CORDEL DO SENHOR DOS ANÉIS
Antônio Lourenço de Melo
Moisés Monteiro de Melo Neto
1 O Senhor dos Anéis é
um livro de fantasia
Inglês Tolkien o escreveu
Trinta e sete ele inicia
Foi até quarenta e nove
Até na Guerra ele escrevia
2 Ele tinha planejado
Fazer um volume só
Mas o bicho foi crescendo
Atou e desatou nó
Acabou com três volumes
Fênix voltando do pó
3 Eita
coisa popular
A obra foi reimpressa, sim
várias vezes e traduzida
40 línguas, assim
Um meia zero milhões de cópias
Parecia não ter fim
4 Popular literatura
Que vem do século vinte
Um anel centro da saga
Inscrições, mistério, pinte
Erm Tengwar língua proibida
De Mordor: rege e não é acinte
5 Coisa enigmática até
Um Anel para achá-los
Na parte de dentro
Todos escuridão a atá-los
Vilões se autodestroem
Porte a amaldiçoá-los
A edição em português
A primeira a sair
Saiu pela Artenova
seis volumes a luzir
cada um dos três, em dois
sete quatro a nove vir
A segunda em português
editada em Portugal
foi durante os 80
até que não ficou mal
Martins Fontes, nove um
Brasil, lança em três, legal
Fãs ficaram chocados
com certas alterações
feitas nova tradução
mais fiel a Tolkien, questões
isso inclui a mudança
de anãos em vez de anões
Em inglês anões é dwarfs
aqui é o arcaico Anãos
Goblins para Gobelins
e de Orcs para Orques, nãos?
Floresta das Trevas? Trevamata.
É questões ou questãos?
Todas
essas alterações foram feitas para condizer mais com o que o Tolkien desejava.
No caso de Orques e Gobelins, é porque o Tolkien dizia que se fosse para
traduzir os termos Orc e Goblin, deve-se traduzir de acordo com a forma que se
é pronunciado em cada país. O motivo de Floresta das Trevas ter virado
Trevamata é simples. Trevamata é uma tradução mais acertada do termo em inglês,
Mirkwood (Mirk= Trevas, wood= Mata, floresta, madeira).
A história de O Senhor dos
Anéis ocorre num tempo e espaço imaginário, a Terceira
Era da Terra Média, que é um mundo inspirado na Terra real, mais
especificamente, segundo Tolkien, numa Europa mitológica, habitado por Humanos
e por outras raças: Elfos, Anãos (anteriormente
"Anões"), Hobbits e Orques (anteriormente "Orcs"). Tolkien nomeou
esse lugar com uma palavra do inglês moderno, Middle-earth (Terra-Média), derivado do inglês antigo, Middangeard, o
reino onde humanos vivem na mitologia Nórdica e Germânica. O próprio Tolkien
disse que pretendia ambientá-la na nossa Terra, há aproximadamente 6 000 anos,[4] embora a correspondência com a geografia e a
história do mundo real fosse frágil.
A história narra o conflito contra o
mal que se alastra pela Terra-média, através da luta de várias raças - Humanos,
Anãos, Elfos, Ents e Hobbits - contra Orques, para evitar que o "Anel do Poder" volte às mãos de seu criador Sauron, o Senhor Sombrio. Partindo dos primórdios tranquilos do Condado, a história muda através da Terra-média e segue o curso da Guerra do Anel através dos olhos de seus personagens,
especialmente do protagonista, Frodo Bolseiro. A história
principal é seguida por seis apêndices que fornecem uma riqueza do material de
fundo histórico e linguístico.[5]
Juntamente com outras obras de Tolkien, O Senhor dos Anéis foi
objeto de extensiva análise de seus temas e origens literárias. Embora um
grande trabalho tenha sido feito, a história é meramente o resultado de uma
mitologia na qual Tolkien trabalhava desde 1917.[6] As influências sobre este antigo trabalho e
sobre a história do Senhor dos Anéis englobam desde elementos de filologia, mitologia, industrialização e religião até antigos trabalhos de fantasia, bem como as experiências de
Tolkien na Primeira Guerra Mundial (1914-18), da
qual participara.[7] O Senhor dos Anéis teve um efeito
grande na fantasia moderna, e o impacto de trabalhos de Tolkien é tal que o uso
das palavras "Tolkienian" e "Tolkienesque"
("Tolkieniano" e "Tolkienesco", na forma aportuguesada)
ficou gravado no dicionário Oxford English Dictionary.[8]
A enorme e permanente popularidade
de O Senhor dos Anéis levou a numerosas referências na cultura popular, à criação de muitas sociedades de
fãs da obra de Tolkien[9] e à publicação de muitos ensaios sobre
Tolkien e seu trabalho. O Senhor dos Anéis inspirou (e
continua inspirando) trabalhos de arte, a música, cinema, televisão, videogames e uma
literatura paralela. O cineasta estadunidense George Lucas admitiu em
uma entrevista que sua saga cinematrográfica Star Wars, foi inspirada na saga de Tolkien. Outras sagas
famosas que também tiveram forte e direta inspiração em Tolkien foi As Crônicas
de Gelo e Fogo de G.R.R. Martin, um grande fã da Terra-média, além de Harry
Potter, que contém diversos elementos nítidos de O Senhor dos Anéis e várias
obras de fantasia e ficção, Eragon, trabalhos de Stephen King, C.S. Lewis e
etc. Adaptações do livro foram feitas para rádio, teatro e cinema. Em 2001 – 2003, foi lançada a trilogia de filmes O Senhor
dos Anéis (The Lord of the Rings), que se tornou um grande sucesso de
bilheteria em todo o mundo, expondo, de forma significativa e sem precedentes,
o trabalho do autor ao grande público, o que acabou por renovar o seu
contingente de fãs e admiradores e promover uma explosão de interesse
pelo O Senhor dos Anéis, bem como por outras obras de Tolkien.[10]
Estrutura da
obra e plano de fundo da história
Já foi dito que a obra deveria ser
lançada em um único volume, mas foi dividido em três como forma de baratear os
custos (havia racionamento de papel na Inglaterra do pós-guerra). Cada volume é
dividido em dois tomos ou "livros".
1. O primeiro volume, A Sociedade do Anel, publicado em
1954, contém um prólogo, no qual são dadas as características dos Hobbits;
2. O segundo
volume, As Duas Torres, publicado alguns meses depois de A
Sociedade do Anel, também em 1954, continua a história original com mais personagens;
3. A saga termina com
a publicação em 1955 do terceiro volume, intitulado O Retorno do Rei, que contém diversos apêndices
explicativos sobre a história, as línguas, a cronologia da narrativa e outras
informações adicionais sobre a mitologia criada por Tolkien para a sua
Terra-Média.
