performance, happening), Moisés Neto (dramaturgo, professor, pesquisador, poeta, diretor teatral), Miriam Juvino (atriz, produtora), Luci Alcântara (atriz, diretora de cinema), Gê Domingues (músico, artista plástico, performer), Simone Figueiredo (atriz, arte-educadora, produtora, gestora cultural), Augusta Ferraz, Magdale Alves (atrizes), Mozart Guerra (artista plástico), Vavá Paulino, Henrique Celibi (atores, performers), Ricardo Valença (jornalista, músico e crítico), João Falcão (autor, diretor), Adeilson Amorim (fotógrafo), Aramis Trindade (ator, produtor), Mísia Coutinho (atriz, produtora), Bruno Garcia (ator), Heitor Dhália (ator, diretor de cinema), Paulo Smith (músico), Paulo Barros (ator, poeta, profissional do cinema e TV), Felipe Botelho (dramaturgo), Paulo Falcão (ator, poeta, designer, diretor, publicitário), Carlos Sales (ator, diretor especialista em teatro de rua), Ana Célia Bandeira, Manuel Constantino (ator, diretor, poeta, romancista), Rivaldo Casado (ator), José Manuel Sobrinho (diretor, ator), João Júnior (produtor de cinema), Vladmir Combre de Sena (ator, autor, designer, produtor), João Augusto Lira (ator, professor), Black Escobar (dança, teatro, professor, produtor), Paulo Caldas e Cláudio Assis (cineastas) dentre outros.





A característica maior desta geração é um faça você mesmo, muito irreverente e... iconoclasta. Seu signo-mor; o paradoxo. Suas influências vão de Andy Warhol (pop arte), Nelson Rodrigues, Glauber Rocha, Drummond, Fernando Pessoa, cinema expressionista alemão, Jomard Muniz de Britto (pop filosofia?), ciclo de cinema de Recife, Tropicália, Roland Barthes, Beatnik, BRock, Ionesco, Jazz, Clarice Lispector, Artaud, Peter Brook, Antunes Filho, Orson Welles, o carnaval, Tennesse Williams, Millor Fernades, Qorpo Santo até várias outras tendências.
O musical MUITO PELO CONTRÁRIO,de João Falcão,  anos 1980, mudou o teatro em Recife, ficando em cartaz durante anos lotando casas como o teatro de Santa Isabel. Amaral é um dos artistas da "Geração 80" que ao lado de Moisés Neto reinventaram a cena pernambucana com o grupo ILUSIONISTAS.


parte do elenco de MUITO PELO CONTRÁRIO, durante turnê

 No elenco Suzana Costa, Paulo Falcão, Sandra Mascarenhas, Moisés Neto, Augusta Ferraz (elenco original), Magdale Alves, Rutílio Oliveira, Ivonete Melo, dentre outros. Elaborado por um grupo de jovens artistas recifenses, o espetáculo mostra o olhar de uma geração sobre sua cultura e sua realidade, e busca desconstruir, com humor e ironia, ideias e imagens cristalizadas a respeito da Região Nordeste, frequentemente associada à seca, à fome e ao folclore. Segundo seu autor, Muito pelo Contrário fala "das raízes um tanto deterioradas e do folclore de uma região, que se prende a estas coisas como meio de sobrevivência de suas artes. Porém, o espetáculo não é um lamento, é uma viagem ao avesso do cartão-postal, ou melhor, a uma realidade que transcende o colorido das festas populares e a virtuosa e heroica imagem da miséria nordestina".

 

Magdale Alves, Augusta Ferraz, Paulo Falcão e Rutílio de Oliveira,Moisés Neto na primeira montagem da peça de João Falcão "Muito Pelo Contrário"



O crítico carioca Macksen Luiz explicita que isso se dá paulatinamente ao longo da apresentação, firmando-se "a partir da visita da socióloga a Olinda, quando é assediada pelos garotos-guias [...]. E, ao se iniciar o quadro da família de classe média de Caruaru, que resolve assumir toda imagem estereotipada do nordestino para ganhar um concurso da família típica, o público já está definitivamente conquistado". Em segunda temporada no Rio de Janeiro, em 1982, o crítico Yan Michalski louva em Muito pelo Contrário aquilo que o diferencia do panorama teatral carioca e paulista, especialmente sua instigante vitalidade: "O texto procede à demonstração proposta com inteligente e contundente espírito crítico e com atraente senso de humor. O espetáculo através do qual a ideia é cenicamente traduzida é singelo e sem maiores lances de inventividade, mas charmoso e envolvente, e interpretado com simpática mordacidade pelo elenco, cuja protagonista, Suzana Costa, destaca-se pela sua presença elegante e maliciosa. A música, cantada com apreciável competência, desempenha um papel de grande importância na realização: por um lado, ela contribui para reforçar, com suas características, a carga crítica do texto; por outro, constitui-se no principal trunfo estético de um trabalho cujas qualidades, de uma maneira geral, situam-se no plano da ideia, mais do que da estética".
E o Nobel de Economia vai para...

quem sabe do mal do mundo, mas não da cura

Fome de poder


Campos e Marina: quem assumirá a cabeça de chapa? (ele diz que não abre mão da candidatura à Presidência (será que os votos de Marina serão transferidos para ele?  Não seria melhor ele oferece a candidatura a Marina? A corrida presidencial abriu a caixinha antes de entrar na igreja e a aliança não se sabe em que mão, esquerda ou direita, que foi escolhida por Campos-Marina, não causou a sensação esperada e esfriou quem estava quente por  Marina (não curtiram sua filiação ao PSB, por interesse). O apoio do PSB ao PT sempre foi de olho na poupança dos trabalhadores, já  para os "ambientalistas" vai ser duro o convencimento do seu eleitorado. 

