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domingo, 29 de julho de 2018

ETERNO RETORNO dos ATENTADOS... Jomard Muniz de Britto, ainda JMB




RECIFE AINDA MELHOR DO QUE PARIS?


Entre reticências e inter-rogações
continuamos per-correndo avenidas mal
iluminadas e sempre esburacadas.
Nossos políticos profissionais não andam
pelas calçadas. Preferem automóveis.
Por isso temos dificuldade em votar.
Apesar de revoltarmos graças a nossas
duas Padroeiras: Nossa Senhora do Carmo
bem dentro do centro e Nossa Senhora da
Conceição vislumbrando belezas do mais
alto morro de Casa Amarela.
O belo, a beleza, o esplendor do NADA
continuam a nos entusiasmar e confundir.
Tão singular e pluralmente.
Nossos dois rios – Capibaribe e Beberibe
se aglutinam reinventando O C E A N O S.
Atlânticos e Pacíficos: Duas rimas mais
do que senhoras de nossa MISÉRIA global.
Os impossíveis leitores desse ATENTADO
não devem relembrar a pobreza de uma
VELHA SENHORA chamada RECIFERIDO:
apesar de felicíssimo por todos os carnavais.
Nossa cidade é assim mesmo: porque temos
AMORES DE CHUMBO e nossa cineasta
TUCA SIQUEIRA reinventou horizontes.
O cinema, além de ser pernambucano,
tornando-se reinvenção de olhares e
pulsações. Pelo Sal da educadora SALETE
e pelos sóis de nossa solidão sempre
compartilhada em SOLidariedade.
AMORES DE CHUMBO é muito mais do que
um filme devassado pelo belo Cinema São Luiz
de nossa fervente província.


                                    Recife, 2018

 Recife melhor do que Paris, humor e pathos ou o duplo como estigma:  tempo e a superposição das  lembranças são tratados pela voz poética jomardiana que não se limita a descrever as coisas, em fornecer-lhes um esquema de linhas e superfície, pois as pretensões realistas seriam as mais fora da realidade multívoca (tais pretensões realistas, em JMB, surgem criticadas como estética que corta bruscamente toda a comunicação de nosso eu presente com o passado,  do qual as coisas guardavam a essência,  e com o futuro, onde nos convidam a gozá-lo de novo) afirma Moisés Monteiro de Melo Neto, professor universitário, autor do livro publicado pelo Sesc Pernambuco sobre a obra de Jomard Muniz de Britto, em 2015.


"Conheci Jomard em 1968. Fomos para uma noitada depois do show e passamos a madrugada bebendo, conversando… aquela coisa muito, muito animada. Na volta, antes de cruzarmos a ponte que liga o Pina ao centro do Recife, paramos e eu disse: “Recife parece Paris”. Quando eu conheci Paris, eu disse: “parece o Recife”. Eu próprio, hoje em dia, não acho mais. Era algo que você sentia em Paris e sentia no Recife e não sentia em Salvador" Caetano Veloso, em depoimento ao filme JMB, o famigerado).




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