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quarta-feira, 23 de abril de 2025

CORDEL BOB DYLAN MOISÉS MONTEIRO DE MELO NETO

 

 

BOB DYLAN CORDEL

Autores: Moisés Monteiro de Melo Neto

José Nogueira da Silva

                                                         


1.      O meu nome é Bob Dylan

Nasci em quarenta e um

Os cordéis já escreveram

 Yankee do folk, hum!

ícone da contracultura

Nobel em dezesseis: boom!

 

2.       Sou  Robert Allen Zimmerman

Em Minnesota nasci

Em 24 de maio

Em Duluthu eu vivi

Com a gaita e o violão

Little Richard eu ouvi

 

3.      Realizei shows em bares

Isso nos anos 60

Com letras enigmáticas

Vê aí se tu te aguenta

Com um folk original

Que também se reinventa

 

4.      Abri show de John Lee Hooker

Pense num cara arretado

Logo depois do evento

Eu acabei contratado

Com o produtor John Hammond

Fiz álbum “The Freewheelin”, babado

 

5.      Sucesso em sessenta e três

“Blowin in the wind” é

Emblemático até hoje

“Mr. Tambourine Man”, né?

“Like a Rooling Stone” com

Guitarra elétrica até

 

6.      Depois veio Huricano

No ano setenta e seis

Depois “Lady Lady Lay”

Que foi sucesso outra vez

Anos 80 e 90

Virei um “Jokerman”, em inglês

 

7.      “Time Out of Mind”

No ano 98

Longo tempo sem destaque

Influenciei afoito

A obra dos Rolling Stones

De Beatles comi biscoito

 

8.      “Like a Rolling Stone”

Melhor do século XX

Avesso a rótulos, fui

E isso foi um acinte

E as “canções de protesto”

Abominei sem requinte

 

9.      Em doze, condecorado

Medalha da liberdade

Maior honra da América

Do Norte, tenho é saudade

Obama me elogiou

Falar nem tive vontade

 

10.  Fui casado duas vezes

Com Sara em 65

Em 86 com Carolyn

Uma união com afinco

Divórcio em 92

Após 6 filhos, não brinco

 

11.  Só Jakob seguiu músico

E eu segui minha história

Não com a biografia

Com ilusão, versos, glória

E o cordel se inicia

Chegue ao fim, enfim vitória

 

12.  Com “Uns comunista chato”

Fui Sherlock entre os vermelhos

Busquei pistas ao redor

Maldito jogo de espelhos

“Contra os cara” quem é gente

Torturou negro de joelhos

 

13.  Juízes e jurados

Oh! Eu tenho que dizer

Não aguento nem olhar

Também não aguento ver

Que essa conversa furada

Buraco negro a crescer

 

14.   Ku Klux Klan dos infernos

Um carnaval ao contrário

É sério demais pra rir

Cabeça erguida, otário

Seguistes pra a cova assim

Viver tal qual missionário

 

15.  Há medo pra nos calar

Mas, não calo facilmente

Sou desses que incomodam

Com a arte diferente

Por isso, fi d’uma égua

Não fique na minha frente

 

16.  Corre cheiro de alfazema

E mar no meu sangue bom

Bebo a minha cerveja

E não me tira do tom

É o rico e o pedinte

Regidos pelo mesmo som

 

17.  Eu de Pernambuco a raiva

Um passo na imensidão

Deus do céu Alagoas

Me cansa esta multidão

Estou ficando cansado

Da viver com a solidão

 

18.  Mas a estrada me atrai

Desejo e literatura

Nem vem com Nobel pra mim

Piso firme na aventura

Voa bala de canhão

Mesmo assim nessa postura

 

19.  Um homem crucificado

por ver tudo e esclarecer

Isso foi há tanto tempo

Isso está a acontecer

Não posso só lamentar

Faço o que devo fazer

 

20.  Os humanos vão dançando

Até a casa cair

Eu que sou um filho único

Único na forma de agir

Há vazio na cabeça

Com rumos a prosseguir

 

21.  Não sou filho do profeta

Tô andando no limite

Os meus pés hão de voar

Aonde o tempo permite

Meus sapatos de estrada

Em ritmo de dinamite

 

22.  Muitas noites sem dormir

Tentando bolar um plano

Pensei na ponta da língua

Meu verso nem causa dano

Cápsulas de bala voam

Porém, disso não me ufano

 

23.  Hoje sou um inimigo

Que a sociedade fez

Se rezo para o senhor

Sei que não se satisfez

Pois fé sem a obra é morta

Reflitam para vocês

 

24.  No portão de São Pedro

Com isso eu jamais contava

Não é moleza enganar

Eu não sou quem você esperava

Não voltei morto da guerra

No céu, você não entrava

 

25.  Amanhã é muito longe

Reflexos na água meu nome

A água do rio canta

Tem gente passando fome

Fico sozinho na cama

Não há ninguém que isso dome

 

26.  Uma vez eu tava mal

Saí para um lugar

Que sabia ter do bom

Tava entrando pra gozar

Vi uns caras detonados

Que temi me aproximar

 

27.  Eu dei logo marcha a ré

E fugi em disparada

Davi, Sansão e Saul

Em cada tempo um de cada

Mas comigo, a transa pesa

Sairei dessa enrascada

 

28.  Na cidade que eu moro

Tá tudo desmoronando

Também vejo o mundo inteiro

Sempre se despedaçando

Pois, o mundo é uma guerra

Mas, tem poucos no comando

 

29.  Mão nos bolsos, gola erguida

Fica amor, está aí tá?

O vento sopra e fala “não”

Muitos gritam em vão, lá

Alquimistas também erram

Ventos uivam, venha cá

 

30.  Senhores da guerra, ricos

Nós poetas, bem sabemos

Nem Jesus perdoaria

Senhores da guerra, vemos

Que alguém cuspa em seus túmulos

Criando casos extremos

 

31.  Seu eu jogo há tanto tempo

Sem ter muito o que perder

Agora, estou entendendo

Que o difícil é vencer

Aqui no meio do mar

Sou um solitário ser

 

32.  Uma Guerra Mundial

Vai se disfarçando, eu sei

Um abrigo nuclear

O cordel abar, pensei

Cigarros, coca, hamburguer

Meus versos encerrarei

 

33.  Se o presidente ligar

Vou tomar uma cerveja

Tem promessa descumprida

Partido virando igreja

Pão e vinho, me espanto

E um Judas me fareja

 

34.  Vamos parar por aqui

O que você vai fazer?

Se der errado, afinal?

Caro leitor, se entreter?

Nessa América Rapina

E outra coisa vá ler!

Conjunto de linhas infinitas.

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