Depois de tantos festivais de artes cênicas em 2024 – incluindo aqueles que democratizam o acesso ao teatro, com entradas gratuitas – o Recife inicia 2025 com o Janeiro de Grandes Espetáculos, que começa nessa quinta (9/1) e se prolonga até 2 de fevereiro. Nessa 31ª edição, o público da capital contará com 93 espetáculos, em mais de cem sessões pela cidade. Os grupos que se apresentam são de Pernambuco, de outros estados e um de Portugal, contemplando teatro, dança, circo, música. Haverá montagens emblemáticas para a cena local (como Senhora de Engenho entre a Cruz e a Torá) estreias, além de leituras dramatizadas, oficinas e lançamento de livro. O evento faz homenagem ao “Vivencial” grupo “undergroud” de teatro, que fez história em Olinda entre os anos 1970 e 1980, e cuja trajetória era marcada pela irreverência, luta contra o preconceito e resistência contra a ditadura.
A Metraton Produções,
com apoio do SATED-PE, texto de
Moisés Monteiro de Melo Neto, direção do renomado diretor do antigo grupo Guilherme
Coelho ao lado de Mísia Coutinho, apresenta o espetáculo musical VIVENCIAL
REVIVENCIANDO, sua versão
teatral inspirada pelo Grupo teatral de Olinda, Pernambuco, que surge em 1974,
sob a influência do tropicalismo e da contracultura. Regido pelo sistema de
produção cooperativada e pela criação coletiva, desenvolvendo uma espécie de
teatralização da subjetividade de seus integrantes, o Vivencial se torna um
marco de irreverência e transgressão na cena cultural pernambucana dos anos
1970 e 1980.
Moisés comenta: Vivencial aparece no âmbito de um trabalho de
pastoral com a juventude, ligado à Arquidiocese de Olinda e Recife, nós
queremos efervescer isso novamente: lembrar como Guilherme Coelho, diretor do grupo, na época
postulante a monge beneditino, usava o teatro como meio de reflexão da
comunidade na Associação dos Rapazes e Moças do Amparo (Arma).
Do mesmo modo que
Guilherme fez para comemorar os dez anos da associação, Coelho monta o
espetáculo Vivencial I, resultado de improvisações realizadas pelo
grupo com base em vários textos de dramaturgos, filósofos e jornalistas, a
METRATON se propõe a trazer essa nova montagem que reconstitui os últimos momentos do icônico
grupo, que aborda assuntos polêmicos para o contexto: homossexualidade,
violência, droga, política, tecnologia e massificação.
Nosso novo espetáculo é
estruturado em quadros e tem ao fundo um telão com papel-jornal, que remete às
notícias - conteúdo deste e de outros espetáculos do grupo. São os Novos Abismos da Pernambucália, como diria
um dos nossos homenageados, Jomard Muniz de Britto, no Auditório do Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Esse é A Nova Pernambucália
como "contraimagem da Pernambucanidade", sem intenção de
"salvar" nada.
O autor do texto, VIVENCIAL REVIVENCIANDO, é o recifense Moisés Monteiro de Melo Neto, último à direita dos que aparecem na foto acima, onde também aparecem Guilherme Coelho (o diretor) e Mísia Coutinho (produtora).
Moisés é pesquisador, teatrólogo, cordelista com mais de 50 títulos nesta categoria, é também romancista e possui graduação em Letras (1992), mestrado e doutorado em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (2011). É professor da Universidade Estadual de Alagoas) e da UPE (Universidade de Pernambuco). Atua no Magistério desde 1992. É coordenador do GPLITPOP: Grupo de Pesquisa em Literatura Popular. Especialista em: Dramaturgia, Literatura Comparada, Estudos Culturais, Produção Textual, Literaturas em Língua Portuguesa, Cordel, Literatura Indígena, Representações dos Gêneros na Literatura, Bioficção, Literatura e História, Literatura e Cinema. Autor de livros, peças de teatro, cordéis, artigos. Faz parte do Programa de Mestrado em Letras (ProfLetras/UPE), oferecido em rede nacional. Como profissional de teatro, desde 1980, já atuou em mais de 40 produções, como ator, diretor, dramaturgo.