O plano de fundo da história é
revelado enquanto o livro progride, e elaborado também nos apêndices, no Silmarillion e
em Contos Inacabados, os últimos publicados após a morte de
Tolkien. Começa milhares de anos antes da ação no livro, com a ascensão do
epônimo senhor dos anéis, o Senhor Sombrio Sauron, possuidor de
grandes poderes supernaturais, que governava o temido reino de Mordor. No fim da
Primeira Era da Terra Média, Sauron sobreviveu à catastrófica derrota e o
exílio de seu mestre, a figura fundamental do mal, Morgoth e
durante a Segunda Era Sauron planejou ganhar o domínio sobre a Terra Média. Sob
aparência de "Annatar" ou senhor dos presentes ajudou
os elfos ferreiros de Eregion,
e fomentou a forja dos anéis mágicos que conferenciaram vários poderes e
habilidades aos seus portadores, mas Celebrimbor, líder dos elfos ferreiros
(muito talentoso e neto de Fëanor que criara as Silmarils na Primeira Era), os
tinha forjado independentemente de Sauron. Os mais importantes destes foram os
dezenove anéis do poder ou os Grandes Anéis.
Então Sauron forjou secretamente um
Grande Anel para si próprio, O Anel, pois planejava escravizar os portadores
dos outros anéis de poder. Este plano falhou em parte porque os elfos tomaram
ciência dele e esconderam os seus anéis, os Três Anéis Élficos, dando-os aos
Sábios de seu tempo (Galadriel,
Círdan e Gil-Galad). Nesses, Sauron jamais tocou. Sauron lançou-se então à
guerra, durante a qual capturou dezesseis dos anéis do poder e os distribuiu
aos senhores e aos reis dos anãos e dos homens. Estes anéis foram conhecidos
como os sete e os nove respectivamente. Os Senhores Anãos se provaram demasiado
resistentes à escravização, embora seu desejo natural para a riqueza,
especialmente ouro, aumentasse; isto trouxe muitos conflitos entre eles e
outras raças. Dos sete Anéis que tinham sido dados aos Senhores Anãos, Sauron
recuperou os que não tinham sido destruídos, e dos nove Anéis presenteados aos
Homens, Sauron trouxe todos para sua custódia. Esses humanos portadores dos
Nove lentamente se corromperam e transformaram-se consequentemente nos
morto-vivos, Nazgûl,
os Espectros do Anel, os servos mais temidos de Sauron.
Após 1 500 anos, o Numenorianos
enviaram uma grande força para destruir Sauron, conduzida por seu poderoso
monarca Ar-Pharazôn, o Dourado. Abandonado por seus servos, Sauron
rendeu-se e foi feito prisioneiro de Númenor.
Entretanto, com perspicácia e força de vontade, começou a aconselhar o rei e
envenenou as mentes do Númenorianos contra os Valar. Iludiu seu rei,
aconselhando-o a invadir as Terras Imortais para conseguir ser imortal como os
Valar e os elfos. Os Valar, ao saberem da invasão, invocaram Eru Ilúvatar, que
causou um deslizamento de terras sobre os Númenorianos, e abriu uma grande
abismo no mar, destruindo Númenor e separando as Terras Imortais das Mortais. O
corpo físico de Sauron foi destruído, mas seu espírito retornou a Mordor e
assumiu um nova e terrível forma. Alguns Númenorianos (chamados de Fiéis por
não terem deixado de adorar Ilúvatar) também
obtiveram sucesso em escapar para a Terra-média. Esses eram chamados de Elendili e
foram conduzidos por Elendil e seus filhos Isildur e Anárion.
Depois de cem anos, Sauron lançou um
ataque contra os Númenorianos exilados. Elendil formou a Última Aliança dos
Elfos e dos Homens com o Elfo-rei Gil-galad. Marcharam de encontro a Mordor,
derrotando os exércitos de Sauron na planície de Dagorlad e
sitiaram a fortaleza Barad-dûr,
onde Anárion morreu. Após sete anos sitiado, o próprio Sauron foi forçado a vir
para fora e entrar num combate com os líderes. Gil-galad e Elendil foram mortos
enquanto lutavam com Sauron e a espada de Elendil, Narsil, quebrou-se.
O corpo de Sauron foi subjugado e morto[4] e Isildur cortou o Um Anel de sua mão com que sobrara da espada, Narsil; quando isto
aconteceu, o espírito de Sauron fugiu e não reapareceu por muitos séculos.
Isildur foi aconselhado,por Elrond, a destruir o Um Anel arremessando-o no
vulcão do Monte da Perdição onde foi
forjado, mas atraído pela sua beleza, Isildur preferiu conservá-lo para que
fosse a herança de seu povo.
Começou, assim, a Terceira
Era da Terra-média. Dois anos mais tarde, Isildur e seus soldados
foram atacados em uma emboscada por um bando de Orques no que foi chamado
posteriormente de "Desastre dos Campos do Lis". Quase todos os homens
foram mortos, mas Isildur escapou pondo o Anel, que torna invisível quem o
coloca. Mas o Um traiu o seu portador, escapando do dedo de Isildur, que foi
visto e flechado pelos orques, e o Anel foi perdido por dois milênios.
Foi então encontrado, por acaso, no
rio por um ancestral dos hobbits chamado
Déagol. Seu parente e amigo[4] Sméagol o
estrangulou para roubar o Anel. Sméagol fugiu para as Montanhas Nevoentas depois de ter
sido expulso de casa, e nas raízes das montanhas se transformou numa criatura
repulsiva e nojenta chamada Gollum.
Em O Hobbit, aproximadamente 60 anos antes dos eventos do Senhor dos Anéis, Tolkien
relacionou a história do encontro aparentemente acidental do Anel por um outro
hobbit, Bilbo
Bolseiro, que o leva para sua casa, o Condado. Foi somente durante a criação de O Senhor dos Anéis que
Tolkien relacionou as histórias.[4] Nem Bilbo nem o mago Gandalf estavam cientes neste momento que o anel mágico de Bilbo era o Um
Anel, forjado pelo Senhor Sombrio, Sauron.
A saga do Anel conta, no final da
Terceira Era, a luta entre os povos livres da Terra-média contra Sauron, que
procura pelo Um Anel e tem o intuito de dominar toda a Terra-média, assim como seu
mestre, Morgoth, tentara
anteriormente.
A Sociedade do Anel (Brasil) - A Irmandade do Anel (Portugal)
Frodo Bolseiro é um hobbit do
Condado, que recebe de seu tio Bilbo um anel
de rara beleza. Esse anel tem uma longa história: foi roubado de uma criatura
chamada Gollum (como
relatado no livro O Hobbit), e desde então ele tem
sido guardado por Bilbo.
