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domingo, 13 de novembro de 2022

GPLITPOP (Grupo de Pesquisa em Literatura Popular

 

O Seminário Morte e Vida Severina acontecerá no dia 27 de outubro no auditório e trará muito enriquecimento para a UNEAL campus III. Arte e conhecimento acadêmico andando juntamente. Certificados de 10 horas extracurriculares serão entregues aos inscritos. Faz parte das atividades do Grupo TUPI (Teatro Universitário em Palmeira dos Índios), Grupo de Extensão e o GPLITPOP (Grupo de Pesquisa em Literatura Popular), ambos coordenados pelo Prof. Dr. Moisés Monteiro de Melo Neto*, do Campus III, Palmeira dos Índios. A coordenação do evento também está a cargo do Conselho Estudantil da UNEAL (C. E.U.)



O evento será iniciado por um sarau com discentes da instituição. Uma chance de mostrarem sua sensibilidade artística. Seguidamente, uma palestra com o professor Prof. Dr. Moisés de Monteiro de Melo Neto sobre a obra de João Cabral de Melo Neto. Outra palestra, proferida pelo Prof. Luciano José Barbosa da Rocha tratará do célebre autor e também fará um confronto com o pensamento do filósofo franco-argelino Albert Camus, especificamente no que trata da sua visão sobre o Mito de Sísifo, em cotejo com o estigma do sertanejo retirante.  A seguir o graduando em Geografia João Victor Fernandes, UNEAL Campus III, falará sobre a geografia humana e a filosofia em MORTE E VIDA SEVERINA, Auto de Natal Pernambucano. Após isso, o espetáculo "Morte e Vida Severina", estrelado por universitários da UNEAL, será apresentado ao público.




O centenário do recifense João Cabral de Melo Neto foi em 2020, mas a pandemia adiou nosso evento, que acontece agora, de modo presencial, exclusivamente, no Campus III da Uneal.

Nas palestras sentido da morte no poema “Morte e vida severina”: reflete a difícil vida dos sertanejos, principalmente os que habitam o sertão nordestino, além de apresentar para os leitores a figura de Severino, sujeito pobre e sofredor, que tem sua vida marcada pela miséria e pela dificuldade. Refletiremos sobre o fim da vida, discutindo teoricamente algumas definições e mostrando algumas hipóteses sobre o porquê do espanto demonstrado pelos indivíduos quando a morte é tema de alguma conversa, destacando as principais características que tornam o poeta João Cabral um engenheiro no campo das palavras. Falaremos também dos estigmas e estereótipos que cercam as representações da classe dos menos favorecidos, dentre esses fatores pode-se destacar o sofrimento, a pobreza e a miséria.

Na parte da noite, a peça "Caetés", inspirada no primeiro romance de Graciliano Ramos (1933), com dramaturgismo Prof. Moisés Monteiro. A romance original que retrata como era Palmeira dos Índios há 90 anos, pela visão do Mestre Graça. abrilhantará o evento. Após a apresentação, uma breve roda de conversa encerrará a noite.

Parte da equipe da nossa peça "Caetés"


Eis um trecho da peça CAETÉS, quando o personagem-narrador expressa sua visão de mundo:

O tempo passou e eu continuei na firma como se nada tivesse acontecido, com os amigos de sempre, em Palmeira dos Índios, na mesma pensão. Uma tarde, girando por estas ruas, parei na beira do açude, lembrei-me da estrela vermelha que contemplamos, eu e Luísa Como aquilo ia longe! Passeei pela cidade numa onda de recordações. Parei na calçada da igreja. Da paisagem admirável apenas se divisavam massas confusas de serras cobertas de sombras. A estrela vermelha brilhava à esquerda. Pareceu-me pequena, como as outras, uma estrela comum. Comum, como as outras. E estive um dia muito tempo a contemplá-la com respeito supersticioso, contando-lhe cá de baixo os segredos do meu coração. E lamentei não ser um índio, como os do livro que eu queria escrever, para colocá-la entre os meus deuses e adorá-la. Ah! Não ser selvagem! Que sou eu senão um selvagem com verniz por fora? Quatrocentos anos de civilização, outras raças, outros costumes. E eu disse que não sabia o que se passava na alma de um índio caeté! Provavelmente o que se passa na minha, com algumas diferenças. Um caeté branco que sabe contabilidade e lê jornais, ouve missas. Ou pensam que sou ateu? Engano. Não há ninguém mais crédulo que eu. Ateu! Não é verdade. Tenho passado a vida a criar deuses que morrem logo, ídolos que depois derrubo — uma estrela no céu, algumas mulheres na terra...