ENTREVISTA COM MOISÉS
MONTEIRO DE MELO NETO, autor do texto, GUILHERME COELHO e MÍSIA
COUTINHO, DIRETORES do espetáculo VIVENCIAL REVIVENCIANDO,
que ESTREIA DIA 10 DE JANEIRO DE 2025, ÀS 20h, no TEATRO APOLO dentro
dos espetáculos do 31º JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS, um FESTIVAL
INTERNACIONAL NO RECIFE
PESQUISADOR 1 — GUILHERME COELHO, O QUE É O QUE
FOI O VIVENCIAL?
GUILHERME
COELHO — Grupo teatral de Olinda, Pernambuco, que surge em
1974, sob a influência do tropicalismo e da contracultura. Regido pelo sistema
de produção cooperativada e pela criação coletiva, desenvolvendo uma espécie de
teatralização da subjetividade de seus integrantes, o Vivencial se torna um
marco de irreverência e transgressão na cena cultural pernambucana dos anos
1970 e 1980.
PESQUISADOR 1 — MOISÉS MONTEIRO, VOCÊ QUE É AUTOR
DO TEXTO QUE ESTREIA AGORA, PRÓXIMA SEXTA_FEIRA, DIA 10, ÀS 20h, NO TEATRO
APOLO, no RECIFE ANTIGO, DENTRO DO FESTIVA INTERNACIONAL JANEIRO DE GRANDES
ESPETÁCULOS, QUAL A IMPORTÂNCIA DO VIVENCIAL NO ÂMBIRO DA CULTURA BRASILEIRA
MOISÉS
MONTEIRO DE MELO NETO (AUTOR DO TEXTO DA PEÇA QUE ESTREIA DE 9 DE JANEIRO, ÀS 20h,
no TEATRO APOLO —O Vivencial aparece no âmbito de um trabalho de
pastoral com a juventude, ligado à Arquidiocese de Olinda e Recife. Guilherme
Coelho, diretor do grupo, na época postulante a monge beneditino, usa o teatro
como meio de reflexão da comunidade na Associação dos Rapazes e Moças do Amparo
(Arma). Para comemorar os dez anos da associação, Coelho monta o
espetáculo Vivencial I, resultado de improvisações realizadas pelo
grupo com base em vários textos de dramaturgos, filósofos e jornalistas. Essa
montagem aborda assuntos polêmicos para o contexto: homossexualidade,
violência, droga, política, tecnologia e massificação. O espetáculo é
estruturado em quadros e tem ao fundo um telão com papel-jornal, que remete às
notícias - conteúdo deste e de outros espetáculos do grupo. Estreia no
auditório do Colégio São Bento, em maio de 1974. A reação do público é de
estranheza e encantamento.
PESQUISADOR 1 —
Guilherme e esta trajetória do VIVENCIAL, que completaria 50 anos,
agora, como é que foi?
GUILHERME
COELHO — Logo depois que os beneditinos desalojaramm o
Vivencial, que migra, então, para o Teatro do Bonsucesso, também em Olinda.
Para escapar da censura federal, não se cobram ingressos. Setores da
intelectualidade do Recife e de Olinda passam a prestigiar o espetáculo,
contribuindo para que o Vivencial tenha mais repercussão. A partir dessa
primeira montagem, o grupo, desligado da Arma, constitui-se como personalidade
jurídica - Grupo de Teatro Vivencial Ltda. - e conta comigo, Américo Barreto,
Alfredo Neto, Miguel Ângelo e Fábio Coelho. Depois se juntam ao grupo Suzana
Costa, Ivonete Melo, Auricéia Fraga, Fábio Costa e Beto Diniz. Ainda em 1974, o Vivencial monta Genesíaco, que é apresentado no
Mercado da Ribeira, em Olinda. Nesse espetáculo, de temática bíblica, a
expressão corporal é posta em destaque. Ao mesmo tempo, outros integrantes,
especialmente os mais novos agregados, realizam Madalena em Linha Reta,
performance de Madalena Alves, reunindo poemas de Fernando Pessoa e canções
interpretadas por Maria Bethânia. No mesmo ano, o grupo ainda leva à cena mais
dois espetáculos: João Andrade em Conversa de Botequim e Auto
de Natal.