O Mago Gandalf, um velho amigo de Bilbo,
percebe o poder que aquele anel possui, não sendo um anel comum, mas sim
o Um Anel, artefato mágico forjado
por Sauron, o Senhor Sombrio, e que
fora perdido numa batalha muito tempo antes. Se recuperado, o Um Anel
permitiria a Sauron o domínio definitivo sobre toda a Terra-média. O Um Anel, ou Anel do
Poder, dera longevidade fora do comum a seu antigo dono, Bilbo, e possuía
consciência, uma vontade própria que o conduzia sempre na direção do seu
criador e senhor. Gandalf aconselha Bilbo a deixar o Condado, planejado para
ocorrer até a festa de aniversário daquele ano. Gandalf parte, para resolver
alguns assuntos, mas combinando que voltaria para acompanhar Frodo, porém, não
manda notícias durante vários meses. Chegando a data prevista, Bilbo decide
deixar o Condado e deixa tudo para Frodo. Depois de um tempo, Gandalf retorna e
convence Frodo a partir para destruir o anel, após vender Bolsão, Frodo leva
consigo seus amigos Sam, Merry e Pippin para sua aventura.
Os
hobbits resolvem pegar um atalho que passa através da Floresta Velha, lar de
árvores que se comunicam entre si. Dentro da Floresta, os hobbits são salvos de
uma árvore violenta por um estranho ser que adora cantar: o enigmático Tom Bombadil, um dos maiores mistérios
de Tolkien.
Passando
por outros perigos, os hobbits chegam a Bree,
uma vila habitada por Homens e hobbits, perto da fronteira do Condado, e lá aceitam a ajuda de
um Guardião chamado Passolargo, amigo de Gandalf, que os
guia até Valfenda, um reino ainda habitado por elfos, seres imortais, detentores de grande poder, beleza e
sabedoria. Mas o caminho ainda é perigoso: o grupo é emboscado no Topo do Vento
e Frodo acaba apunhalado por
um Nazgûl,
Espectro do Anel. Passolargo consegue repelir a ofensiva do Inimigo e foge com
Frodo, que está gravemente ferido, e os outros hobbits. Quando estão a ser
novamente alcançados pelos Espectros do Anel, o elfo Glorfindel encontra-os e
os conduz com segurança até Valfenda. Os Nazgûl tentam detê-los mas são
varridos pela inundação súbita do rio Bruinem.
Já
curado, Frodo descobre as maravilhas de Valfenda e
lá é realizado um conselho liderado por Elrond, o
meio-elfo mestre de Valfenda e pai de Arwen, a amada de
Passolargo, cujo verdadeiro nome é Aragorn, que se revela descendente de
Isildur e herdeiro do Trono de Gondor.
No
Conselho de Elrond, são expostos os problemas relacionados ao Um Anel. Boromir,
filho do regente de Gondor, sugere usar o Anel do Poder contra Sauron. Elrond e
Gandalf rejeitam a ideia imediatamente e explicam os vários motivos pelos quais
não podem usar o poder do Anel contra o Senhor Sombrio: Sauron é o único e verdadeiro
Senhor do Anel, pois o forjou, sendo portanto totalmente maligno, além disso,
seu poder é grande demais para ser controlado por mortais comuns e mesmo os
poderosos entre os povos livres da Terra-Média, como os imortais elfos (Elrond)
e os magos (Gandalf), temem inclusive tocá-lo.
O
poder quase absoluto do anel corrompe o carácter e deforma a personalidade
daquele que se atreve a empunhá-lo, ainda que movido por boas intenções. Quem
quer que tente derrotar Sauron utilizando o anel, acabará tornando-se o próximo
Senhor Sombrio.
Dada
a impossibilidade de utilizar o Um Anel como arma de guerra, é imposta a tarefa
de levá-lo até o Monte
da Perdição, um vulcão localizado no centro de Mordor, a Terra Negra do
Inimigo, onde o anel fora forjado e também o único lugar onde poderia ser
destruído.
Para
essa missão, de sucesso improvável, é formada a Sociedade do Anel,
composta por nove companheiros: quatro hobbits (Frodo, Sam, Merry e Pippin), dois humanos (Aragorn
e Boromir),
um elfo (Legolas), um anão (Gimli) e um mago (Gandalf). Frodo seria o
"Portador do Anel", aquele que deveria lançar o Anel nos fogos
de Orodruin.
A Sociedade
do Anel parte em direção ao sul. Cientes que essa rota está sendo
vigiada pelo Inimigo, o grupo faz um desvio para Leste através das montanhas
Hithaeglir, mas são obrigados a voltar por causa da neve e do frio. Um caminho
alternativo leva-os até a temida Moria, reino
subterrâneo dos anãos, onde são emboscados por um Balrog, um demônio
do mundo antigo, Gandalf luta com ele e morre. Os outros companheiros escapam e
chegam em segurança a Lothlórien,
reino da rainha élfica Galadriel, temida por seu poder mas dotada de rara beleza e
sabedoria. Nesse reino encantado, onde o tempo parece não passar, os viajantes
recebem auxílio e conselhos. Após algumas semanas de descanso, a Sociedade
do Anel agora liderada por Aragorn, parte de Lothlorien em direção ao
Sul, navegando pelo grande rio Anduin em canoas construídas
pelos elfos da Floresta Dourada. Quando param para descansar próximo às
cataratas de Rauros, Boromir tem uma discussão com Frodo, e tenta roubar-lhe o
Anel do Poder. Frodo foge e decide ir sozinho para Mordor, mas acaba levando
Sam. Quando os outros membros da Sociedade do Anel vão em
busca de Frodo, são atacados por Uruk-hai (sub-espécie de Orques, mais alta e
forte) enviados por Saruman, um mago renegado que se aliou a Sauron, mas que
também ambiciona o Anel do Poder.
Na
luta que se segue, a Sociedade é rompida: Merry e Pippin são capturados pelos
Uruk-hai, Boromir morre ao defendê-los; Aragorn, Legolas e Gimli decidem
resgatar os hobbits aprisionados, além de Frodo e Sam, que partem sozinhos para
o Monte da Perdição.
As Duas Torres
Aragorn, Legolas e Gimli seguem os rastros dos hobbits
capturados (Merry e Pippin) e o caminho os leva até a Floresta de Fangorn. Nela encontram o Mago
Branco que inicialmente pensam ser Saruman, o traidor. No entanto, o velho
enigmático revela-se Gandalf, que morreu enfrentando
o Balrog e
retornou da morte para cumprir sua missão na Terra-Média.
Os
quatro seguem então para Rohan, Terra dos Cavalos. Sua capital Edoras fica no alto de
uma colina, onde os rohirrim ergueram Meduseld, O Palácio Dourado. Nele, vive o
rei Théoden, cuja mente fora envenenada por Saruman através de um agente
infiltrado, o conselheiro Gríma Língua-de-cobra.