 

* Moisés Monteiro de Melo Neto possui graduação em Letras (1992), mestrado e doutorado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (2011). É professor da UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas) e da UPE (Universidade Estadual de Pernambuco). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura, nas seguintes Áreas: Dramaturgia, Literatura Comparada, Estudos Culturais, Produção Textual, Literaturas em Língua Portuguesa, Cordel, Literatura Indígena, Representações dos Gêneros na Literatura, Bioficção, Literatura e História, Literatura e Cinema. É professor desde 1992. Autor de vários livros, dentre os quais: Abismos da Poeticidade, publicado pelo SESC, LITERATURA DE AUTORIA INDÍGENA E A REPRESENTAÇÃO DO ÍNDIO EM OUTRAS LITERATURAS, CIRCO MÁGICO ALAKAZAM (publicado pelo Governo de Pernambuco), Anticânone: literatura em Pernambuco, Movimento Mangue: Chico Science e outros artistas (2021). Autor de peças teatrais que receberam menções honrosas e prêmios, Foi dramaturgista da peça Um minuto para dizer que te amo, vencedora de vários prêmios; atuou como colaborador do Suplemento Literário do Jornal do Commercio, Recife, nos anos 1990. Está na Academia Palmeirense de Letras. É pesquisador no grupo de pesquisa NEAB: Identidades culturais: preservação e transitoriedade na cultura afro-brasileira, da Universidade de Pernambuco. Faz parte do Programa de Mestrado em Letras (ProfLetras), oferecido em rede nacional, integra o Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Alagoas e também da Pós-Graduação em História, na mesma Universidade. Em 2019 lançou o livro Shakespeare: um ensaio dramático. Colaborou de 2018 a 2020 com os jornai O SÉCULO, A Gazeta, dentre ouros. É membro da Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes. Em pesquisa e extensão: NÚCLEO DE ESTUDOS POLÍTICOS, ESTRATÉGICOS E FILOSÓFICOS: NEPEF, É coordenador do GPLITPOP: Grupo de Pesquisa em Literatura Popular. xperiência Profissional: 30 anos de Magistério. Líder do Projeto TUPI Formação do Teatro Universitário em Palmeira dos Índios - Pesquisa e atuação: Teatro como instrumento pedagógico na prática do ensino de Literatura. Lançou no final de 2020 os livros 'Biografia, Autobiografia e Ficção: Literatura e História em Entrelaçamentos Vivenciais', e "Literatura africana de língua portuguesa. Tem participado de congressos, colóquios e encontros, mesmo durante a pandemia nos anos 2020/ 2021. Publicou vários dos seus cordéis. Suas peças tem sido transmitidas pela Rádio Folha de Pernambuco. Teve publicados artigos científicos com os seus alunos. Ministrou o minicurso Literatura africana de língua portuguesa, pela UNEAL, integrando forças com o projeto do Lepdic, pelo Grupo. Professor no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).Atua no Curso de Licenciatura Intercultural Indígena de Alagoas/CLIND-AL. Vem apresentando trabalhos em encontros nacionais como o 5º Congresso Nacional de Educação, junho de 2021. Sua peça Shakespeare e os Atores ganhou versão no Youtube, com apoio da Lei Aldir Blanc, estreando dia 6 de junho de 2021. Em julho de 2021 organizou o livro Literatura africana de língua portuguesa: uma prática de ensino. Seus orientandos vêm defendendo seus trabalhos através de plataformas digitais. A convite do IFPE ministrou palestra Literatura Africana. Compôs Banca Avaliadora no VII CONGRESSO INTERNACIONAL SESC DE EDUCAÇÃO (UFPE/SEBRAE)/2021

 

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