PESQUISADOR 1 — Como o VIVENCIAL DE ONTEM SE MOSTR HOJE, COMO
HISTÓRIA DA NOSSA ARTE TEATRAL. NOSSOS AERTISTAS DAS ARTES CÊNICAS? CONTA UM POUCO DO QUE É ESTE LEGADO
GUILHERME—
Buscando diversificar o repertório, em 1975, o
Vivencial chega ao universo do cordel, com o espetáculo O Pássaro Encantado
da Gruta do Ubajara, inspirado pelo folheto homônimo escrito por Abraão
Batista. Com direção de Guilherme Coelho, essa montagem estreia no Mercado da
Ribeira, cumpre temporada no Teatro do Bonsucesso e participa do 1º Festival
Estadual de Teatro, promovido pela Federação Nacional de Teatro (Fenata), no
Nosso Teatro, no Recife. Nessa apresentação, o grupo desconstrói as matrizes
estéticas do teatro folclórico e usa o escracho no jogo entre atores e público.
É importante lembra que em novembro de 1975, estreia Nos Abismos da
Pernambucália, de Jomard Muniz de Britto, no Auditório do Serviço Nacional
de Aprendizagem Comercial (Senac). Esse texto, divulgado em edição xerocada, em
1973, serve ao grupo como um manifesto de princípios estéticos e ideológicos,
que o acompanha até o seu desaparecimento, em 1983. O autor apresenta a
"Pernambucália" como "contraimagem da Pernambucanidade",
sem intenção de "salvar" nada e que estreia, em abril de 1976, Vivencial
II, nos mesmos moldes do Vivencial I, no Teatro do Bonsucesso,
em Olinda, e depois no Teatro de Santa Isabel, no Recife, durante a 1ª Mostra
de Teatro de Pernambuco, entre 17 e 31 de agosto. A censura federal corta
muitas cenas da montagem. Ainda nesse ano, no Museu de Arte Contemporânea de
Olinda, Roberto de França, o Pernalonga, estrela o espetáculo 7 Fôlegos,
escrito por Jomard Muniz de Britto especialmente para o ator.
Em seguida, o grupo inicia
a montagem de Sobrados e Mocambos, de Hermilo Borba Filho (adaptação da obra homônima de Gilberto Freyre), que estréia, em
janeiro de 1977, com a direção de Guilherme Coelho. A montagem evidencia, de
maneira debochada, a luta de classes que Hermilo Borba Filho vislumbra na obra
de Freyre. A precariedade da cena e a constituição heterogênea do grupo,
composto de pessoas de vários estratos sociais, intelectuais e de diferentes
orientações sexuais, reiteram a abordagem irreverente do espetáculo. Após essa
exibição no Nosso Teatro, mutilado por cortes da censura federal, cumpre
temporada, a céu aberto, na parte superior da Biblioteca Pública do Estado de
Pernambuco.
PESQUISADOR 1 —
Guilherme, conta mais pra gente de tudo isso que hoje são páginas desta
trajetória
GUILHERME
COELHO — Viúva, porém Honesta, direção de Antonio Cadengue, também estreia e faz temporada numa sala da mesma biblioteca estadual,
em 1977. O programa da peça é um jornaleco xerocado em tamanho ofício e
intitulado A Marreta. O editorial assinado por Jomard Muniz de
Britto, Genealogia da Cultura Nordestina, contrapõe a presença
"deseducadora", "transgressiva" e de "guerrilha
cultural" do Vivencial à "geração gilbertiana" (de Gilberto
Freyre) e ao "megalomaníaco Movimento Armorial", de Ariano Suassuna. Em agosto de 1978, o Vivencial realiza sua mais importante colagem
- Repúblicas Independentes,
Darling - com textos de Carlos Drummond de Andrade,
Luis Fernando Verissimo e Carlos Eduardo Novaes. Em novembro do mesmo ano,
participa do 1º Salão de Arte Moderna de Pernambuco, o "Salão dos Novos -
Novas Propostas", no Museu de Arte Contemporânea de Olinda, com uma
performance em que cinco atores - Ivonete Melo, Suzana Costa, Fábio Coelho, Gil
Granjeiro e José Ramos - , pintados de cores diferentes, deslizam seus corpos
seminus em uma tela branca, ao som de Rhythmetron, composição de
Marlos Nobre. O grupo é contemplado com o primeiro lugar e a exibição feita, a
princípio, apenas para a comissão julgadora, é aberta ao público.
