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domingo, 5 de novembro de 2017

Assisti, ontem, no Recife, ao espetáculo Suassuna – O Auto do Reino do Sol e gostei

Ontem, (banhados por uma lua cheia na costa atlântica enebriante) fomos ao assistir “Suassuna – O Auto do Reino do Sol” com o pessoal da Barca dos Corações Partidosa vontade deles é homenagear os 90 anos do nascimento de Ariano Suassuna (1927-2014). Tudo se passa no sertão paraibano, onde ele nasceu e retratou nas suas obras. Conheço o diretor Luiz Carlos Vasconcelos e Bráulio Tavares de perto, já Chico César: conheço de ouvido. Na plateia estavam dona Zélia, gentilíssima, sempre, linda e musa do Armorial, havia também os outros parentes.  “Não sei, só sei que foi”: a peça não é biográfica mas tem trechos arianescos (a cena da Virgem Maria é um tiro (na gíria do palco).


Trama : Iracema e Lucas, que pertencem a famílias inimigas: ela é sobrinha do comerciante de minérios Major Antonio Moraes (citado em Auto da Compadecida e Romance da Pedra do Reino), Lucas é membro da família Fortunato, criadora de gado. Entre o cômico e o lírico: fogem, pedem abrigo num circo gerenciado por (“ senhora é meu relógio parado”)Sultana, que segue rumo a Taperoá, terra de Ariano, na Paraíba. O texto de Bráulio pede mais de meia hora par e tome alegoria quase caricata de retirantes, sol... seca, o apu pedra e fim do caminho.  Os palhaços parecem saídos de cartoons encantadores. Palhaços, quando conheci Vasconcelos ele  tinha um circo em João Pessoa e ele fazia um palhaço.  A gente percebe bem quando as músicas são mais de Beto Lemos e Alfredo Del Penho, com letras de Bráulio, de quando tem a pegada de Chico Cesar mais forte. A cenografia de Sérgio Marimba escorrega entre o clean e o problemático, a  luz de Renato Machado poderia oferecer mais; figurinos de Kika Lopes e Heloisa Stockler são um prazer aos olhos. A sensação final é de um bom espetáculo.

Bráulio Tavares e Moisés Monteiro de Melo Neto


Uma encenação de Luiz Carlos Vasconcelos
Texto: Bráulio Tavares
Música: Chico César, Beto Lemos e Alfredo Del Penho
Idealização e Direção de Produção: Andrea Alves
Com a Cia. Barca dos Corações Partidos: Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Beto Lemos, Fábio Enriquez, Eduardo Rios, Renato Luciano e Ricca Barros.
Atriz convidada: Rebeca Jamir
Artistas convidados: Chris Mourão e Pedro Aune
Cenografia: Sérgio Marimba
Iluminação: Renato Machado
Figurinos: Kika Lopes e Heloisa Stockler
Design de som: Gabriel D’Angelo
Assistente de direção: Vanessa Garcia
Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno
Produção Executiva: Rafael Lydio



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