UM PANORAMA VISTO DA PONTE
De Arthur Miller
Direção Zé Henrique de Paula
Com
Antonio Salvador, Bernardo Bibancos, Gabriel Mello,
Gabriella Potye, Patricia Pichamone e William Amaral
Sexta a domingo no Teatro Raul Cortez – Fecomércio
Clássico do teatro marca o encontro de duas gerações de grandes atores em temporada de 4 meses em São Paulo e turnê nacional em 2019
Arthur Miller (1915-2005) é considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. Ao longo de sua extensa carreira escreveu diversas peças que foram premiadas, analisadas e montadas em todo o mundo. Peças que revelam insights profundos e humanos que marcaram toda a sua obra dramática. Um Panorama Visto da Ponte é uma peça em dois atos escrita inicialmente em 1955 e reescrita em 1956. Recebeu recentemente, em 2016, premiadas montagens de sucesso em Nova Iorque e Londres. Com direção de Zé Henrique de Paula tem sua segunda montagem no Brasil, para temporada de 4 meses no Teatro Raul Cortez – Fecomércio em São Paulo, com mais 48 apresentações, todas seguidas de bate papo entre elenco e plateia. Em 2019, a peça segue em turnê nacional.
Assim como em outras peças de Miller, o texto aborda a sociedade moderna ao mesmo tempo em que oferece uma visão crítica do modo de vida desta sociedade. Ao tema da imigração, da solidariedade social, da fidelidade a um código de honra, se entrelaça o da intolerância. A peça foi saudada como obra-prima e montada em Londres, Paris e São Paulo, numa montagem histórica no Teatro Brasileiro de Comédia, em 1958, que trazia Leonardo Villar, Miriam Mehler, Nathália Timberg e Sérgio Britto no elenco.
A ação se passa em Nova Iorque e, narrada pelo advogado Alfiere, a peça conta a história de um casal de imigrantes italianos – Eddie Carbone, um trabalhador das docas do Brooklyn, e a dona de casa Beatrice. Os dois criam a sobrinha órfã de Beatrice, a jovem Catherine. O conflito se estabelece quando a família recebe dois primos italianos de Beatrice, Marco e Rodolfo, que estão imigrando ilegalmente para os Estados Unidos. A partir deste encontro o “sonho americano” fica ameaçado e todas as emoções antes camufladas começam a eclodir. Eddie então tomará uma atitude que marcará a sua vida e de todos que o rodeiam.
Em cena duas gerações de atores consagrados, Rodrigo Lombardi e Sérgio Mamberti, em um grande texto do teatro. Unido ao carisma de consagrados atores um texto de excelência com a sofisticação e profundidade, defendidas por Arthur Miller, de um teatro acessível ao grande público, que disperta emoções comuns a todos. Independentemente de condição social ou intelectual, suas peças tocam profundamente quem as assiste. “Clássico é o texto que resiste ao tempo, que permanece atual e capaz de nos fazer refletir e perceber que, bem ou mal, somos falhos, somos frágeis e somos humanos”, comenta Rodrigo Lombardi. Sergio Mamberti relembra, “acompanhei a montagem e assisti à peça no TBC. Foi um acontecimento, um marco no teatro, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro. Sempre tive convicção de que precisávamos remontá-la”.
O teatro de Miller transmite ao seu espectador a convicção de que há uma verdade a ser investigada e descoberta e de que isto só é possível mediante o mergulho analítico nas experiências históricas e coletivas do passado. “Os clássicos são obras perenes não por acaso. Em geral, seus temas reverberam por muito tempo no seio da sociedade, independente de época e lugar. As peças de Arthur Miller são dessa lavra – falam das nossas paixões primais, da atualíssima ideia de delação, das delicadas questões de imigração, de identidade nacional e, acima de tudo, da pulsão de amor e morte que já foi o motor do teatro em inúmeras épocas da História. Dirigir Um Panorama Visto da Ponte é um privilégio para qualquer diretor. Minha abordagem é estripar a peça de sua casca naturalista e ir ao âmago da tragédia, transformando o palco numa arena para as ideias tão brilhantemente urdidas por Miller, colocando a palavra em primeiro plano e dando forma a uma história que se passa nas docas de Nova York em meados do século XX, mas que poderia ser muito bem a história da família de cada um de nós”, afirma Zé Henrique de Paula.
Sobre a Vivo e o Teatro
A Vivo, líder em telecomunicações no Brasil, acredita no teatro como elemento de conexão entre as pessoas. Ao longo dos últimos 14 anos, mais de 1 milhão de espectadores em todo o País, prestigiaram os projetos patrocinados pela empresa. Por meio do Teatro Vivo, em São Paulo, sua principal frente de apoio à cultura brasileira, a empresa oferece ainda um espaço de qualidade, com programação variada, criativa e independente. Um palco que acolhe tanto atores já consagrados como novos artistas.
“(…) a vida tem significado e é função do drama desvendá-lo e fazer as pessoas descobrirem que suas preocupações, esperanças e anseios, por mais pessoais que possam ser, também são compartilhados por outras pessoas.” Arthur Miller
Ficha Técnica
Texto: Arthur Miller
Tradução: José Rubens Siqueira
Direção: Zé Henrique de Paula
Assistente de direção: Ines Aranha
Elenco:
Rodrigo Lombardi (Eddie Carbone)
Sergio Mamberti (Alfiere)
Antonio Salvador (Marco)
Bernardo Bibancos (Rodolfo)
Gabriel Mello (Oficial da imigração)
Gabriella Potye (Catherine)
Patricia Pichamone (Beatrice)
William Amaral (Louis)
Cenário: Bruno Anselmo
Figurinos: Zé Henrique de Paula
Iluminação: Fran Barros
Trilha Original: Fernanda Maia