Eduardo reclama do antigo arranjo político, mas não se mostra comprometido com a derrubada do modelo político tradicional e conservador, que foi o seu berço (Arraes e Lula eram unidos). Lula quer Dilma na reeleição e vai  até  substituir a presidente em comícios. Imaginem que  propaganda eleitoral só é permitida no 5 de julho de 2014! Não é permitido pedir votos ou apresentar alguém como candidato, nem  qualquer manifestação de campanha. Imagine se pudessem...


sábado, 12 de outubro de 2013

Tatuagem e O som ao redor: Pernambuco falando para o mundo...

Através do jornal espanhol "El País", o diretor Walter Salles (de "Central do Brasil" e outros) disse que "O Som ao Redor", do pernambucano Kleber Mendonça Filho, seria o melhor filme brasileiro dos últimos dez anos, uma "obra-prima que pode dar um novo rumo ao cinema brasileiro".
Vi, achei gratificante o filme, mas não esperava tal dimensão.

Cena incrível de O SOM AO REDOR
gravado no bairro em que passei a minha adolescência 
e com locações também pelo interior de Pernambuco




 Vi também Tatuagem, de Hilton Lacerda; um filme impactante em vários sentidos... perturbador e libertino no sentido de transgredir os fatos em que se inspirou (o cabaré Vivencial Diversiones).

O Ciclo de Cinema Pernambucano pós- manguebeat está fazendo volume.

Voltarei ao tema
cartaz feito especialmente para a estreia em Recife, 11/09/13
Cine São Luiz, em dia de larger than life

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Argentina vai mal: a presidente caiu e teve que operar o cérebro e ontem Ozzy Osbourne mostrou a bandeira do Brasil num show para 40 mil pessoa; vaiado na hora

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Grande Recife... ereto!

O grande recife verticaliza-se sem um plano definido. Como Portugal ensinou: tem lugar alto? Tem porto? Faz uma cidade aí.
Quando ergueram-se as Torres Gêmeas no Bairro de São José, a CPRH disse que era um atentado....  deu em água: construíram os dois Adamastores e fim, quem quiser que conte outra.
E lá vem o conjuntão do Cais José Estelita, e mais outros tantos "empreendimentos" bilionários, que vai ser paredão para o bafo da cidade aumentar e a conta das empreiteiras também.
Derrubam, tomam, compram barato em mil vezes, exploram, transformam sem pensar nos menos favorecidos e...
Agora atacam o Janga (Paulista), também. Antigo reduto de reclusos, a praia da Zona Norte vira Zona de quem me quer?

Janga 

Tome: de uma só tacada vão inaugurar cinco torres com 400 apartamentos! A ponte que liga a praia a Rio Doce (OLINDA) não dá para isso, mas eles já anunciam mais 10 empreendimentos do mesmo porte, por lá. Há quem suporte? Transporte público e engarrafamentos em série se instalam.
Ah! Recife é conhecida pelos esgotos a céu aberto.
Paulista litorânea não tem saneamento público.
O resto era silêncio.

O trono do Brasil

Nosso país com sua sede de reis continua sua saga implacável. Uma segunda mulher, desta vez morena Marina ou o neto do Mito Arraes/ Tancredo? Continuamos com Dilma? Ficamos a ver navios em plena seca ou esperamos uma enorme onda de aprovações?
O povo brasileiro está dia a dia mais próximo de Xanadu ou do atômico mandacaru?
Vamos ajudar a democracia enquanto a Cia nos espia.
Lutar é preciso, mas o que fazer quando reafirmam no poder público que o voto em nosso país tem que ser obrigatório? E punem quem não concorda com isto?
É ver para crer (e não tem vidente que resista ao filme de terrir que está em cartaz aí).
Voltemos nossos olhos para Brasília: vai para o trono ou não vai?

domingo, 6 de outubro de 2013

Um curta estranho com Madonna atirando muito em nome do "amor" EXISTENCIALISTA (desconstruído)

Madonna gosta de falar palavrões em público, já fez fotos porno-soft, tem filmes e mais filmes no currículo e dezenas de hits. Está envelhecendo como um dos ícones do planeta Terra, porém faz pouco tempo que ela co-dirigiu e lançou este vídeo:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=uXfXrl4K2D4#t=992

onde mais uma vez exibe-se com armas e atirando para matar; ela fala numa revolução do amor e no final cita Sartre, dizendo que não importa o que o mundo fez com você e sim o que você faz com isso.
Claro.
Bem, este visual todo em preto e branco faz-nos pensar no que que esta americana está planejando a seguir.
Mais violência para expressar um amor imenso?
É esta a herança (além de muitos dólares) que ela vai deixar para seus filhos?
Ela é uma artista-referência, mas... seu compromisso político mesclado à arte está por demais confuso.
Metáforas, metonímias e alegorias que lhe mordam: Stop shooting, dear.
A sociedade do espetáculo já não é mais a mesma.
Arte, política e afetos contemporâneos que o digam...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Uma notícia me deu certo prazer hoje à tarde: 

Paulo Coelho criticou a seleção de autores do país e cancelou sua participação na Feira de Frankfurt, onde o Brasil é homenageado.