No início de 1979, o
Vivencial viaja para São Paulo e Rio de Janeiro e participa do Projeto
Mambembão, do Serviço Nacional de Teatro (SNT). No Rio de Janeiro, a crítica
Tania Pacheco constata: "O Vivencial nos traz um espetáculo ingênuo, é
verdade. Uma montagem singela, simples, direta. Pobre em termos empresariais,
rica no que tange a nos fazer refletir sobre os descaminhos do teatro ao qual
assistimos. Por isso mesmo, as poucas plumas e lantejoulas utilizadas no
espetáculo, lá estão enquanto críticas expressivas. Por isso mesmo, tem menor
importância se falta domínio da técnica teatral aos jovens integrantes do
grupo. E os seus depoimentos nos atingem ainda mais na medida em que, em alguns
casos, a timidez de se expor transparece na frase titubeada, quase gaguejada,
revelando à plateia uma entrega difícil e valiosa
Com o dinheiro economizado
ao longo de quase cinco anos de trabalho, o grupo constrói seu teatro no
mangue, em uma favela localizada no limite entre Recife e Olinda. À margem da
cidade, o novo espaço é chamado Vivencial Diversiones - uma espécie de
café-concerto. Com o prestígio do público, o grupo abre novo mercado de
trabalho para artistas, sobretudo transformistas, que são em geral
marginalizados. O Diversiones passa a ter uma programação extensa, a cada fim
de semana: às 21 horas, uma peça de teatro; às 23, um show musical; às 24, um
show especial com dublagens e esquetes; e, à 1h30h, um show de variedades.
Diversos travestis passam a integrar o grupo, profissionalizando-se como
artistas, o que impede de serem presos por vadiagem. O grupo entra
vertiginosamente nesse seu novo momento, mas não sem alguns cismas internos.
O espetáculo-chave que
atravessa os anos de 1979 e 1980, no último horário da casa, é Bonecas
Falando para o Mundo, um sucesso incomum. Por mais que se alterem os
quadros ou seus componentes sejam substituídos, o público comparece para
enfrentar as contradições entre sexo e política e se divertir com elas. Darcy Penteado escreve no jornal Lampião da Esquina: "Assistindo
ao espetáculo ocorreu-me remotamente os Dzi Croquettes ou a experiência do Royal Bexiga's Company, de São Paulo, porém, a colocação é toda outra, apenas o visual, às
vezes, se assemelha, pela sátira e ironia”; Ainda em 1979, estreiam As
Criadas, de Jean Genet, direção de Fábio Costa; Ensaios Espontâneos,
roteiro e direção de Beto Diniz; A Loja da Democracia, de Carlos
Eduardo Novaes; e Perna, pra que Te Quero, de Jomard Muniz de
Britto, ambos com direção de Guilherme Coelho.
Em 1980, o grupo
encena Parabéns pra Você, de Fauzi Arap e Glauco Mattoso; Notícias Tropicais, adaptação de
contos de João Silvério Trevisan e de crônicas de Carlos Eduardo Novaes. No
mesmo ano, leva ao palco do Teatro de Santa Isabel All Star Tapuias,
colagem de textos escritos por Antonio Cadengue, Carlos Bartolomeu e Guilherme Coelho, que também assinam a direção do espetáculo.
Mutilada pelos cortes da censura federal, a montagem encerra a temporada no
Teatro de Santa Isabel e vai para o Vivencial Diversiones, onde é lançado o
Manifesto Quá-Quá-Quá, em que se reafirma: "O prazer é gargalhar". Em
1981, no aniversário do grupo, apresenta Vivencial − Manifesto Sete
Anos, passando em revista toda a sua trajetória.
PESQUISADOR 1 — Moisés Monteiro, você começou a
fazer teatro em 1980 e ainda frequentou o VIVENCIAL, DIZ PRA GENTE SUA EXPERIÊNCIA,
O QUE VOCÊ VIU?
