É o que se lê, o ministério da Cultura será transformando a pasta em uma
secretaria do Ministério da Educação (MEC). Michel Temer tentou, em 2016, mas
voltou atrás. Não se deve acabar com o
Ministério da Cultura transformando-o numa secretaria, o poder desta é bem
menor. Temos que sensibilizar nossos políticos a protestar contra
esta medida que, na verdade, seria um retrocesso. Este Ministério representa,
também, o nosso pensamento simbólico, as várias dimensões das artes, nossa construção
de cidadania e sentido de valores. O dinheiro investido nele não afeta a saúde
financeira da nação, pelo contrário, nos faz mais ricos e nos empodera, cada vez mais; sem falar do
potencial turístico, só para falar de um viés mais distante. Deixar o MinC (con)fundir-se
com o MEC não é uma boa ideia. A Cultura vai perder apoio, sem ter seu
próprio Ministério. A perda dessa autonomia também enfraquece a Educação. O MEC
deve ter todos os seus trabalhos dirigidos para a educação, que precisa de
reforços no país. Esse processo novo, proposto para 2019, não significa
desenvolvimento econômico e social. Cultura e Educação são símbolos máximos de
uma nação, a economia tem que planejar melhor seus rumos. A Educação tem seus
problemas imensos a resolver e haverá, sim, perdas para a produção cultural. Seria um desrespeito à
constituição em nome, talvez, de um melhor fluxo
financeiro, mas parece ter viés ideológico, diminuindo a história de um
povo e de uma classe: a artística.
Será como querer justificar, insinuar, uma espécie de desimportância da cultura não faz mal somente ao Brasil, mas ao
planeta de modo físico e espiritual. Vamos fazer nossas cobranças políticas,
antes que seja tarde.
O teatro será prejudicado
O MinC é fruto da luta dos artistas por seu espaço e importância.
Não se deve extinguir um ministério voltado para a Cultura. Então? Vamos sensibilizar nossos políticos
e manter a classe unida e protestando contra esse disparate! Ah, que dias difíceis estamos enfrentando! Tudo tão à flor da
pele, indeciso, torturante, de tirar o fôlego, quase. É preciso muita suavidade
e calma; nos ajustes dos nossos relacionamentos um alerta se acende: quem somos
nós e quem são os outros? Quais são os limites possíveis das nossas
intersecções? O que é lutar por uma
causa? Significa que nesta hora devemos esquecer picuinhas e nos unir para
nos fortalecer num propósito grandioso. Avaliemos melhor se aquilo que tanto
criticamos ou elogiamos em nosso próximo, está realmente no outro ou é
algo nosso, que projetamos ali. Sim, precisamos muito de com-ple-men-ta-ri-da-de... Precisamos de
peças para montarmos este quebra-cabeças chamado HUMANO. A cultura é um
processo em movimento. Vamos decidir? Confronto ou negociação? Evitemos enfiar
o dedo na ferida dos outros e vamos na pedagogia do amor, fraternidade,
harmonia Talvez dê certo. Um bom 2019. Resistência, é arte, pelo trabalho e pão nosso de cada dia. Ninguém larga a
mão! O Minc é nosso!
Moisés Monteiro de Melo Neto
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