Gandalf expulsa Grima, cura o rei de seus males, e o aconselha a enfrentar a ameaça
de Saruman e partir rumo a Isengard, fortaleza de Saruman, com todos os guerreiros
disponíveis.
Enquanto
isso, os hobbits Merry e Pippin
conseguem escapar dos uruk-hais, e fogem para o interior da Floresta de
Fangorn. Lá encontram Barbárvore, um Ent, um gigante em forma de árvore, e
cujas origens remontam a tempos muitíssimo mais antigos que a Terceira
Era,
na qual se passa essa história.
Barbárvore
leva Merry e Pippin a sua casa, onde descansam enquanto os Ents são convocados
para uma reunião no qual se discute, na lentíssima língua dos ents, o que fazer
com o Inimigo Saruman. Os Ents decidem ir à guerra e partem rumo a Isengard. Os
Ents invadem a fortaleza de Saruman, massacram os odiados orques, que haviam
derrubado muitas árvores de Fangorn, e apagam as fornalhas de Isengard
desviando o curso do Rio Isen. Todo o círculo de Orthanc é
inundado, ficando Saruman isolado pelas águas em sua Torre de pedra.
De
volta a Rohan, o rei Theoden envia velhos, mulheres e crianças para a segurança
do Templo da Colina, um refúgio nas montanhas, enquanto os cavaleiros
de Rohan partem em direção a Isengard. Entretanto, são obrigados a
fazer um desvio que os leva até o Abismo de
Helm,
um estreito desfiladeiro onde os rohirrim construíram uma fortaleza de pedra (o
Forte da Trompa"). Nela, as tropas de Rohan buscam refúgio mas acabam
sitiadas pelos Uruk-hai de Saruman. Após horas de batalha sangrenta, os orques
são derrotados com a ajuda de outras tropas de Rohirrim, trazidas por Gandalf.
Os Orques remanescentes fogem mas são massacrados pelos Huorns, Ents mais
arvorescos, que buscam vingança pela destruição da Floresta de Fangorn.
Finda
a Batalha do Abismo de Helm, o rei Theoden, Gandalf, Aragorn, Legolas e Gimli, cavalgam até Isengard. Ao
chegarem lá, encontram Merry e Pippin sãos e salvos, e surpreendem-se com os
hobbits se fartando com as provisões de comida, vinho e fumo da fortaleza do
Inimigo. Numa última e desesperada tentativa, Saruman procura seduzir o grupo
com sua voz persuasiva, quase hipnótica, mas Gandalf anula o feitiço e ainda o
expulsa da ordem dos Istari, quebrando seu bastão. Nesse momento, Gríma
língua-de-cobra atira da Torre de Orthanc um Palantír,
pedra vidente que é capaz de comunicar-se com outras semelhantes. Gandalf recolhe-a
para posterior averiguação.
À
noite no acampamento, Pippin, em sua incontrolável
curiosidade, agarra o Palantír e olha para o seu interior, e numa visão, vê o
próprio Sauron, mas por sorte não revela
nada dos planos dos povos livres, e ainda vê uma parte dos planos do Senhor dos
Anéis: seu primeiro ataque será contra a capital do Reino de Gondor, a cidade
de Minas Tirith.
Gandalf
parte então com Pippin para Minas Tirith a fim de alertar Gondor da guerra
iminente, encerrando assim a primeira parte de As Duas Torres.
A
segunda parte do livro, que fala sobre Frodo e Sam, inicia-se com
a captura de Gollum.
Em troca de sua liberdade, ele promete levar os dois até Mordor, onde fica
o Monte
da Perdição. Assim é feito.
Mas
Gollum não é totalmente fiel, nem totalmente sincero. Apenas Sam é capaz de
perceber suas verdadeiras intenções. Gollum é uma criatura velha e
"pegajosa" que já foi parecido com um hobbit, mas que foi possuído pelo
poder do Um Anel, e jamais conseguiu libertar-se dessa atração: um lado de sua
personalidade dividida quer levar os hobbits até Mordor em segurança, mas a
outra pretende matá-los e apossar-se do Anel que lhe foi roubado.
Atravessando
vários lugares, os hobbits são guiados até o Portão Negro de Mordor, mas este
está fechado, e os hobbits, conduzidos por Gollum, seguem outro caminho.
Ao
pararem para descansar e comer, Frodo e Sam testemunham uma batalha entre
Homens de Gondor e os Haradrim, aliados de Sauron. Gollum
desaparece e os hobbits são capturados por uma patrulha chefiada por Faramir,
irmão de Boromir. Frodo e Sam são levados até um esconderijo situado atrás de
uma cachoeira onde Sam inadvertidamente revela o objetivo da missão (a
destruição do anel do poder).
Frodo
repreende Sam e teme que Faramir seja como seu falecido irmão e queira tomar o
anel para si. Entretanto, para sua surpresa, Faramir revela grande força de
caráter e nobreza de coração, e os liberta para que possam cumprir sua tarefa.
Os
hobbits reiniciam sua jornada para Mordor, com Gollum como seu guia, e decidem
atravessar as montanhas através de Cirith Ungol, local de má fama, considerado
maldito e perigoso. Este caminho os leva até uma escada talhada em um paredão
de rocha, que termina num túnel. O plano de Gollum, que se rendeu ao mal, é
guiá-los através desse túnel e lá dentro entregá-los a Laracna, uma aranha
gigantesca, descendente da terrível Ungoliant. O esquema de Gollum
funciona em parte: Frodo é picado por Laracna, mas Sam luta desesperadamente
contra o terrível aracnídeo e acaba derrotando-o com um golpe de espada num
ponto fraco de sua couraça.
Convicto
da morte de Frodo, Sam decide assumir o fardo do anel e completar a missão de
seu mestre. Nesse ínterim, uma patrulha de orques se aproxima, e Sam volta para
evitar que o cadáver de Frodo vire carniça de orques. Sam ouve a conversa dos
servos de Sauron e tem um choque ao saber que Frodo na verdade não estava
morto, apenas inconsciente.As Duas Torres termina com os orques
levando o adormecido Frodo para a Torre de Cirith
Ungol e com o Hobbit Samwise Gamgi em desespero, que tem de escolher
entre continuar a missão do Anel ou tentar salvar Frodo das garras dos orques.
O Retorno do Rei (Brasil) - O Regresso do Rei (Portugal)
Gandalf e Pippin entram na cidade
de Minas Tirith, onde se encontram com
Denethor, regente do reino de Gondor. Gandalf o avisa da guerra próxima, e o
regente pede a ajuda de Rohan, mas revela seu rancor por Aragorn, que, sendo descendente
direto do último rei, é o herdeiro legítimo do trono de Gondor. Merry, entretanto,
permanece com os rohirrim, para servir ao rei Théoden, que reúne todos os
guerreiros aptos de seu reino e parte para a guerra em Minas Tirith. Junto com
ele vão Aragorn, Legolas e Gimli.