MOISÉS MONTEIRO DE MELO
NETO — Antes de
encerrar, em abril de 1982, a fase do café-concerto, tendo à frente Guilherme
Coelho e Beto Diniz, o grupo ainda encena Rolla Skate; Nós
Mulheres; Em Cartaz, o Povo; The Brazilian Tropical
Super Star; Utilidade Pública; e Guerra das Estrelas. Há uma
dispersão com a fundação de casas semelhantes em Natal e em Fortaleza. Roberto
de França reabre o espaço em setembro de 1982 e põe em cena, com outros
integrantes, os espetáculos Os Filhos de Maria Sociedade; Ôba
Nana... Fruta do Meio; O Pastoral Culturil das Meninas do Brasil; Assim
É Peia; e Mar e Cais, todos colagens de diversos textos. Depois
do Carnaval de 1983, o Diversiones fecha definitivamente, por causa de
dissidências internas e pela ausência de investimentos na produção de novos
espetáculos.
João Silvério Trevisan
situa o Vivencial no quadro da cultura homossexual no Brasil, posterior ao
"boom-guei" dos anos 1970, como uma das experiências mais fascinantes
e originais na transfiguração do lixo em beleza, e reflete seu desfecho:
"Um dia o Vivencial acabou. Sua ambiguidade se esgotara, sua originalidade
também. Não sei até que ponto o sucesso foi responsável por seu fim. Arrisco a
dizer que o Vivencial Diversiones não conseguiu sobreviver porque se aproximou
demais dos centros de poder e, com isso, abandonou a difícil arte da corda
bamba que a marginalidade lhe permitia. Secou. Ao absorver sua proposta, a
sociedade cooptou o grupo e transformou-o num modismo rapidamente exaurido.
Assim confiscou-lhe o passaporte para a poesia
O Vivencial Diversiones
repercute no café-concerto Opera Buffo, no Recife, em 1984; nos espetáculos
dirigidos nos anos subsequentes por Américo Barreto e Fábio Costa; e no
megassucesso do teatro recifense dos anos 1990, Cinderela, a História que Sua
Mãe Não Contou, texto e direção de
Henrique Celibi, pela Trupe do Barulho.
Jomard Muniz de Britto,
autor de vários textos encenados pelo grupo, e criador de diversos filmes
produzidos com o elenco do Vivencial, elabora o seguinte perfil do conjunto:
"[...] o grupo de teatro vivencial nunca pretendeu despistar sua condição
de marginalidade em face da maioria das produções teatrais. está para o teatro
estabelecido assim como a lixeratura ou a poesia de
mimeógrafo para a literatura. assim como a lixeratura e
o superoito mais crítico, o grupo vivencial deseja colocar em cena, no nível de
uma discussão permanente, a dialética entre o erótico e o político, sem pedir
permissão nem a platão nem a marx-engels para revolucionar a palavra no
corpo. a palavra vivencial é assumida ao
pé da letra e consumida nas letras do corpo, desnorteando as ó-posições incômodas,
travestindo a política de pornografia e vice-versa
PESQUISADOR 1 — Mísia Coutinho, você que é
diretora e produtora deste espetáculo VIVENCIAL
REVIVENCIANDO, que ESTREIA DIA 10 DE JANEIRO DE 2025, ÀS 20h, no
TEATRO APOLO dentro dos espetáculos do 31º JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS,
um FESTIVAL INTERNACIONAL NO RECIFE, poderia nos dar a FICHA TÉCNICA deste
grande evento?
Autor: Moisés
Monteiro de Melo Neto
Direção:
Guilherme Coelho e Mísia Coutinho
Produção:
Metraton Produções
Apoio de
Produção: Akasha de Teatro e M. Leon Produções
Assessoria de
Imprensa: Rafaela Quintino
Divulgação:
Akasha Produções
Pesquisa de
Figurino: Guilherme Coelho, João Rosa, Mísia Coutinho
Confecção de
Figurino: Guilherme Coelho e João Rosa
Coreografia:
Kakau Silva
Pesquisa
Musical ; Mísia Coutinho.
Direção
Musical : Demétrio Rangel
Gravação da
trilha sonora: Studio Via Brasil TEC Responsável Stephan Hitzelberger
Sonoplasta: Luciano Rundrux
Iluminação:
Jathyles Miranda
Maquiagem:
Amanda Francyy
Contra
regragem e camareira , Akasha de Teatro
Apoio:
Sated-PE
Elenco:
Stephan Levita
Rafaela
Quintino
Eduarda
Bertulino
João Rosa
Jonathan
Oliveira
Neluce
Sedicias
Flávio Rodrigues
Gabriel Levi
Kakau Silva
(atriz convidada)