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domingo, 8 de fevereiro de 2015

BIRDMAN: um voo sobre o universo do ator, filme trabalha também com a mise en abyme


Impactado com o filme BIRDMAN, embora ache que as cenas finais, no hospital, destoem um pouco no ritmo do filme e sirvam mais como uma espécie de epílogo para essa tragicomédia sobre o fazer teatral, que me toca di profundis.


Keaton numa das cena mais emblemáticas do filme

Gostei de Keaton desde que o vi a primeira vez em Beetlejuice, de Tim Burton, mas ele fez muitos filmes ruins e fui perdendo o interesse. Mas agora ele ressurge, como fênix (Love is a BIRD...).
A sinopse do novo filme dele:Riggan Thomson (Michael Keaton) foi uma grande estrela de cinema (um super-herói: Birdman, um blockbuster). No momento está em dificuldades financeiras, familiares, existenciais, prestes a estrear uma peça na Broadway, baseada num romance antigo. A depressão dele é flagrada dentro do Teatro Saint James, teatro onde assisti  a uma peça adorável). 
Atenção para o momento no qual um homem na rua dá uma fala de Macbeth: "O amanhã, o amanhã, o amanhã, avança em passos mesquinhos, dia a dia até a última sílaba do tempo que se recorda, e todos os nossos ontens iluminaram para os loucos o caminho da poeira da morte. Apaga-te, apaga-te, vela fugaz! A vida não nada mais é do que uma sombra que passa, um pobre louco que se pavoneia e se agita por uma hora no palco em cena e, depois, nada mais se ouve. É um conto contado por um idiota, cheio de som e fúria, significando nada.", uma das mais belas passagens de Shakespeare é jogada assim pelas calçadas da Broadway, num momento absurdo. 
O mexicano Alejandro González Iñárritu (de", "21 Gramas", "Babel") merece parabéns e prêmios,  sua utilização do famoso plano-sequência para dar a ilusão de um movimento contínuo da câmara, causa empatia e, para nós que fazemos teatro, uma catarse ímpar. Além de Keaton, o elenco inclui Edward Norton, Zach Galifianakis, Emma Stone e Naomi Watts. Destaque para a trilha sonora. O texto é , no mínimo, estonteante, com tiradas que provocam uma estranha espécie de riso na plateia.
Keaton está como poucas vezes esteve em cena. Tudo é puro teatro, o resto é cinema.

Touché!

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