Enquanto
isso, Sam adentra na torre de Cirith
Ungol, e resgata Frodo, que era mantido
prisioneiro. Com muita sorte, ambos escapam dos muitos orques, e adentram Mordor, uma imensa
terra devastada, coberta de pó, cinza e fogo, cujo próprio ar é carregado de
fumaça venenosa.
Após
receberem uma mensagem de Elrond, Aragorn, Legolas e Gimli deixam o exército de
Rohan e viajam então para as Sendas dos Mortos. Lá Aragorn convoca um exército
de almas penadas/ mortos-vivos (o livro não deixa muito claro) a cumprirem um
antigo juramento de lealdade para com Isildur, o primeiro rei de Gondor e seu
ancestral direto. Os mortos haviam jurado lutar ao lado de Gondor mas fugiram
para as montanhas quando foram chamados à guerra. Isildur então os amaldiçoou a
não terem paz, nem na vida nem na morte, até que sua promessa fosse cumprida.
Quando
a guerra se abate sobre Gondor, o exército dos mortos, liderado por Aragorn,
liberta um porto no grande rio Anduin, dominado pelos Haradrim (habitantes do
sul da Terra-Média), o que permite o embarque de tropas aliadas que vão em
auxílio de Minas Tirith, sitiada pelas Tropas de Sauron. Terminada a batalha
dos Campos do Pelennor,que ainda não fora a batalha definitiva, os exércitos de
Gondor e Rohan, marcham rumo ao Portão Negro de Mordor. O objetivo da arriscada
manobra é atrair os exércitos remanescentes do Inimigo e esvaziar a Terra
Negra, possibilitando a passagem de Frodo e Sam até o Monte
da Perdição, onde o Anel do Poder poderia ser destruído.
Tudo
ocorre como previsto: os exércitos de Mordor caem na armadilha. Frodo e Sam
conseguem passar, todavia antes de entrarem no Monte da Perdição,
encontram Gollum em
seu caminho. Os hobbits se separam, Frodo adentra as Fendas da Perdição, uma
câmara no vulcão que dá acesso à lava chamejante. Quando já está à beira do
precipício, surpreendentemente, Frodo é dominado pelo Anel do Poder e o
reivindica para sí. Nisso, Gollum intervém, ele e Frodo lutam ferozmente, até
que Gollum arranca o anel das mãos de Frodo. Gollum escorrega e cai
acidentalmente na lava ardente, levando consigo o Um Anel, que é destruído, assim
como Sauron, cujo espírito estava
vinculado ao anel, e seus servos orques, que dependiam de sua força e comando.
Aragorn,
então, assume o trono de Gondor com o nome élfico Elessar, sendo
coroado Rei por Gandalf, e se casa com a meia-elfa Arwen. Tem início
assim a Quarta Era, a era do Domínio dos Homens. Os elfos remanescentes da
Terra-Média decidem partir para Aman, morada dos deuses Valar.
Os
quatro Hobbits então retornam para o Condado, tendo que enfrentar um
último inimigo: Saruman que se apossou do Condado. Mas o mago acaba morto pelas
mãos de Grima Língua-de-cobra, e a paz volta à terra dos hobbits.
O
livro termina com a partida para as Terras Imortais (Aman) de Gandalf, Galadriel, Elrond assim
como dos hobbits Frodo e seu tio Bilbo, que, embora mortais, conquistam o
direito de viver o resto de seus dias junto aos Elfos e aos Valar, como
reconhecimento de sua lealdade e sacrifício durante a Guerra contra Sauron e
por terem sido portadores do Um Anel.
·
Edição brasileira de 1994, seguindo o padrão de publicação
inglesa em três volumes
A Sociedade do Anel
As Duas Torres
O Retorno do Rei
Criação
O
Senhor dos Anéis foi iniciado como um sequência para O Hobbit, história publicada em
1937 que Tolkien tinha escrito e tinha sido lida originalmente por muitos
jovens.[11] A popularidade de O
Hobbit levou seu editor a pedir por mais histórias sobre hobbits, de modo que,
no mesmo ano, Tolkien, com 45 anos de idade, começou a escrever a história que
se transformaria no Senhor dos Anéis. A história não seria terminada até 12
anos mais tarde, em 1949, e não foi publicado antes de 1954, quando Tolkien
tinha 63 anos de idade.
Tolkien,
originalmente, não pretendia escrever uma sequência para O Hobbit, e nesse
tempo dedicou-se mais a histórias infantis, tais como Roverandom e Mestre Gil de Ham. Como seu trabalho
principal, Tolkien esboçava a história de Arda, das Silmarils e das
raças que habitavam a Terra. Tolkien morreu antes de terminar e unir este
trabalho, conhecido hoje como o Silmarillion,
mas seu filho Christopher
Tolkien editou o trabalho do seu pai e publicou-o em 1977.[12] Alguns biógrafos de
Tolkien consideram O Silmarillion como o verdadeiro "trabalho de seu
coração",[13] fornecendo o
contexto histórico e linguístico para seu trabalho mais popular e para suas
línguas criadas, que ocupavam a maior parte do tempo de Tolkien. Em
consequência, O Senhor dos Anéis terminou acima dos últimos movimentos do
legendário de Tolkien e em sua própria opinião "muito maior, e eu espero
também na proporção do melhor, do ciclo inteiro."[4]
Persuadido
por seus editores, começou "um novo Hobbit" em dezembro de 1937.[11] Depois de diversos
começos falsos, a história do Um Anel logo emergiu e o livro mudou de uma
sequência do Hobbit, para mais uma sequência
do ainda não publicado Silmarillion. A criação do primeiro capítulo ("Uma
festa muito esperada") sucedeu bem, embora as razões por trás do
desaparecimento de Bilbo, do significado do anel e do título do Senhor dos
Anéis não chegassem até a primavera de 1938.[11] Originalmente,
planejou escrever uma outra história em que Bilbo tinha esgotado todo seu
tesouro e procurava uma outra aventura para ganhar mais; entretanto,
recordou-se do anel e seus poderes e decidiu-se escrever preferivelmente sobre
ele.[11] Começou com o Bilbo
como personagem principal, mas decidiu-se que a história era demasiada séria
usar um hobbit divertido e amoroso e, assim, Tolkien procurou usar um membro da
família de Bilbo.[11] Pensou sobre usar um
filho de Bilbo, mas isto gerou algumas perguntas difíceis, tais como local onde
encontrou sua esposa e se esta deixaria seu filho entrar em perigo. Assim,
procurou um personagem alterno para carregar o anel. Nas legendas gregas, era o
sobrinho do herói que ganhava o artigo de poder, e assim que o hobbit Frodo surgiu.[11]
A
escrita era lenta devido ao perfeccionismo de Tolkien e foi interrompida
frequentemente, por suas obrigações como professor e por outros deveres
acadêmicos.[14]
Ele
abandonou O Senhor dos Anéis durante a maior parte de 1943 e o reiniciou
somente em abril de 1944.[11] Christopher
Tolkien, filho de Tolkien, e C.S. Lewis, autor de As
Crônicas de Nárnia, seu grande amigo, recebiam notícias sobre a história
frequentemente - para o filho, Tolkien enviava uma série de cópias dos
capítulos enquanto os escrevia, quando Christopher estava servindo na África do Sul na Força
Aérea Real. Já Lewis geralmente o visitava em sua casa nos finais de semana, quando discutiam sobre a
obra e diversos outros assuntos. Prosseguiu outra vez em 1946, e mostrou uma
cópia do manuscrito a seus editores em 1947.[11] A história foi
eficazmente terminada no ano seguinte, mas Tolkien não terminou de revisar as
últimas partes do trabalho até 1949.[11]
Uma
disputa com seus editores da Allen & Unwin fez com que
Tolkien oferecesse o livro à editora HapperCollins em 1950.
