Sim,
CULTURA E CONHECIMENTO são ferramentas da Cidadania na Educação, sempre
deixados num plano secundário, escondidos sob clichês de saúde, educação e
segurança, como se não formassem um sólido instrumento de paz e guerra na nossa
sociedade. Até quando teremos que engolir esquematizações simplórias destes
candidatos a deputados, senadores que só querem o poder numa escalada onde
dinheiro seja o limite? Pois é, o conjunto de ideias, comportamentos,
símbolos e práticas sociais, passam de geração em geração, o mecanismo
adaptativo está sempre em desenvolvimento, mas nossos representantes praticam
um estranho ritual que joga a cultura na retaguarda das providências em
orçamentos que privilegiam uma minoria que anda em círculo vicioso, mamando e
frustrando expectativas. Boa parte de quem quer se eleger ou se reeleger, vê
como coisa burocrática, fastidiosa e presa a modelos antigos e rançosos, onde
as cartas já vem marcadas por alguns que se acham escolhidos para “julgar”
projetos e ditar regras, que sempre terão que se enquadrar a modelos,
predeterminados pela ideologia massacrante.
Ora, se a cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam
com a natureza ou o comportamento natural, interpretação pessoal e coerente da
realidade, destinada as posições suscetíveis de valor íntimo,
argumentação, aperfeiçoamento, e
representa o saber experiente de uma comunidade, saber obtido graças à sua organização
espacial, na ocupação do seu tempo, na manutenção e defesa das suas formas de
relação humana (“alma cultural”: os ideais estéticos e diferentes formas de
apresentação), como pode vir de baixo para cima a ordem do que é ou não digno
de receber as ansiadas verbas públicas? Cadê propostas mais alongadas nos
debates públicos para eleger candidatos? São sempre os mesmos minutos minguados
ou projetos mesquinhos ou fantasiosos sobre projetos que só ficarão nos
arquivos.
Será que ensinar a pescar não será melhor do que dar o peixe para o almoço
de amanhã a uns poucos suplicantes e deixar os outros que pensam fora dos
padrões, à míngua? Clichês como: cultura
brasileira é marcada
pela boa disposição, rsistência, alegria:
Será? Vamos a cada música, partida de futebol, a cada
carnaval, festa junina, novelas, funk (que
vem dos EUA, anos 60, significando odor
corporal), brega, praticando uma espécie de antropofagia cultural? Ou
devemos exigir algo assinado onde se afirme que a linguagem, arte, hábitos e
costumes devem ser levados em consideração sem nenhum tipo de hierarquia?
A cultura é um traço da natureza humana. Todos nós tendemos à comunicação,
à interação social e à vida em comunidade, portanto somos naturalmente culturais. As eleições estão aí, cadê uma proposta que
se possa acreditar viável para a oxigenação dos padrões vigentes nos superáveis
editais de cultura? Sempre a mesma conversa de última hora e o rio correndo
para o mar, chover sobre o molhado ou louvar o momento em que o mandacaru
“fulore” na indústria da seca. Estamos à míngua, esta é uma das verdades
disponíveis.
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