Tolkien pretendia que o Silmarillion (com
a maior parte ainda não revisada até neste momento) fosse publicado junto
com O Senhor dos Anéis, mas a Allen & Unwin se
recusava a fazer isto, e ainda queriam que O Senhor dos Anéis fosse
dividido em três partes (três volumes lançados separadamente) para baratear os
custos (uma vez que, na Inglaterra pós-Segunda
Guerra Mundial o papel era bem caro). Depois que seu contato em Collins,
Milton Waldman expressou a opinião de que O Senhor dos Anéis "necessitava
urgentemente de uma redução", e exigiu finalmente que o livro fosse
publicado em 1952. Não fizeram isso, e assim Tolkien escreveu a Allen
& Unwin novamente, dizendo que "consideraria satisfatória a
publicação de qualquer parte do material".[11] Desse modo, "A
Sociedade do Anel" e "As Duas
Torres",
respectivamente, o primeiro e o segundo volume da obra, foram publicados em
1954 e "O Retorno do Rei", o terceiro e
último, (depois de revisões nos apêndices) foi publicado finalmente em 1955.
Publicação
Na
publicação, a maior parte dos custos foi devido à falta (e preço) do papel no
pós-guerra, mas para manter o preço baixo da primeira edição, o livro foi
dividido em três volumes: A
Sociedade do Anel, publicado em 1954, As Duas
Torres,
publicado alguns meses depois, O Retorno
do Rei e
mais seis apêndices, publicado em 1955. O atraso na produção dos apêndices, dos
mapas e especialmente os índices resultou que fossem publicados mais tarde do
que esperado - em 29 de julho de 1954, em 11 de novembro de 1954 e em 20 de
outubro de 1955, respectivamente, no Reino Unido. O Retorno do Rei foi
especialmente atrasado. Tolkien inclusive não gostou muito do título de O
Retorno do Rei, acreditando que era demasiado afastado da linha da história.
Tinha sugerido originalmente o título A Guerra do Anel, que foi rejeitada por
seus editores.[15]
Os
livros foram publicados sob um arranjo de "participação nos lucros",
por meio do qual Tolkien não receberia um adiantamento ou direitos autorais até
que os livros cobrissem os gastos, depois do qual teria uma parte grande dos
lucros. Um índice para os três volumes, que viria no fim do último, já fora
prometido à época do lançamento do primeiro volume, mas provou-se ser
contraproducente compilá-lo num período razoável. Em 1966, quatro índices, não
compilados por Tolkien, foram adicionados ao
Retorno do Rei.
Recepção
O
Senhor dos Anéis sempre foi aclamado pela crítica, tendo elogios fervorosos,
com citações de jornais da época de que " O mundo parou pra ler essa obra
esplendida, e os que não leram, ainda lerão". essa obra ainda sobrevive
para que possa receber as mais diversas opiniões.
O
jornal Sunday Telegraph se manifestou[16] à época do
lançamento do livro dizendo que ele estava "entre os maiores trabalhos de
ficção do século XX". A conclusão parecida, conquanto mais teatral, chegou
o Sunday Times, afirmando que "o mundo do
Inglês está dividido entre aqueles que leram O Senhor dos Anéis e O Hobbit, e aqueles que ainda vão
ler".
W.H.Auden
escreveu ao New York Times: "A primeira coisa
que pedimos é que a aventura seja […] empolgante; sob este aspecto a
inventividade do Sr. Tolkien é incansável […e] o leitor exige que pareça real
[…] O Sr. Tolkien tem a sorte de
possuir um espantoso dom de dar nomes e um olho […] exato para descrições. […]
O conto mostra no espelho a única natureza que conhecemos: a nossa própria;
também nisto o Sr. Tolkien teve um êxito soberbo. O que ocorreu no Condado […]
na Terceira Era […] não somente é fascinante em A.D. 1954, mas é também um
alerta e uma inspiração."[16] Sobre a capacidade
de inventar nomes, O Senhor dos Anéis conta com 301 nomes de pessoas e animais,
e 433 nomes de lugares.[17]
Donald
Barr falou, no New York Times também, sobre uma
coisa que Tolkien muito amava: "O Sr. Tolkien é um afamado filólogo
britânico, e a linguagem de sua narrativa nos recorda que um filólogo é um
homem que ama a língua."[16]
E
John Gardner escreve sobre o livro, falando sobre "a rica caracterização,
o brilho imagético, um senso de lugar vigorosamente imaginado e detalhado, e
[a] aventura brilhante."
Mas
nem tudo era elogios. Richard Jenkyns escreveu ao The New Republic que
os personagens e o próprio trabalho de Tolkien são "anêmicos, e carentes
de fibra".
A
crítica mais ácida veio talvez de Edmund Wilson, ao The Nation:
"Ficamos perplexos ao pensar por que o autor terá suposto que escrevia
para adultos. […] Exceto quando é pedante e também aborrece o leitor adulto, há
pouca coisa no Senhor dos Anéis acima da inteligência de uma criança de sete
anos. […]A prosa e o verso estão no […] nível de amadorismo profissional. […]Os
personagens falam uma língua de livro de histórias […e] não se impõe como
personalidades. Ao final deste […] romance, eu ainda não tinha uma concepção do
mago Gandalph [sic]. […] Esses personagens estão envolvidos em
intermináveis aventuras, a pobreza de invenção demonstrada nas quais, é […]
quase patética. […] Como é que esses extensos volumes de […] baboseiras
provocam tais tributos […]? A resposta […] é que certas pessoas […] têm um
apetite vitalício por lixo juvenil."."[16]
Ronald
Kyrmse, um dos maiores especialistas brasileiros em Tolkien e autor do
livro Explicando Tolkien (e também, atual tradutor de O Senhor dos
Anéis para as terras brasileiras), rebate a crítica da "língua de
livro de histórias" dizendo que: "Não só Tolkien cria nomes e
frases como ninguém, mas os idiomas élficos são testemunha da sua habilidade
linguistica." e sobre a tal "pobreza de imaginação
patética", Kyrmse afirma que "Tolkien não fez outra coisa na sua
vida literária senão criar uma mitologia. […] O problema de Tolkien é que os
críticos não têm com o que compará-lo, pelo menos na literatura contemporânea.
Isso gera uma incompreensão que os leva a rejeitá-lo."
Influência
O Senhor dos Anéis começou como uma exploração pessoal de Tolkien de seus
interesses na Filologia, religião (particularmente Igreja
Católica), Contos de fadas, assim como a Mitologia
nórdica, mas também foi influenciado, de forma crucial, pelos fatos que
ocorreram em seu serviço militar durante a Primeira
Guerra Mundial.[18] Tolkien criou um
universo fictício completo e altamente detalhado (Eä), onde O Senhor
dos Anéis se passa, e muitas partes deste mundo eram, como ele admitia
livremente, influenciado por outras origens.[19]
A
série de livros de Tolkien aparenta referenciar alguns elementos do ciclo
do Anel
do Nibelungo; entretanto, o próprio autor negou ter se inspirado no trabalho
de Richard Wagner. Algumas das
similaridades se devem ao fato de ambos terem referenciado as mesmas fontes
mitológicas para suas respectivas obras, incluindo a Saga
dos Volsungos e o Edda
em verso. Entretanto, pesquisadores sugerem que Tolkien se inspirou em
algumas ideias e fontes de Wagner, como o conceito do anel
dar ao seu dono o domínio sobre o universo, e a influência corrupta nas mentes
de quem o possui.[20][21]
Uma
vez, Tolkien descreveu O Senhor dos Anéis ao seu amigo, o padre jesuíta Robert Murray, como
"um trabalho fundamentalmente religioso e Católico, inconscientemente
no início, mas ciente disso na revisão [do livro]."[4] Há muitos temas
teológicos subjacentes na narrativa, incluindo a luta do bem contra o mal, o
triunfo do excesso de vaidade na humanidade e a atividade da Graça Divina. Além
disso, o trecho do Pai Nosso "e não nos
deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal" esteve sempre presente na
mente de Tolkien quando descreveu a luta de Frodo contra o poder de Um Anel.[4]
Os
motivos religiosos não-cristãos também tiveram fortes influências na
Terra-média de Tolkien. Os Ainur, uma raça de seres angelicais que foram responsáveis pela
concepção do mundo, incluíam os Valar, que formam um panteão de
"deuses" quem são responsáveis por toda a manutenção do Mundo em seus
aspectos materiais e abstratos. O conceito dos Valar ecoa na mitologia grega e nórdica, embora os próprios Ainur
e o mundo sejam criações de uma divindade sozinha - Ilúvatar ou
Eru, "O Uno".
As
mitologias do norte europeu são talvez as mais bem conhecidas influências
não-Cristãs em Tolkien. Seus elfos e anãos são parecidos e muito baseados na
mitologia nórdica e relacionados à mitologia
germânica.[22] Os nomes tais como
"Gandalf", "Gimli" e "Terra-média" são derivados
diretamente do mitologia nórdica. A figura de Gandalf é particularmente
influenciada pela divindade germânica Odin em sua encarnação
como "O Viajante", um homem velho com uma longa barba branca, um
chapéu de bordas largas e uma cajado; Tolkien declarou que pensava em Gandalf
como um "Odin errante" em uma carta de 1946.[4] As influências
específicas incluem o poema Anglo-Saxão Beowulf.[23]
O
Senhor dos Anéis foi fortemente influenciado pelas experiências de Tolkien
durante a Primeira
guerra mundial, onde lutou, e pela partida de seu filho para lutar na Segunda
guerra mundial.
Depois
da publicação de O Senhor dos Anéis, devido à sua influência ocorreu a
especulação que o Um Anel fosse um metáfora da bomba nuclear.[24] Tolkien, entretanto,
insistiu repetidas vezes que seus trabalhos não apresentavam aquele tipo
de alegoria,[25] indicando no
prefácio de O Senhor dos Anéis que não havia gostado desta especulação e que a
história não era alegórica. Tolkien já tinha terminado grande parte do livro,
incluindo o final, antes que as primeiras bombas nucleares tivessem sido
conhecidas pelo mundo, com sua explosão em Hiroshima e em Nagasaki em agosto de 1945.
Alguns
locais e suas características foram inspiradas em locais da infância de Tolkien
como Sarehole (então uma vila de Worcestershire, agora parte de
Birmingham) e Birmingham.[26] Tolkien sugeriu que
o Condado e suas redondezas
eram baseados nos campos em torno da faculdade de Stonyhurst em Lancashire,
que Tolkien frequentou durante a década de 1940.[27]
Impacto na cultura popular
O Senhor
dos Anéis: promoveu uma grande mudança na cultura popular, desde os anos
1950, quando foi publicado, mas principalmente nos anos 1960 e 70. Pode-se
encontrar tal influência em exemplos como jogos de tabuleiro baseados no livro
e em paródias como Bored of the Rings (no Brasil, O
Fedor dos Anéis), o episódio de South Park, O Retorno do
Senhor dos Anéis às Duas Torres, e o musical da Revista Mad nomeado O
Anel e Eu. Graças ao trabalho de Peter
Jackson, muita dessa influência voltou a ser sentida hoje.
Produção editorial
Há
influência de Tolkien em muitas outras obras, como a Trilogia Fronteiras
do Universo, de Philip Pullman, a série de livros que
recebeu um novo contingente de fãs em função de uma série de TV produzida pela
HBO, As
Crônicas de Gelo e Fogo de George
R. R. Martin que já assumiu publicamente que é fã da obra de
Tolkien [28].
Música
Muitos
músicos e bandas também inspiraram-se não só no Senhor dos Anéis como em outras
obras de Tolkien. As letras de músicas de
algumas bandas dos anos 1970 é recheada de referências à obra do autor. Led Zeppelin é provavelmente o
mais famoso grupo diretamente inspirado em Tolkien, e possui quatro músicas com
referências explícitas, como Misty Mountain Hop, Ramble On e The
Battle of Evermore. Outras bandas dos anos 1970 inspiradas no autor
são Camel, Rush e Styx.
The Beatles pode até não ter
sido musicalmente influenciados, mas eles tinham a intenção de fazer um filme
baseado em O Senhor dos Anéis. A ideia não saiu do papel, se é que chegou a
ele. A banda alemã Improved Sound Limited, em seu segundo album, gravou a
música "The Dark Lord", referência direta ao Senhor dos Anéis e
Tolkien. Pink Floyd, no álbum The
Piper at The Gates of Dawn, a música The Gnome tem influência da obra de
Tolkien.
Além
dessas bandas, o músico sueco Bo
Hansson, conhecido por trabalhos instrumentais de Rock Progressivo,
lançou em 1970 o álbum Sagan Om Ringen, cujas melodias são totalmente
inspiradas na obra de Tolkien. O trabalho causou grande
impacto e obteve um número relevante de cópias vendidas, tendo sido editado
dois anos mais tarde no mercado norte americano sob o título em inglês Music Inspired by Lord of the Rings.
Mais
tarde, nos anos 1980 e 90, bandas de metal encontraram lugar para Tolkien em
suas músicas, muitas vezes usando a parte má da obra dele, os personagens e
hostes ruins. Summoning fora a pioneira dentre as mais marcantes
bandas de Black Metal/Melódico, pois além de ser
completamente fiel aos padrões criados pela Mitologia Fantástica de Tolkien,
foi uma das bandas mais inovadoras no sentido sonoro e ambiental. Passando o
climax desde as terras imortais seguindo à Beleriand, Numenor, e em fim a
Terra-Média. Mas nem só Summoning fica com o cargo em Black Metal, pois muitas
bandas como Gorgoroth, Lugburz, Morgoth,
também tiveram os seus nomes e algumas músicas usurpadas pelo misticismo. Battlelore também
é uma banda bastante influenciada em suas faixas sonoras.
As
bandas alemãs Blind Guardian, que possui entre outras referências
a Tolkien, no álbum Nightfall in Middle-Earth, contando a
história das Silmarils e a banda Helloween com
o álbum Master
of the Rings. A finlandesa Nightwish, (que possui a
música Elvenpath e Wishmaster, que faz alusão
a Bilbo, Gobelins e
Elbereth e a Lórien) são famosas bandas de metal.
Fora
do rock, muitos artistas New Age foram influenciados
pelo trabalho Tolkieniano. Enya escreveu uma música
chamada Lothlórien, e compôs duas músicas para o filme A
Sociedade do Anel: May It Be, cantada em Inglês e em Alto-élfico e Aníron,
cantada em Élfico-cinzento. Além dela outros muitos
artistas encontraram na obra de Tolkien a inspiração para sua música.
Role Playing Games (RPG)
Os
primeiros jogos de interpretação de personagens (RPG) surgidos entre as
décadas de 70 e 80 tiveram grande inspiração no ambiente medieval-fantástico
de O Senhor dos Anéis, incorporando os elementos geográficos como
suas montanhas fabulosas, florestas densas, grandes fortalezas e redes de
túneis sobre a terra e também elementos étnicos, como as diferentes raças
civilizadas que ambientam toda a obra, como os Elfos, Hobbits e Anões ( por
estarmos falando de RPG, e não uma obra de Tolkien, o termo correto a ser usado
é anões mesmo).
Esses
primeiros jogos inspiraram outros mais modernos e foi longo o tempo em que RPG
ficou diretamente ligado a um cenário de fantasia-medieval. Pode-se perceber
no D&D, um dos mais famosos
sistemas de RPG, uma clara semelhança com O Senhor dos Anéis, embora adaptada à
própria realidade do jogo. Apesar de toda a difusão do RPG e da variada gama de
assuntos abordados por seus jogos ainda hoje um dos mais populares jogos de RPG
do mundo é primariamente ambientado em um cenário que em muitos aspectos lembra
a terra criada por Tolkien.
Adaptações do livro
O
livro já foi adaptado para a rádio, o cinema, a televisão e os palcos.
Na rádio
O
livro foi adaptado para a rádio três vezes. Em 1955 e em 1956, a BBC passou O Senhor dos Anéis, uma adaptação em
doze partes da história para a rádio, da qual nenhuma gravação sobrou.
Em
1979, uma dramatização da história foi transmitida nos Estados Unidos e depois
colocada em fita e CD. Em 1981, a BBC transmitiu uma nova dramatização em 26
partes de meia hora.
No cinema
As
adaptações para a tela incluem uma animação em 1978, quando Ralph Bakshi produziu a primeira
versão em desenho animado sobre o Senhor dos Anéis. A produção não foi um
sucesso. Seguindo o enredo de A Sociedade do Anel e de As Duas Torres, devia
ser dividido em duas partes. O desenho tinha muitos cortes e a qualidade da
animação não era muito boa, mas serviu como uma alavanca para uma maior
abrangência dos livros. Porém, mesmo e principalmente entre os fãs, nunca houve
grande aceitação sobre essa animação. A outra parte, O Retorno do Rei,
em 1980, foi um especial animado para a TV por Rankin-Bass, que tinha produzido
uma versão similar a O Hobbit em 1977.
Em
1999, o diretor Peter Jackson resolveu adaptar O
Senhor dos Anéis para o cinema. A trilogia foi filmada simultaneamente, e está
entre os recordes de bilheteria, além de ter acumulado dezessete Oscars, 4 para o
primeiro, 2 para o segundo e 11 para o terceiro. A empresa que realizou os
filmes chama-se WETA Workshop Ltd..
Os
direitos dos filmes e do enredo estão em poder da Warner
Bros. Interactive Entertainment, para fazer jogos de computador e para videogames.
Para
mais informações confira:
·
The Lord of the Rings: The Fellowship of
the Ring (2001)
·
The
Lord of the Rings: The Two Towers (2002)
·
The Lord of the Rings: The Return of the
King (2003)
Nos palcos
Já
houve muitas produções teatrais baseadas nos livros.
Três
foram apresentadas em Cincinnati, Ohio, Estados Unidos: A Sociedade do Anel (2001), As
Duas Torres (2002) e O Retorno do Rei (2003). Um
musical de O Senhor dos Anéis foi apresentado em 2006 em Toronto, Ontário, Canadá.
Na televisão
A Amazon comprou por 250
milhões de dólares os direitos das obras, tendo ganho a guerra à HBO e à Netflix. A série que a Amazon
quer desenvolver para transformar a história de J.R.R. Tolkien em série de
televisão tem um orçamento de 500 milhões de dólares para as duas primeiras
temporadas.
Um
orçamento superior ao de muitos filmes, que pode fazer com que esta produção
seja a mais cara de sempre da história das séries televisivas.[29]
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